A seriedade não é um mito
A luta politica tem que ser uma luta séria. Lutar peas nossas opiniões. Discuti-las. Divulgá-las é uma obrigação de quem não cruza os braços. Mas a luta politica tem que ser séria.
Em Maio, a diocese de Coimbra distribuiu um panfleto contra a despenalização da IVG, equiparando o aborto a "homícidios e genocídios". Nada de novo na posição da Igreja. Nada que me mereça, neste momento, qualquer comentário adicional sobre os termos usados. Já os lemos milhares de vezes. Só que o panfleto não expressava, apenas, a opinião da Diocese de Coimbra. Trazia a foto de um bebé de um mês. O bebé de um mês (e salientar a idade do bebé, aquando da foto, é importante para se verificar a seriedade dos argumentos), é filho de uma jornalista defensora da despenalização da IVG e foi publicada na capa da Revista onde, então, trabalhava. A jornalista não foi, como é óbvio, consultada sobre a utilização abusiva da foto do seu filho, num panfleto que não subscreve. A revista diz que também não lhe foi pedida qualquer autorização para usar a foto.
A jornalista apresentou queixa em Tribunal contra o uso indevido da imagem do seu filho. O Trbunal mandou arquivar.
Ontem, em conferência de imprensa, Catarina Pires alertou para o que será a próxima campanha para o Referendo sobre a despenalização da IVG. Fê-lo melhor que ninguém. Conheceu na pele uma amostra de alguns dos métodos que irão ser usados pelos ditos Movimentos Pró-vida .
Talvez a Igreja não os vá usar tanto...afinal, segundo as últimas notícias, o Cardeal Patriarca de Lisboa, parece ter aprendido alguma coisa no recente referendo em Itália sobre a Procriação Medicamente Assistida.
A luta pelas nossas convicções tem que ser uma luta séria. E a seriedade ( e a falta dela) não é algo de metafísico. Vê-se.
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