Principes e imitações (os lobos maus vêm mais tarde...)

O Daniel desafiou-me (involuntariamente, tadinho, que não faz ideia disso) com aquela história do Lobo mau e do Príncipe.
Se nós as mulheres preferimos o Lobo mau ou o Príncipe…melhor, se na falta de príncipes acabamos por "cair" nas mãos dos lobos maus ou optamos, para alguma segurança, pelas imitações disponíveis.Claro que para poder raciocinar sobre isto era necessário definir primeiro o que era um Príncipe…e uma imitação. O resto da dissertação ficará para uma próxima ocasião.

Na minha modesta opinião, um Príncipe tem que:

1 - Nos fazer rir e que se rir das nossas parvoíces sem medo de nos chocar…com uma palavrita meiga ao fim, tá bom de se ver. Que isto, dependendo das alturas do mês, a gente muda um bocado de poder de encaixe.

Nota: Quando é das parvoíces voluntárias, tipo anedotas e assim, pode ser dispensado da palavra meiga no fim…a gente curte que ele nos ache piada.

2 – Falar connosco. Mesmo quando escolhemos o silêncio, “falar” ainda. (Poderemos, a muito custo, abrir excepções para os jogos de futebol….desde que não vão até á 8ª Divisão Regional…).

3 - Se lembrar dos nossos aniversários. Dos aniversários dos dias em que nos conhecemos. Dos aniversários dos dias em que demos o primeiro beijo. Dos aniversários da primeira vez em que fizemos amor. E dos outros todos que a gente não se lembra.

4 - Dizer “nunca conheci ninguém como tu” em todas as ocasiões, incluindo naquelas em que a gente não ouve por ter coisas muito mais importantes para fazer (e para sentir). Se isto for muito comprido, o “Pões-me louco” também serve (ah e não se preocupem que a gente mesmo que não acredite… gosta).

5 - Dizer, pelo menos, dez vezes por dia “gosto muito de ti” (podemos passar sem o muito…). Se eles não disserem, a gente perguntar e eles disserem que sim, com alguma convicção e sem dizerem "já hoje disse isso 1032 vezes", mantêm a categoria de Príncipes.

6 - Não tem de ouvir a mesma música que nós, nem ver os mesmos filmes, nem ler os mesmos livros…mas, sinceramente, gostamos que ouçam musica, vejam filmes e leiam livros …

7 - Ser o nosso melhor amigo, o nosso melhor companheiro, o nosso ombro de estimação (a história do melhor amante, é importante, mas não fundamental …quando estamos apaixonadas, temos tendência a esquecer que houve outros…).

8 - Nunca se esquecer que só paramos de chorar com um abraço apertado…mesmo que o primeiro abraço nos faça ainda chorar mais, para aí no 23º, a gente costuma acalmar-se.

9 – Acreditar que um dia destes a gente faz a Revolução (ou ganhamos as eleições, que nisto não sou radical…) e seremos todos muito felizes e o Sol vai brilhar e não haverá gente triste e haverá campos verdes e cheios de papoilas. E meninos a rirem e casas e trabalho e paz. E estar connosco quando lutamos por isso.

10 - Reparar que pintámos o cabelo de verde alface.

Pronto…na falta disto tudo junto, a gente é bem capaz de se contentar em encontrar a tal imitação de príncipe, que nos leve a ver o mar e a Lua, nos dê a mão e que nos olhe como se, por momentos, fossemos o Mundo. Todo. Mesmo que sejam momentos canininhos. E nos mande um SMS a dizer tenho saudades tuas…quando acabaram de nos deixar. Se não for tenho saudades tuas, qualquer coisa chega, desde que seja quando acabaram de nos deixar…não me perguntem porque é que isso é tão importante, mas é…pronto!! E antes de virem ter connosco, e quando estão há muito tempo (tipo, mais de 10m ) sem nos verem, e quando estão longe (tipo, mais de 100m)...

Ah…e que saiba fazer festas no cabelo,sobretudo quando estamos cheias de dúvidas…daí o não concordar com a história do Lobo Mau…não há lobo mau que saiba fazer festas no cabelo…daquelas que nos arrepiam todas. Alma incluída.

(Desculpem lá isto ter ficado enorme…mas também não queriam que eu definisse um Príncipe com meia dúzia de palavras…se não sou poupada em nada, para definir Príncipes, então, sou uma autêntica desgraça!!!).