Lisboa não merece o que lhe estão a fazer.

Por causa da notícia de hoje de que há mais trapalhadas na Câmara de Lisboa, que envolve o director de uma qualquer instituição que gere parte da habitação social da cidade e a vereadora Maria José Nogueira Pinto e onde Carmona quer dar uma de duro veio-me à cabeça uma letra de uma canção cantada pelo Camané, da autoria do José Mario Branco. "A cantar é que te deixas levar". Não penso que o Zé Mário seja visionário (na perspectiva do adivinho) quando escreve as letras e não me parece que ele estivesse a antecipar o que se iria passar, 4 anos depois de a ter escrita, mas que esta canção se já era acertada na altura o que dizer agora.

Sinceramente, já quase todas as palavras foram ditas sobre a situação. Agora vou usar as dos outros. Até porque não encontro outras que dissessem melhor o que sinto. Lisboa não merece o que lhe estão a fazer.

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A cantar - Tantas vezes enganada te vi

Ai Lisboa, quem te dera estar segura

Que o teu canto é sem mistura

E nasce mesmo de ti

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Lenço branco

Perdeste-te no cais

Pensaste "nunca mais"

Disseram-te "até quando"?

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A cantar

Fizeram-te calar

A dor que, para dentro, ias chorando

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Tanta vez

Quiseste desistir

E vimos te partir

Sem norte

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A cantar

Fizeram-te rimar

A sorte que te davam com má sorte

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A cantar, a cantar é que te deixas levar

A cantar tantas vezes enganada te vi

Ai Lisboa, quem te dera estar segura

Que o teu canto é sem mistura

E nasce mesmo de ti

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Tanta vez

Para te enganar a fome

Usaram o teu nome

Nas marchas da Avenida

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A cantar

Puseram-te a marchar

Enquanto ias cantando distraída

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A cantar

Deixaram-te sonhar

Enquanto foi sonhar à toa

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A meu ver

Fizeram-te esquecer

A verdadeira marcha de Lisboa