Não tinha tanta piada...mas era bem mais fácil....
Gostar das pessoas é uma coisa complicada. Mas, ao mesmo tempo, muito estimulante. Não vale a pena fazer distinções, neste caso, entre amar, estar apaixonada, ser amigo. Resumamos a gostar de. Para tornar o exercício mais fácil.
Somos tão diferentes, algumas vezes, das pesssoas que gostamos, que só isso só pode significar que o amor, a amizade, a paixão, não têm nada a ver com espelhos. Nem com buscas deles.
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Quando estou em baixo. Quando o céu (e a terra, o mar e o ar) andam negros, preciso de falar. Mesmo que não seja falar da negritude ou das suas causas, falar. Ouvir a voz das pessoas de quem gosto, com amor, paixão, amizade ou seja lá o que for, afasta de tal maneira as nuvens que não resisto...teimo e teimo. Invento desculpas. Coisas que podiam esperar e às quais procuro dar um carácter urgente que justifique a insistência. Se estão pertinho não as largo...se estão longe...não as largo à mesma. Seja para falar do Sócrates ou de pataniscas e de caldo verde, tudo me serve para tentar empurrar a feia, escura, gorda e teimosa nuvem negra.
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Há pessoas, daquelas que gostamos muito, que não são assim. Porque gostar muito, dura sempre o tempo suficiente para aprendermos a conhecer, sabemos que, quando há nuvens...não curtem falar de pataniscas. Não curtem falar, tout court. E, porque gostar muito não é ver ao espelho nem procurá-lo, aprendemos a respeitar. E sabemos que gostar de alguém é deixar a conversa sobre o Sócrates para outra altura.
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O problema é quando calha na mesma altura...eu preciso de falar para empurrar a dita...os outros apetece-lhes não falar...até a sua nuvem ir a banhos.
E, aí , é um desafio do caraças...vou falar...não fales...mas tenho uma pergunta...deixa para depois...tenho que saber as horas...compra um relógio...será que está a chover...vai à janela...não tenho janela...
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Esta coisa das relações entre as pessoas é complicada...se fossemos todos clones...se só gostassemos dos nossos clones, tinhamos todos a vida facilitada. Mas não tinha piada nenhuma.
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...não tenho janela...mas não faz mal. Quando as nuvens passarem. As nossas e as das pessoas de quem gostamos muito...vai fazer Sol outra vez. E até antes.
Etiquetas: Isabel Faria
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E tens toda a razão piquena. Toda a razão. Desabafa. Desopila. Cry out loud!
Esta coisa das relações entre as pessoas é complicado. Mas é óptimo. É vivo por isso estamos sempre a fazer ajustamentos. Quando não estamos é porque alguém morreu.
E não esquecer: oser humano é o único falante! Falar é humano, assim como a escrita. Ser mono é que não. É coisa de zombie, de calhau com olhos ou assim.
Viva a liberdade de expressão.
Oh, Zabelinha, deves ter comido bacalhau em pataniscas, à Zé do Pipo, à Braz, cozido, à Gomes de Sá, etc., etc.
É verdade o que dizes, mas é assim mesmo, somos pessoas e como há, como diz o Leal Franco, liberdade de expressão, os Clã também o dizem, cá vamos falando, uns mais do que outros, mas, em português, nos entendemos, gostamos todos muito de ti, das tuas reflexões e da tua amizade, e é tudo.
Eu Sou dos que preso demasiado o silencio. Adoro ficar calado, no meu canto e normalmento reajo mal quando apertam comigo. Quem me conhece sabe que é assim porque sabe que se for importante, necessário ou qualquer coisa do género mais cedo ou mais tarde direi.
Já agora Leal, sobre o facto de sermos falantes. Acho que é mesmo esse o mal da humanidade. Há para aí uns quanto que mais valiam era estar calados. Nem todo o mundo é como aqui o Troll onde por norma se fala bem ehehehehehehe
São complicadas, são. («Esta coisa das relações entre as pessoas»)
Acertar-se o sapatinho para o pé certo, viste a trabalheira que o príncipe teve para achar a Cinderela???
Se calhar é por uma velinha a um santo qualquer para que não coincidam as fases como dizes que aconteceu. Se se estiver em fase diferente, a coisa vai...
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