« Home | U ké kagente faz???? » | Particularidades do PCP » | A solução » | O que são mais 480 ? » | Momento para sorrir... » | A inércia do movimento » | O nosso Futuro... » | O jogo sujo de sempre volta ao ataque » | Descubra as diferenças » | Decisões difíceis.... »

sexta-feira, novembro 24, 2006

Rómulo de Carvalho / António Gedeão




Há cem anos, nascia em Lisboa, Rómulo de Carvalho. Anos mais tarde, nasceu António Gedeão. Ao cientista juntou-se o poeta.

Confesso que muito mais que o cientista (coisas de genes, creio) conheci o poeta. Talvez não seja o conhecimento mais correcto. Sei que Rómulo de Carvalho não é menos importante do que António Gedeão. Mas é da bola que roda nas mãos de uma criança, que ouvi, encantada, no radio vermelho de palhinha da casa da minha avó, que me recordo...a outros, reservo a comemoração da data de nascimento de Rómulo de Carvalho. Fá-lo-ão, seguramente, muito melhor que eu.

Eu, neste pequeno post, apenas queria não deixar de escrever sobre o poeta. Que presumo ter nascido no mesmo dia. Não terá sido no mesmo ano?
Aqui ficam dois poemas. Daqueles de que muitos de nós, um dia, fomos feitos.


Gota de água
Eu, quando choro,
não choro eu.
Chora aquilo que nos homens
em todo o tempo sofreu.
As lágrimas são as minhas
mas o choro não é meu.


Pedra filosofal
...
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre a mãos de uma criança.

Etiquetas:

4Comenta Este Post

At 11/25/2006 12:52 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Sabes que foi o João Pedro que me lembrou? Tinham falado nisso no Liceu Camões, pois foi aí que ele iniciou a sua actividade de professor. Lembrou-me a tempo. Apesar de como escrevi ser muito mais o poeta do que o cientista ou o professor que recordo.

 
At 11/25/2006 1:26 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Isabel o meu preferido do Gedeão e que me acompanha sempre nos momentos mais "desiludido"

Dez réis de esperança

Se não fosse esta certeza
que nem sei de onde me vem,
não comia, nem bebia,
nem falava com ninguém.
Acocorava-me a um canto,
no mais escuro que houvesse,
punha os joelhos á boca
e viesse o que viesse.
Não fossem os olhos grandes
do ingénuo adolescente,
a chuva das penas brancas
a cair impertinente,
aquele incógnito rosto,
pintado em tons de aguarela,
que sonha no frio encosto
da vidraça da janela,
não fosse a imensa piedade
dos homens que não cresceram,
que ouviram, viram, ouviram,
viram, e não perceberam,
essas máscaras selectas,
antologia do espanto,
flores sem caule, flutuando
no pranto do desencanto,
se não fosse a fome e a sede
dessa humanidade exangue,
roía as unhas e os dedos
até os fazer em sangue.

- António Gedeão

 
At 11/26/2006 8:14 da manhã, Blogger COMTRA escreveu...

Isabel, para ti.

...
"Quando te sentires perdida
fecha os olhos e sorri.
Não tenhas medo da Vida
que a Vida vive por si.
Tu és como a doce brisa, a verde seara e o solo fecundo
que sabem tudo desde o princípio do mundo.
tu és como a água clara, a fofa nuvem e o sol agudo."...

A.Gedeão

 
At 11/26/2006 2:03 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Fernando e Contra, que bom que também tivessem trazido aqui a poesia do Gedeão.
Acho que le nos perdoava que tivessemos comemorado os seus cem anos, em detrimento dos de Rómulo de carvalho...haveria de entender que a poesia, ás vezes, não fica atrás da ciência, na ajuda que nos dá...ou fica à frente????

 

Enviar um comentário

<< Home