Mais vale tarde...
Ontem comemorou-se o 125º aniversário do nascimento de Pablo Picasso. Sabia, tinha pensado deixar aqui uma notinha, mas passou-me. Vem hoje.
Mais do que todos os quadros de Picasso, este esboço tem-me acompanhado ao longo da vida. Há quadros acabados com o mesmo tema - Mãe e filho, mas nenhum deles me diz tanto.
Penso que este esboço, as tentativas de como colocar a mão, o rosto, representa o nosso percurso por aqui. Não nascemos com livro de instruções. Nem como pais. Nem como seres humanos. Percorremos o caminho, procurando como colocar a mão, como encontrar o melhor âmgulo, como dar colo aos nosssos filhos ou deixá-los voar.
Tenho este quadro, mesmo em frente da minha cama. Creio que, sem sequer me aperceber, o olho todos os dias, ao acordar. Faz-me bem. Sempre preferirei as dúvidas às certezas. Até porque não acredito que as últimas existam.
Só para terminar. Passados tantos anos, olho o bracito do bebé, procurando encontrar o rosto da mãe. E lembro-me o tempo que já passou...de quando o meu filho, enquanto mamava, procurava os meus cabelos para brincar...e sinto aquele bem estar que só é possível, quando se procurou muitas vezes como colocar as mãos...e se acertou algumas.
Me perdoe o Picasso, aproveitar o seu aniversário para falar de mim...
Etiquetas: Isabel Faria
3Comenta Este Post
Bela lição de MATERNIDADE, a tua e a do Picasso
José ainda bem que hoje cá conseguiste chegar...já tinha saudades tuas.
Obrigada por gostares. Creio que me identifico tanto com este quadro, que há nos que não me consigo separar dele...uma vez numa mudança de casa aconteceu-lhe um desastre...nada que uma casa ali na 5 de Outubro que não me lembro o nome, não tivesse solucionado.E ali está...
Perdoa-te de certeza, porque falas de ti, mas da Isabel-mãe que comlementa o desenho.
É muito lindo, sim.
É curioso que também tenho no quarto uma reprodução de Picasso de uma criança e mãe. Mais crescida a criança, parece um cordeirinho azul. Gosto imenso dele também.
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