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segunda-feira, maio 12, 2008

Obrigado Rui

O campeonato da 1ª liga acabou. O Benfica acabou em 4º que era o que poderia aspirar depois de uma época a todos os títulos miserável. Aliás, numa prova de regularidade a tabela final raramente engana e por isso o Porto foi justamente campeão tendo eu apenas dúvidas sobre quem mereceria ter ficado em 2º. Pessoalmente acho que o Guimarães teria merecido mais, mas não é pela troca de uma posição e com 2 pontos de diferença que vou tirar a justeza do 2º lugar do Sporting.

Mas não deixa de ser verdade que ontem vivi o 4º lugar mais emocionante de sempre por causa de despedida do maestro. 55 000 pessoas na Catedral apenas e só por uma razão. Prestar o tributo ao melhor nº10 de que eu me lembro de ver no futebol português e um dos melhores jogadores de sempre que Portugal e o Mundo viram. O Rui encantou pela simplicidade da sua carreira que foi inversamente proporcional ao que fez milhões sonhar. No Benfica, quando lançado por Erickson, ou, passados poucos meses, quando em Londres, no estádio do Arsenal deu um recital de futebol naqueles inesquecíveis 2-3 que levaram Valdo, o “dono” da camisa 10 na altura a dizer que tinham encontrado o seu substituto. O mito tinha acabado de nascer. Mas o Rui não foi só grande no Benfica. Em Florença foi aclamado o Príncipe daquela cidade e em Milan para onde foi 5 épocas depois foi considerado o melhor nº 10 da história do clube, o “regestra”, o magnífico.
Há dois anos voltou a casa voltou a mostrar o seu benfiquismo. E se não foi feliz desportivamente foi-o certamente pessoalmente porque o seu coração sempre esteve cá.
Ontem foi o fim da carreira desportiva e um estádio e acredito que a nação benfiquista no seu todo emocionou-se. Na Catedral e sem exagero mais de 50% deixaram cair a sua lágrima pelo adeus do nosso maestro. Do nosso e só nosso Rui.
Pensei em ilustrar este post com um vídeo do maestro. Não consegui. Escolhia qual momento? O Penalty contra o Brasil na final de Lisboa? O golo soberbo em Leverkusen? O seu golo pela Fiorentina na Luz, nesse momento único e não planeado de benfiquismo, que muitos noutros clubes já tentaram imitar? O golo no euro 2004 contra a Inglaterra? Esse hino ao futebol que foi o seu golo esta época contra a Naval? O golo do seu regresso contra o Áustria de Viena que emocionou todo um estádio? Os momentos dos seus passes de génio que encantaram a Europa do Futebol?
Não consegui eleger nenhum, porque são demasiados. Figo disse ontem que o Rui é maior que o Benfica. Nunca poderá esta afirmação ser verdade pois o clube estará sempre acima de cada um de nós. Mas por isso digo nós. Eu e todos os benfiquistas somos iguais ao Rui e isso torna-o especial. O Rui vive o clube como nós. Chora o clube como nós. Sente o clube como nós e isso torna-o único. Mas se dúvidas havia, ontem, dissiparam-se. O nome de Rui Costa entrou definitivamente para a galeria dos imortais.
Eu fui um privilegiado, pois vi a sua estreia contra o Estoril na Luz e na Taça de Portugal contra o Setúbal no Bonfim. Estive lá também na sua estreia para as competições europeias contra o Arsenal. Assisti na Luz ao seu penalty contra o Brasil e guardo com amor o recorte de jornal da imagem onde ele, agarrado à vedação, festejou o golo connosco. Assisti na Luz ao seu golo pela Fiorentina, ao seu regresso à Catedral, enfim sinto-me priviligiado por ter estado lá em tantos e belos momentos. E estive lá ontem. onde. juntamente com milhares. ovacionei o maestro e lhe fiz a vénia que ele merecia. Mas até neste momento e porque de vénias falo, o Rui soube estar no seu lugar. É sabido que os jogadores do Benfica quando entram em campo e saúdam o público não levantam os braços como a maioria dos clubes. Perfilam para as bancadas e fazem uma vénia. Um hábito com 100 anos que poderei aqui explicar um dia mas que tem a ver com uma cultura de clube que coloca o clube sempre acima de cada um de nós. Ontem o Rui. no pedestal em que está. poderia ter-se despedido de muitas formas mas a escolhida por ele antes de recolher aos balneários foi a de pedir aos jornalistas que se afastassem e fez a vénia para as 4 bancadas. Não era preciso. A vénia veio das bancadas, porque nós, num momento único no clube, nos curvámos perante um jogador. Essa honra ninguém lhe tira.
A frase da despedida só poderia ser aquela e eu vou repeti-la.
Obrigado Rui!
Porquê?
Por tudo o que nos deste, por tudo o que foste, por tudo o que és, porque és um benfiquista, porque serás sempre o nosso maestro.

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2Comenta Este Post

At 5/13/2008 10:09 da manhã, Blogger ilha_man escreveu...

Assino inteiramente o post...todas as minhas camisolas de futebol têm o nº 10 por causa dele.

 
At 5/13/2008 11:54 da manhã, Blogger Daniel Arruda escreveu...

Obrigado ilha, eu também achei que muios se iam rever neste post. Porque afinal há coisas que não se podem mudar. O Rui é a imagem viva dessa mística que muitos tentam explicar mas só quem a sente pode transmitir.

 

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