Porque a Revolução não está ao virar da esquina
Eu sou dos que sempre defendi amplas coligações à esquerda. Foi assim que me apresentei numa lista na Convenção Nacional do BE juntamente com outros camaradas. Continuo convictamente a acreditar nisso embora cada vez esteja mais céptico que essa convergência se dê pelas direcções dos dois partidos da esquerda parlamentar e muito menos que essas convergências possam ser extensíveis a direcções de movimentos de cidadãos. Por diversas razões. Porque uns acham que os outros não querem. Porque outros como que a darem razão aos primeiros afirmam que não querem mesmo coligações ou entendimentos. E os movimentos de cidadãos que após anos de tentativas de controle absoluto por parte de um dos partidos de esquerda já perderam a confiança nalguma da nossa esquerda.
Contra-senso, pensarão vocês, pois tudo o que eu escrevi indica que eu não posso acreditar em algo que realmente está tão distante como são os entendimentos á esquerda. Pois bem. Terão que ser as bases a pressionarem os seus partidos e movimentos a aceitarem essa possibilidade. Em grande medida terão de ser os militantes comunistas a quererem essa viragem e acabarem com o sectarismo que os tem caracterizado ao longo das mais de 3 décadas de democracia, seja no movimento social, seja no sindical ou no plano político. O povo de esquerda não pode continuar a andar de costas voltadas e permitir à direita que governe como bem quer.
Parece-me claro e os comentários que se vão seguir aqui na caixa vão mostrar isso, que há quem afirme e reafirme o orgulhosamente sós. O argumento de que o partido não se mistura com os traidores (porque para alguns traidores são aqueles que não são do PCP). E muitos outros argumentos que não quero crer que sejam representativos de todos os homens e mulheres de esquerda.
Há de facto quem pense que a revolução está aí. Emergente. Que as manifestações que indicam o descontentamento de um povo são as 1as manobras de uma nova ordem que aí vem. Que estamos mesmo à beirinha de pegar nas armas e vir para a rua. Desculpem mas não partilho o entusiasmo. As mesmas pessoas que se manifestaram foram muitas das que deram a maioria ao PS e que voltarão a votar, ou, pior, a abster-se, se a esquerda não apresentar uma alternativa credível de governo e essa alternativa, cada um por si só, não a vai conseguir. O melhor que a esquerda poderá conseguir é ficar com a bandeirinha na mão, felizes e orgulhosos da sua pureza, de que subiram nas votações mas que no fim serão uma oposição minoritária a um governo que em caso de maioria relativa do PS poderá ser a reedição de uma de duas hipóteses. Ou PS-PSD ou PS-CDS. Desculpem lá mas eu para essas coisas do orgulho já dei. Para a vaidade pessoal de alguns também. O ano de 2009 vai ser demasiado importante para nos preocuparmos apenas com a nossa quintinha.
Etiquetas: Daniel Arruda
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CALEM de vez a merda do Faustino! Não há paciência para um ego tão grande! aqui há uns tempos o tipo até andou a encher um blog da malta com centenas de frases destas "Faustino rabeta come na pandeireta!" é preciso ser doente!
É verdade que muitas das bases sobretudo simpatizantes e votantes do PCP, querem essa unidade.
Mas a maioria dos militantes e a direcção ( as declarações de Jeronimo de Sousa são claras) , não querem qualquer tipo de alianças com o BE, a não ser que o BE se submete-se aos seus ditames.
Quanto ao PS.... não sei se as propostas de lugares , ministeriais fossem tão atraentes.... que o PCP ( tal como nas Camaras ) não engolisse mais um sapo vivo.....
Mas isso pouco teria a ver com reais alterações de politica, ou da mentalidade sectaria de que enferma o PCP.
Basta o Daniel ver o exemplo, que pela negativa , o Jeronimo escolheu no Diga lá Excelência, para recusar as novas leis de trabalho..... a Auto-Europa.
Basta ver o que se passou com o Chora, na ultimo Congresso da CGTP.
Basta ver o que pensam e fazem os controleiros do PCP, na Auto Europa.
Ainda terá que passar muita água debaixo das pontes, para o PCP aceitar qualquer ideia de aliança com o BE, numa base de igualdade, e com um programa politico, que agregasse a esquerda do PS, e os largos sectores da população, que não se revêm nesta politica do Socrates, que é tambem a do PSD.
Não. Com esta direcção do PCP nem pensar em dialogar, chega de humilhações. O PCP quer convergências com eles próprios que lhes façam bom proveito.
O BE tem de arrancar na conquista de eleitorado descontente do PS e até do PSD ( trabalhadores, classe média).
As correntes que insistem em convergências com o PCP, esqueçam.
O PCP tem a mania do monopólio da classe operária, é mentira, claro.
Deixem o Jerónimo a falar sózinho.
Anónimo das 11.02, foi isso que escrevi no meu post e por isso concordo contigo. Defendo as convergencias pelas bases já que por parte das direcções (e repara que uso o plural) issonão me parece possível.
Possívelmente as eleições autárquicas onde são possíveis listas de cidadãos esse seja um caminho a explorar. Agora é um facto que o PCP, mais, muito mais do que alguns sectores do BE não querem essa convergencia. Nunca o quiseam a menos que convergencia signifique submissão ao PCP e aí os exemplos que deste são elucidativos.
José Manuel Faria, deduzo que não tenhas entendido o meu post. Eu deixei claro que alianças pelas direcções deve ser difícil senão impossível. O que não invalida que eu ache necessária essa convergencia. O que eu acho necessa´rio é que se crie essa convergencia pela base, sustentado em propostas concretas e que o sectarismo de uns não leve ao sectarismo dos outros.
Por fim e quanto ás correntes. Não compreendo o "desprezo" com que são tratadas os quase 20% dos militantes que votaram nas moções alternativas e que defendiam essa convergencia. Esse esqueçam para além de indicar prepotencia não mostra o respeito pelas ideias de quase 1/5 dos militantes do Bloco que em voto secreto disseram concordar com essa política.
José Manuel, a questão é que para o Jerónimo ficar a falar sozinho, nós temos que mostrar aos militantes do PCP que é ele que quer ficar a falar sozinho. Ou, então, o Jerónimo não ficará a falar sozinho, mas ficará a falar com forças sociais que são imprescindíveis para qualquer alternativa ao GOverno de Sócrates.
Costumas passar pelo Troll e sabes perfeitamente que NUNCA deixámos passar qualquer aitude sectária, recacionária, divisioniista do PCP sem nos pronunciarmos e nos demarcarmos dela...mas a queatão mantém-se: e podemos criar alternativas a Sócrates sem contar com o PCP? Melhor, com as bases do PCP?
Concordo que terá que passar muita água por debaixo das pontes todas...mas devemos desistir de mostrar que é o PCP que se encarrega, com este tipo de intervenções de Jerónimo de Sousa,por exemplo, de fechar essas "pontes"?
Isto é, se continuarmos a dizer que não propomos acções concretas (é apenas disto que se trata, basta veres a Moção que subscrevemos) porque sabemos que eles vão recusar...ganhamos o quê?
E Sócrates e o PS ganham o quê???
pois. o pcp. o grande inimigo das classes operárias. pois! realmente não sei como ainda estranham! alianças com gente desta para que??? deixá-los a falar sozinhos, como diz o nosso amigo do comentario acima... sozinhos, pois! como há já oitenta e sete anos!
Não entendi bem o texto - creio!
O BE e o PCP unirem-se à esquerda para quê? Para chegarem ao poder?
É que se não for para isso, não vejo qual possa ser a vantagem...
Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes
Isabel, de forma suscinta aquilo que eu penso. Obrigado miga.
Filipe, sim, entendeste bem o texto. Sim para chegar ao poder. Sim. Para mudar o estado das coisas. Sim. Porque acredito que se pode fazer diferente e melhor. Sim. Porque é urgente que este modelo de governação assente nos sacrifícios do povo e só do povo acabe.
Caro Daniel!
Mas acha mesmo que os portugueses entregariam o poder a uma coligação de forças de extrema-esquerda?
Mas acha mesmo que os portugueses entregariam o poder a quem não consegue mais do que ter uma visão radical, sectária e profundamente desactualizada da realidade nacional e internacional?
Mas acha mesmo que os portugueses quereriam mesmo ser governados com base nas ideias do trotskismo e do marxismo-leninismo?
Mas acha mesmo que a demagogia, a irrealidade, a ilusão dos que se refugiam nas utopias para vender o que não existe?
Caro Daniel, como diz o poeta, o sonho comanda a vida, mas esse sonho que tem seria o pesadelo dos portugueses!
Caro Filipe de Arede, fico-me pela sua última frase:
"...mas esse sonho que tem seria o pesadelo dos portugueses!"
Acho que mais de metade da população não concordará consigo.
O pesadelo tem sido estes 34 anos de promessas de ilusões, de vida cada vez mais miserável. Pesadelo tem sido a taxa de desemprego, o desemprego de longa duração, a inflacção, as taxas de juro, os investimentos faraónicos. Pesadelo tem sido a incapacidade de governar, os tachistas e os carreiristas. As cunhas e os favores. Pesadelo tem sido a degradação do SNS, da educação e a morosidade da justiça. Pesadelo têm sido estes anos de liberalismo mais ou menos encapotado
E já agora se o que há de direita mais conservadora chegou ao governo a Portugal não vejo qual o seu espanto de a esquerda o poder fazer.
Filipe Arede os milhões da CEE serviram para quê?
Somos o país com mais pobres da CEE, um daqueles em que as diferenças salariais são maiores.
Temos uma taxa de desemprego altissima, e de novo, muitos milhares de portugueses abandonam o seu paîs, á procura de trabalho.
Temos reformas de miseria.
300.000 familias já têm necessidade do Rendimento Social de Inserção.
As pescas cada vez têm menos barcos, e há cada vez mais pescadores sem trabalho.
Temos fabrica diariamente a fechar, e muito capital especulativo, os rendimentos dos Bancos, atingem niveis pornograficos, apesar da crise.
Em suma não será possivel fazer melhor?
Não temos direito de ser mais exigentes com quem nos governa?
Não temos direito ,a procurar alternativas a estas politicas, que nos possam aproximar do nivel de vida dos outros povos da Europa?
Será nossa sina sermos sempre os coitadinhos da Europa ?
Não caro senhor...há alternativas, realistas, mas que exigem coragem politica para serem postas em pratica.
Pode-se fazer diferente para melhor, nas relações de trabalho e nos direitos dos trabalhadores.
Pode-se fazer muito, na diminuição do fosso entre salarios fabulosos e salarios de miseria.
Podem-se criar impostos sobre as grandes furtunas, e sobre os lucros especultivos das bolsas.
Podem-se aumentar os impostos sobre o sector bancario.
Pode-se não retirar dinheiro ao SNS, para o dar a privados que fazem pior, ( Amadora Sintra é um bom exemplo), e mais caro.
Não acenem com o papão das nacionalizações da mercearia da esquina , ( estamos na Europa), nem com outros chavôes, faça-se em Portugal, aquilo que muitos paises da Europa já fazem.
Em suma reformas avançadas e com coragem.
E para isso nem é preciso ser de esquerda radical, como o caro senhor Arede diz, basta ter orgulho no seu PAÌS e no seu POVO,ser mais exigente, e desgosto de ver , ao que as sucessivas politicas de direita nos estão a conduzir.
Quanto a alianças , para mim o que Bloco de Esquerda tem de fazer é dar provas de que quer unir todos os que querem a mudança, não ter posições sectarias de qualquer tipo,e ir a luta para conquistar cada vez mais sectores para o seu lado.
O PCP só virá arrastado, se vir grande apoio, ás posições do BE e de outros sectores de esquerda que o BE tenha capacidade de unir, caso contrario, é boicote pela certa, e sabotagem .
Caro Daniel!
Felizmente, estou absolutamente certo, que essa metade da população portuguesa que diz concordar consigo, não existe!
E não existe porque a existência dos partidos de extrema-esquerda em Portugal é ainda marginal, e espero - e com muita honestidade intelectual o digo - que continue assim.
A direita mais conservadora chegou ao governo, porque aceita as regras da liberdade - ao que chama presumivelmente liberalismo - o que não acontece com a esquerda radical que representa o BE e o PCP.
Pessoalmente não me revejo nessa direita conservadora a que se refere, mas reconheço a capacidade que têm de assumir projectos para o futuro do País.
Relativamente ao que diz o anónimo que me precede, tenho a dizer o seguinte:
Também eu sou português e ninguém tem mais orgulho no meu país do que eu.
Também eu quero viver num país mais equilibrado e justo, mas recuso essa ideia da igualdade imposta, tão simplesmente porque quero ser livre.
Naturalmente que a esquerda radical não consegue entender o funcionamento do mundo. Acredita que o bom mesmo é que só exista um modelo - o do Estado - tendo tudo de gravitar à sua volta.
Por isso não concebe a ideia da existência de sistemas privados na saúde, na educação, na segurança social, preferindo a demagogia simplória de atacar os lucros dos bancos, ou das mais valias da bolsa.
É preciso entender também que as políticas governamentais não sustêm todos os perigos.
Num mercado global e globalizado, é preciso contar com as externalidades que afectam o crescimento e que potenciam a qualidade de vida.
É verdade que existe desemprego, pobreza, incapacidade de acesso digno a muitos serviços de saúde, justiça e educação. É preciso continuar a trabalhar para garantir a todos os portugueses que estes serviços existam.
Agora, o que se não pode fazer é ignorar o ponto de partida. Ao final de mais de 30 anos de democracia os portugueses estão incomparavelmente melhores. Têm mais hospitais e melhor sistema de saúde, têm mais escolas e acesso à educação, têm mais infra-estruturas que possibilitam a mobilidade dentro e para fora do país, estão integrados dentro da Europa, produzimos capacidade técnica e cientifica de topo e temos uma democracia pujante que já não se assusta com os apoiantes do poder na rua.
Mais de 30 anos depois do 25 de Abril temos em Portugal uma democracia que existe apenas porque os partidos de direita e o Partido Socialista se esforçaram para que acontecesse.
Obviamente que os portugueses não querem voltar ao tempo da outra senhora. Querem liberdade e não aceitarão perde-la.
É isto que distingue a esquerda radical - representada pelo BE e pelo PCP - dos partidos de direita e do PS!
O BE não tem um projecto para Portugal. Os seus dirigentes navegam à vista e vociferam - utilizando sempre o mesmo discurso - contra o status quo. É tão fácil não é?
Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes
Eu não ponho em causa o sector privado, mas ponho em causa o sector privado subsidio dependente.
A maioria dos hospitais privados está dependente de acordos com o Estado, se não não são viaveis.
A saude é um direito constitucionalmente reconhecido, ao entregar a privados a gestão de unidades hospitalares , ( os resultados provam o FRACASSO do Amadora-Sintra), o estado aliena parte das suas receitas do SNS para engrossar lucros de empresas.
A falácia do ensino pseudo privado, está demonstrado na falência e na corrupção de varias Univerdades Manhosas.
Poderia dizer-se o que são a maioria das grandes empresas da construção civil, totalmente dependentes das obras publicas, com o recente caso Jorge Coelho e de Ferreira do Amaral, como paradigma do que se entende em Portugal por iniciativa privada.
O meu Portugal de hoje, nada tem com o Portugal da ditadura, agora com sucessivas politicas de direita, Portugal tem nestes ultimos anos vindo a perder muito do que tinha conseguido no pós 25 de Abril.
É logico que para muitos defensores da iniciativa privada, ( eu sou, daquela que realmente o é) , a ideia de uma esquerda reformista, mas com reformas a serio assusta, e lá vem o papão das nacionalizações ( quando até De Gaulle fez, e muitas, em França), mas do que se trata, é adoptar em Portugal, politicas que estão em vigor em varios paises da Europa.
E é aqui que a porca torce o rabo.
O Sarkozy dizia há tempos , que o Socrates o tinha ultrapassado pela direita, insuspeito caro senhor, pensar que o Sarkozy é de esquerda radical.
Aliás é ver a maioria dos nossos grandes capitalistas, ou são especuladores, ou estão á coca de conseguirem chorudos negocios com o Estado, a mais das vezes com metodos, que nada têm a ver com a livre concorrência que apregoam.
A questão de fundo, é entre aqueles que querem que qualquer coisa mude , para que tudo fique na mesma ( OU PIOR), e aqueles que querem uma via alternativa para o país, que se preocupe a sério com os problemas dos portugueses.
Li e reli as declarações do Jerónimo de Sousa e a única referência que deixou foi ao Manuel Alegre “declarações de voto só descansam a alma”, os jornalistas particularmente os do DN pelos vistos consideram que o Jerónimo de Sousa referindo-se ao Manuel Alegre englobam o BE no mesmo saco, julgo que só uma leitura apressada da notícia ou a vontade de fazer do PCP o bicho papão é que podem considerar que o Jerónimo disse algo que tenha a ver com o título da notícia do DN.
Parece que no BE alguns seguem
o “bom caminho” dos reles políticos que pululam no PSD/PS e á falta de argumentos inventam-nos, tive oportunidade de assistir à entrevista do Jerónimo de Sousa ontem no programa Diga lá Excelência e por duas vezes a jornalista tentou dar o exemplo da Auto Europa, para dizer que o Código do Trabalho ia no bom sentido, ao que Jerónimo de Sousa lhe respondeu que não podíamos pegar num exemplo isolado de uma empresa e generaliza-lo para os restantes trabalhadores, mas parece que alguns ouviram algo diferente.
Caro Felipe,
vou citar o meu comentário anterior:
"...mas esse sonho que tem seria o pesadelo dos portugueses!"
Acho que mais de metade da população não concordará consigo.
Não escrevi em lado nenhum que eram 50% a votar á esquerda. O que digo é que todos aqueles que vivem mal não concordarão totalmente consigo. Mas se quiser a via eleitoral some os abstencionistas, os não inscritos e os votantes nos partidos á esqyerda e verá que dá um número muito superior a 50%.
Quantoa o resto mas desculpe que lhe diga. Deve ter dinheiro para pagar Saúde, Educação e tudo o resto a particulares pois se dependesse do estado não falava assim. Não diria que o estado vai no bom caminho.
Por fim temos uma diferença insaável ideológicamente. Eu acho que devemos pagar imostos. De ter mais estado. Que este deveria nacionalizar sectores chave. Você acha que estado se deve ficar pelo mínimo denominador comum. O de gestor. Ainda por cima mau.
Esta diferença não é boa nem má. É apenas ideológicamente insanável.
Aldeia pp, a notícia em causa não é uma entrevista. Faz citações, tira conclusões. È um artigo baseado em declarações. Logo no 1º parágrafo está escrito:
"O PCP reafirmou ontem "o seu propósito de convergência com todos os que estão empenhados num projecto claro de ruptura com a política de direita", mas Jerónimo de Sousa recusou a ideia de que esta possa ser feita com o BE ou com parte do PS.".
Se Jerónimo de Sousa disse isto ou não, só JS e os jornalistas poderão confirmar ou desmentir. A notícia diz que disse...e o post do Daniel era sobre a notícia.
Não vi o programa Diga lá, Excelência...não sei o que disse JS. Lembro-me que aqui há umas semanas referindo-se aos militantes do BE que actuavam em ORTs, qando se dirigia a um militante do PCP, trabalhador da Autoeuropa, fez umas declarações tristes, njustas e profundamente sectárias...se deste vez não o repetiu, fico feliz por saber.
Felipe, sem entrar muito nas outras discussões mais sérias, deixe-me só relembra-lhe uma coisa e dizer-lhe outra: já há dias o Felipe lá falou em baixo da sua concepção do que é importante...e nunca me explicou em que a baseava.
Agora escreve:
"a existência dos partidos de extrema-esquerda em Portugal é ainda marginal, e espero - e com muita honestidade intelectual o digo - que continue assim."
Como você coloca o PCP e o BE naquilo a que chama a Extrema Esquerda (presumo que o PS seja a Esquerda...), relembro-lhe as contas que lá deixei no tal post sobre as coisas com ou sem importância. Segundo as últimas sondagens "os marginais" são 20 e tal por cento dos portugueses...
Se compararmos com as sondagens do seu Partido...ok, não vou dizer que o PSD é marginal...mas poder-se-ia dizer, pela sua lógica, que é "só um cadito menos marginal".
Se me falar em marginal em termos ideológicos e não de representatividade, lanço-lhe um desfio: pergunte aos portugueses quantos concordam com o desmantelamento do SNS? Quantos concordam com os lucros imorais dos bancos, por exemplo, e com a sistemática fuga ao fisco dos detentores das grandes fortunas? Pergunte-lhes quantos concordam com a privatização dos serviços públicos e quantos acham que essa privatização lhes trouxe mais qualidade e mais eficácia. Pergunte-lhes quantos conseguem viver com o fundo de desemprego e o que pensam de não terem apoio social para a satisfação das suas necessidades básicas: criar os seus filhos, cuidar dos seus idosos.
Pergunte-lhes se acham justa a distribuição da riqueza e se se sentem seguros nos seus empregos e se têm esperança no seu futuro. Faça-lhes estas perguntas simples, sem grandes profundidades ideológica e depois explique-me, então, o que é ser marginal.
"Acho que mais de metade da população não concordará consigo.
Não escrevi em lado nenhum que eram 50% a votar á esquerda. O que digo é que todos aqueles que vivem mal não concordarão totalmente consigo. Mas se quiser a via eleitoral some os abstencionistas, os não inscritos e os votantes nos partidos á esquerda e verá que dá um número muito superior a 50%."
Não posso contar com os que não se manifestam porque escolhem não o fazer.
De acordo com as mais recentes sondagens a esquerda a que se refere rondará os 20%. É com este número que temos de trabalhar.
Seja como for, concordo consigo. Temos uma diferença insanável e que é ideológica. E sabe, ainda bem que o Daniel pensa diferente de mim e vice-versa, porque da pluralidade de visões e de opiniões nasce uma democracia mais perfeita. E nisto, creio que concorda comigo.
Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes
Isabel,
Porque gosto de política e porque respeito quem aqui escreve, mas como não lhe posso responder agora, voltarei mais tarde.
Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes
Felipe, parece que combinámos...
Mas olhe, depois de acabr, dei uma vista de olhos pelas notícias on line...de lanço-lhe mais um desafio para o seu inquérito: inqhttp://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=100078
(Não sei fazer um link na caixa de comentários...desculpe mas já desistiram de me tentar ensinar!!).
Pergunte aos portugueses se se concordam que na Saúde privada, naquela que, sobretudo, legitima e logicamente, procura o lucro, está a solução?
Decerto que as diferenças são de salutar e como já deve ter visto gosto por demais destas discussões mesmo que a outra opinião seja contrária á minha.
Mas vamos aos números.
Desde 1974 até hoje o número de abstencionistas tem crescido. Não será certamente porque estão felizes com o que têm. Na minha modesta opinião cresce porque as pessoas se desiludiram com os políticos que nos têm governado e com o sistema em si.
Desde 1974 até hoje o número de não inscritos tem crescido. Certamente não é por estarem felizes com o que têm. Parece-me que desilusão é o termo mais certo.
E isto com o sistema que defende. Podemos deduzir por isso de uma forma muito pouco abusiva que as pessoas estão descrentes no sistema que as governa e acha que o seu voto não é importante pois os políticos são todos iguais. Estudos recentes provam esta "tese". Ainda de uma forma pouco abusiva posso dizer que estas pessoas não são possíveis votantes no sistema e na direita que nos tem governado ao longo de 34 anos e assim sendo posso dizer que mais de 50% da população não se reveem no sistema. Parece-me simples.
Falta a oportunidade para a esquerda mostrar o que vale e contrariar esta ideia. É isso que eu defendo e nem sequer vou entrar na tese que pior é impossível pois habituei-me na vida a querer sempre o melhor e a lutar para lá chegar. Para isso sei que um partido de esquerda não chega pois precisamos de tudo o que ambos têm de melhor. Mais o que tantos homens e mulheres de esquerda que ainda militam no PS têm para dar. Porque não vejo a esquerda como algo estanque mas sim como pluralidade e evolução.
Quanto ao mundo globalizado de que falava há pouco devo dizer-lhe que se algo ou alguém capaz de se adequar á globalização será a esquerda pois na direita só vejo fechamento, conservadorismo, valores bacocos, religião e demagogia.
Por fim dizer que podem estar á vontade. O PCP nunca irá aceitar uma aliança das esquerdas. Porque tem medo do poder democrático. MAs espero que as bases. Homens e mulheres de esquerda obriguem o partido a mudar.
A direcção do Bloco de Esquerda já deixou bem claro que não quer alianças com o PCP quando organizou a meias com o alegre o comício das "esquerdas" sem ter convidado o PCP a estar nele presente. A maioria do Bloco de Esquerda nem sequer sufragou as teses aqui defendidas sobre a "unidade da esquerda". todo este texto não passa de mirífica encenação de quem diz defender(?) a unidade com o PCP, quando simultaneamente post sim, post não, caracteriza o PCP como uma organização sinistra e ditatorial.
Quando a Isabel escreve:"NUNCA deixámos passar qualquer aitude sectária, recacionária, divisioniista do PCP" entre outros mimos que se encontram com abundância, acha mesmo que os militantes do PCP se vão querer aliar a si? Pra quê? Ah, sim! Há a ilusão de separar as "bases do PC" da direcção do partido! Ilusões de quem não conhece o PCP nem os seus militantes senão pelo prisma desfocado do seu anti-comunismo entranhado
Toni, já que tens um blog porque não escreves lá. Ou será que não tem visitas. É que na última contagem tiveram 4 sendo que uma deve ter sido tua e outra minha.
Caros Trolls,
1. Depois digam que é mania minha. Algum de vocês se deu ao trabalho de ler a Declaração do Jerónimo de Sousa, ou o Comunicado do CC do PCP (http://www.pcp.pt/ )? Ou preferiram a versão "DN"? Ou foram todos atacados por algum vírus de iliteracia? São capazes de me dizer onde está escrito que o PCP não quer coligações ou entendimentos?
2. O que está escrito no Comunicado do CC é que o PCP defende «(...) uma verdadeira alternativa assente na ruptura com a política de direita.». E vocês?
3. O que está escrito no documento do CC do PCP é que entende que «(...)A iniciativa que juntou BE e Manuel Alegre é (...) uma iniciativa sectária que, falsamente apresentada como «da esquerda», se baseia numa concepção de exclusão do PCP, visando ao mesmo tempo acusá-lo, hipocritamente de isolacionismo. Esta acção, desprovida de um propósito claro de ruptura com a política de direita (...)». E qual a vossa análise? Repito o que já aqui escrevi: PORQUE NÃO FOI O PCP CONVIDADO?
4. Que um qualquer aldrabão anónimo tenha escrito mentiras provocatórias sobre o que se passou na AR a propósito do voto de pesar sobre o cónego Melo apresentado pelo CDS/PP é uma coisa.
5. Que vocês tenham a suprema leviandade de assentar uma análise política no «diz que disse»
(ver aqui http://tempodascerejas.blogspot.com/2008/07/o-pblico-e-reunio-do-cc-do-pcp.html ) é outra bem diferente. E francamente desiludem-me.
6. O sítio do PCP tem lepra Isabel? Repito a pergunta: onde está escrito que o PCP não quer coligações ou entendimentos?
7. Fico a aguardar que tenham a honestidade intelectual de se retratarem...
António, como ontem escrevi num comentário, penso que é claro que o post do Daniel se baseia no artigo do DN. O post do Daniel tem um link para o artigo do DN. Efectivamente não fui ao Avante e penso que o Daniel também não...mas já agora, talvez convieese a JS desmentir o DN...eu, que não falo para a CS as vezes que o JS fala, já o fiz duas vezes (em 5 ou 6 declarações).
Quanto ao que pensamos da iniciativa com o Manuel Alegre se o António passa pelo Troll, sabe a nossa opinião.
Quanto ao que pensamos sobre a "exclusão" ou "auto-exclusão" do PCP, o António que passa pelo Troll também sabe a nossa opinião.
Nunca nos viu afirmar que o PCP tinha votado favoravelmente o voto de pesar pelo Cónego melo. Sempre nos viu criticar o PCP por se ter levantado em sinal de luto e de respeito, aquando do minuto de silêncio pelo Cónego Melo.
Não inventámos nem deturpámos nada. O video está mais lá para baixo...Reitero a critica, a incompreensão e lamento que deputados do PCP tenham feito, de pé, um minuto de silêncio em homenagem a um bombista da extrema direita. Disse-o aquando do voto do PP, reitero hoje.
Não tenho ido muito ao site do PCP, confesso. Não por quaqluer razão em especial...digamos que estou em quarentena desde que o seu Sec. Geral me acusou (ou também terá sido mentira e ele não desmentiu?) de como membro de uma CT fazer fretes aos patrões. Sabe, António, é que há coisas que custam. Ultrapassa em muito a política...tem a ver com a vida...tirei muitos momentos de companhia e de atenção ao meu filho duratem estes últimos dez anos...fiquei com alguma azia, confesso. Mas mais dia, menos dia, passa.
O facto de o PCP não ter sido convidado para a iniciativa do Trindade foi um erro por parte de quem assim procedeu, porque dão toda a razão quando Jerónimo apelida a iniciativa de sectária.
Não sei se foi Alegre ou o BE (ou ambos) quem tomou a decisão de não convidar o PCP, mas é conveniente que não se repitam erros desses, a não ser que o propósito seja aquele que o PCP invoca, i.e., branquear a acção do PS sugerindo que existe um PS de esquerda com o qual os trabalhadores podem contar. E o BE não pode ser conivente com isso!
Não se faça de inocente, Isabel! no mesmo dia, quase à mesma hora, o seu camarada Sales publicava o mesmo tipo de "análise", baseada na mesmíssima "fonte".
Vá ver por si:
http://zerodeconduta.blogs.sapo.pt/
Esta gente tem cá um ódio ao pcp... Uh lá, lá! Depois ainda têm a lata de dizer que não fazem campanhas anti-comunistas!
Chalan, a excepção é só para ficar claro de uma vez por todas: você que decidiu armar-se em engraçadinho e roubar-nos a imagem, o nome, inventar histórias, calúnias pessoais, criar heterónimos,usar fotos de pessoas que nem devem saber que você e eu existo, tem a ilusão que algum dia eu lhe responderei a algum comentário seu e/ou dos seus heterónimos?
Mas havia membros do PCP no Trindade, ou já os expulsaram ????
João, provavelmente fui eu que não me fiz entender. Eu não afirmo que haja PS de esquerda e de direita. O que eu defendo é no texto isso parece-me claro é que as pessoas de esquerda se devem unir para obrigar partidos e movimentos a criarem uma alternativa de esquerda. Deve concordar comigo que existem pessoas que votam PS que são de esquerda e são essas que interessam para mudar as forças em Portugal.
Em relação a outro ponto que levanta já várias vezes aqui referi que não concordava com o fact do PCP não ter sido convidado, apesar de saber que recusaria, mas não deixa de ser verdade que devido á sua postura não sei se haveria sequer comicio do trindade por parte dos sectores e das bases de esquerda do PS se o PCP lá estivesse. e em relação a isso o PCP deveria preocupar pois a atitude do PCP tem de mudar se não quiser continuar orgulhosamente só e certamente que isso não significa abdicar dos valore que se defende.
Caros Trolls,
Adoro quando não me respondem ao essencial: onde está escrito que o PCP não quer coligações ou entendimentos?
Caro anónimo,
Penso que é óbvio que militantes individuais do PCP não representam o PCP. Da mesma forma que militantes individuais do BE não representam o BE
Caro Daniel Arruda,
Desculpe que lhe diga, mas é ingénuo, ou faz-se? Esta pergunta tem que ver com duas questões:
1. Nem eu nem o Daniel sabemos o que aconteceria se o PCP tivesse sido convidado. Não foi, ponto final. A história não se faz de ses... Para além da realidade concreta é tudo especulações. Até podem ser muito bonitas e interessantes, mas não passam disso mesmo: elucobrações.
2. O problema não é de postura (francamente acredita nisso?...) de quem quer que seja. O problema é de políticas alternativas e de alternativas políticas. Alternativas e não alternâncias, entenda-se.
O que o PCP defende é «(...) uma verdadeira alternativa assente na ruptura com a política de direita.». E vocês?
Castendo confesso que não esperava isso de ti.
"O que o PCP defende é «(...) uma verdadeira alternativa assente na ruptura com a política de direita.». E vocês?"
Duvida?!?!?!??!
O que eu não sei é que alternativa é essa que o PCP defende?
Uma alternativa que só os inclua a vocês, com se viu no último congresso da CGTP que nem sequer direito a ser apelidado de democratico teve?
Uma alternativa com quem se o PCP na voz do seu Secretário geral ao vivo e a cores disse antes do comício da Trindade que não fazia acordos com a esquerda falante? (presumindo eu que o PCP é a actuante)
Uma alternativa em que modelo? Algum internacional conhecido ou uma versão portuguesa com o melhor deles todos? Se sim o que defendem? O que se vê e isto não é invenção nem ingenuidade é que o PCP defende os regimes ditatoriais de Cuba, Coreia, Vietename, Angola ou China entrre outras. Que apoia as FARC. Devo crer que é esta a alternativa que defende.
Devo crer que o modelo que defendem é anti democrático porque nem internamente permitem e a palavra é esta que haja diferença de opinião. Ou será que me quer fazer acreditar que em tantos anos de história nunca mas nunca uma decisão tenha sido questionada ao ponto de levantar discussão. Senão como justifica a purga dos últimos anos que o partido se tem sujeitado com João Amaral, Brito, Mesquita, Miguel Portas, Judas entre tantos outros que agora estão na renovação comunista. Foi por estarem felizes.São pessoas que ainda hoje defendem ideais de esquerda e são apelidados no PCP de traidores.
Devo crer que o vosso modelo é aquele que permite que a Soeiro Pereira Gomes tenha empregados a recibo verde e trabalho não declarado. Que a vossa tipografia possa acabar com o subsídio ou apoio á deslocação e ainda por cima instaura processos disciplinares aos seus empregados, por sinal do partido que devido a isso chegam 10 min atrasados como foi relatado no jornal "O rio" da Moita na 1ª pessoa e nunca desmentido. Ou será uma gestão tão exemplar como a da escola Profissional Bento de Jesus Caraça no Barreiro que se não fechou está em vias disso. Devo crer que o vosso modelo é o que é aplicado nas Camaras Municipais que criam empresas para dar lugar aos amigos ou que se aliam ao PSD quando não têm maioria. Camaras que desrespeitam o ambiente.
Devo crer que o vosso modelo é o que apelida as CT's de vendidas ao patrão quando não estão nas mãos de gente de confiança.
Sinceramente gostava que me explicasse a vossa alternativa porque do que eu conheço o vosso modelo é muito mais frágil do que o nosso. Pelo menos o BE tem sido coerente coisa que o PCP ao longo dos anos não tem sido.
Caro Daniel Arruda,
1. Sobre o que propomos: (Democracia Avançada para o século XXI): http://www.pcp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=13&Itemid=39#27
(Outro Rumo, nova política): http://www.pcp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=30894&Itemid=511
Eu sei que são umas centenas de páginas, mas está lá quase tudo. Sem ironia: julgava que os Trolls liam, estudavam e analisavam as propostas das outras forças políticas.
Não é para me gabar, mas eu faço-o. E só falo daquilo que sei.
2. Sobre alguns exemplos que cita: o Daniel confunde categorias da dialéctica materialista: forma e conteúdo. Eu preocupo-me fundamentalmente com o conteúdo. O Daniel fundamentalmente com a forma. São opções que dificultam o diálogo.
3. Sobre a democracia interna do PCP: uma camarada costumava dizer-me «Junta 5 ou 6 camaradas numa sala, todos na altura da Direcção, a falar sobre, por exemplo, as lutas e as greves de 1942-1945, ou as eleições do Humberto Delgado, e ao fim de 5 minutos estão todos às "turras". E todos têm razão. Um valoriza mais este aspecto, outro aquele, um terceiro outro». Percebido Daniel?
Em primeiro lugar pelo pedir desculpa por não ter conseguido responder antes. Nem sempre as necessidades da nossa vida se compadecem com as paixões!
Cara Isabel,
Sim. O BE e o PCP são manifestações políticas claras daquilo a que chamo extrema-esquerda.
Sim. O BE e o PCP têm uma votação marginal no eleitorado português. Os 20% que as sondagens dão a estes dois partidos são o fruto de um PS que tem governado fora do seu espectro ideológico.
De acordo com as mesmas sondagens o PSD tem, actualmente, cerca de 31% de intenções de voto. É, efectivamente, só mais 50% do que os 20% conjuntos do BE e do PCP. Mas o PSD tem mais de 50% governa mais de 50% das Câmaras Municipais e milhares de freguesias! A marginalidade de um partido tem de ser vista numa perspectiva global.
Respondendo agora directamente às suas questões:
1) Não conheço nenhuma proposta do PSD para desmantelar o sistema nacional de saúde (SNS). Eu próprio, que me enquadro dentro do espectro mais liberal do PSD não me revejo nessa posição. O SNS português – com todos os defeitos que tem – é um dos melhores que existe e os governantes devem fazer o possível para que melhore ainda mais. Também não acho que os portugueses queiram o desmantelamento do SNS.
2) Quanto àquilo que chama de lucros imorais dos bancos e a fuga ao fisco dos detentores de grande fortunas devo dizer o seguinte: Os bancos devem ser tributados nos seus lucros na mesma medida em que são todas as outras empresas. No entanto, não me parece que pelo facto de estarem bem organizados e de serem eficientes devam ser mais tributados do que as outras empresas. Não considero sequer os lucros dos bancos imorais. O que eu gostava é que todas as actividades empresariais em Portugal fossem tão organizadas e competitivas. Quem foge ao fisco deve ser punido por isso. Não acredito é a da teoria do Robin dos Bosques e de que os mais ricos devem pagar um imposto especial por terem acumulado essa riqueza. O meu pensamento está directamente relacionado com a forma como vejo a sociedade. O mérito, o empreendedorismo, a criação de riqueza devem ser premiados e não penalizados. A história do povo português demonstra que somos capazes de ser bem sucedidos desde que exista espírito de luta. Existem, naturalmente, portugueses que dirão mal de qualquer coisa, em particular da galinha gorda do vizinho, mas acredito que os do espírito guerreiro e empreendedor sejam em muito maior número.
3) Não entendo o subsídio de emprego como um fim mas como um meio. Não acredito, face à realidade nacional, que o mesmo seja suficiente. Não ache é a Isabel é que isso é revelador de que os portugueses são de esquerda ou de direita.
4) Não sei onde foi buscar a ideia de que a privatização dos serviços públicos não é benéfica. A privatização das instituições financeiras, não foi porventura benéfica? Colocando a questão de outra forma: qual foi a privatização que não foi benéfica para os portugueses? O que eu me lembro de ter sido terrível para os portugueses e para a economia portuguesa foi as nacionalizações do pós 25 de Abril! Isso sim deixou o país atrasado face ao resto do mundo ocidental e progressista!
Seja como for, admito, que existem ainda alguns papões em Portugal face a algumas ideias mais liberais. Afinal, contam a estória de que Portugal viveu uma ditadura fascista de direita em Portugal e querem com isso confundir os portugueses.
Maior mentira não poderia haver: primeiro, a ditadura de fascista teve pouco, sendo certo que os principais historiadores defendem esta tese; segundo porque de ditadura de direita teve pouco. Uma ditadura conservadora, sem dúvida, mas corporativista, isolacionista e profundamente anti-liberal. Manteve o país de acordo com uma concepção da sociedade muito mais próxima daquilo que defende hoje em dia o BE e o PCP do que dos partido do eixo democrático.
Caro Daniel,
“Desde 1974 até hoje o número de abstencionistas tem crescido. Não será certamente porque estão felizes com o que têm. Na minha modesta opinião cresce porque as pessoas se desiludiram com os políticos que nos têm governado e com o sistema em si.” – Concordo com a primeira parte, mas não sei a que se refere quando fala do sistema!
“Desde 1974 até hoje o número de não inscritos tem crescido. Certamente não é por estarem felizes com o que têm. Parece-me que desilusão é o termo mais certo.” – Concordo.
“E isto com o sistema que defende. Podemos deduzir por isso de uma forma muito pouco abusiva que as pessoas estão descrentes no sistema que as governa e acha que o seu voto não é importante pois os políticos são todos iguais.” – Concordo com a segunda parte. Não estou a ver onde se baseia para afirmar, peremptoriamente, que a desilusão reside no sistema que eu resido. Falta a ligação entre a desilusão com os políticos e a situação de facto e o sistema! Até porque quem disse que o sistema que eu defendo é este?
“Estudos recentes provam esta "tese".” – Quais estudos? Que tese?
“Ainda de uma forma pouco abusiva posso dizer que estas pessoas não são possíveis votantes no sistema e na direita que nos tem governado ao longo de 34 anos e assim sendo posso dizer que mais de 50% da população não se reveem no sistema. Parece-me simples.” – Tem razão. É abusivo. Não consegue demonstrar a relação causa/efeito entre uma coisa e outra, pelo que é logicamente indemonstrável a sua segunda afirmação.
Caro Daniel,
A esquerda está farta de demonstrar por esse mundo fora o que vale. E de facto provo-o! O problema – para si e para aqueles que defendem as suas ideias – é que a prova foi a falência do modelo.
Os portugueses, uns mais e outros menos, mas também ouvem e lêem as notícias e sabem o que propõem os responsáveis dos partidos de esquerda portugueses. O que ouvem e lêem é demagogia atrás de demagogia e sempre o mesmo discurso gasto e repetido. E se estão tão desiludidos com o “sistema” de que fala, porque não optam então por outro?
“Quanto ao mundo globalizado de que falava há pouco devo dizer-lhe que se algo ou alguém capaz de se adequar á globalização será a esquerda pois na direita só vejo fechamento, conservadorismo, valores bacocos, religião e demagogia.” – A esquerda que eu vejo é a antítese do que diz. É a esquerda que é fechada, conservadora e demagoga. É a esquerda que é incapaz de se abrir ao mundo e de se adaptar à realidade que dele emana. É a esquerda que é conservadora: não aceita a alteração ao status quo vigente e luta com todas as suas forças contra todos os ventos de mudança. Quanto à religião: não tenho visto onde a religião tem interferido com as políticas de direita. (nota: eu sou ateu!).
Finalmente. A mim a união da esquerda não me preocupa nada. Sou um democrata e aceito as escolhas dos portugueses (vivo à 26 anos num município comunista). O que eu não acredito é que o BE e o PCP tivessem alguma coisa a ganhar com isso. Juntos, acredito, que teriam menos votos do que separados.
Em último lugar, quero pedir desculpa pelo tamanho do comentário e agradecer o respeito que têm mostrado por mim e pelas minhas ideias. É neste espírito que gosto de trocar impressões e debater opções.
Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes
Caros amigos Troll´s. O meu comentário não andará por aí perdido? É que já vi publicados outros depois do meu comentário...
Castendo ou Antonio Vilarigues, esperava de si outro tipo de argumentação, pelo menos lógica.
Negar que o Grupo Parlamentar do PCP fez de pé, na Assembleia da Republica , um minuto de silêncio á memoria do Conego-Bombista-Melo,não lhe fica nada bem.
Pode tentar justificar a IGNOMINIA, pode tentar arranjar argumentos, que não terão nada de convincentes, agora dizer que mente quem diz isto....
Francamente homem , foi isso que lhe ensinaram nos Comandos....
Felipe, desta vez sou eu que lhe peço tempo para responder..hoje estou completamente coitadinha...cansaço ou sono, os olhos teimam em fechar-se e a cabeça em desligar. Amanhã, com tempo.
Fernando, como deves perceber, quando colocas os comentários, não temos a moderação de comentários activada. Só a activamos quando nos fazem perder a paciência, os nossos antis nós têm tentado mas nós tomámos um elixir da paciência e ainda estamos sob o seu efeito...
Por isso, não temos nenhum comentário nem teu nem de ninguém à espara de ser publicado. Qualquer comentário, neste momento, entra de imediato. Não faço idéia o que pode ter acontecido (juro que não é mau olhado!!!), mas penso que te devo pedir que o escrevas (ok, o escrevas mais ou menos) de novo.
Desculpa,mas deve ter sido um problema do sistema (ok, da Blogspot não do capitalismo!!).
Obrigado.
Caro Filipe Arede Nunes
Foi a pensar naquilo que aqui escreveu que fiz novo post que é capaz de já ter notado. O tal que fala de filosofia.
Como deve calcular quando se alargam os âmbitos de um post escreve-se imenso tornando complicada uma resposta atampada e adequada uma vez que no Troll a gente trabalha.
O seu comentário é longo o que não facilita a resposta mas vou tentar responder a algumas coisas.
Diz que a esquerda já demonstrou por esse mundo fora o que é capaz. Certamente se esqueceu quando escreveu isto da Finlandia só para lhe dar um exemplo do que a esquerda é capaz mas nem quero entrar por aí. Poderia-lhe dizer antes que o liberalismo e neo liberalismo tb provaram do que são capazes. Da exploração do 3º Mundo, da miséria, do desemprego, das políticas securitárias, das guerras. Mais particularmente em Portugal eu não sou capaz de afirmar o que o sistema vigente fez de bom pelo país. Vivemos cada dia pior. É um facto.
Mas falemos da globalização. Diga-me onde é que os liberais europeus e mundiais se conseguiram juntar numa plataforma global para discutir. Não me vai falar nos G8 e similares pois não. Ao invês a esquerda europeia e mundial consegue actualmente aquilo que era impensáel há uns anos. Discutir a globalização nos Fóruns Sociais. Com o partidos políticos mas também com a chamada sociedade civil. Discutir imigração, guerras, injustiças, ambiente, novas tecnologias é acima de tudo discutir a glogalização. Para o liberalismo globalização é apenas mercados, dinheiro e novas oportunidades de negócio.
Nota: Somos já dois ateus :)
Será demagogia defender algo de melhor para todos. Defender que a riqueza não pode estar concentrada em meia dúzia de mãos.
Você diz e bem que o empreendorismo deve ser recompensado. Mas já viu que esse empreendedorismo não seria nada sem as pessoas que para ele contribuem. Então porque será que enquanto a paga para o empreendedor é o lucro, e volto a dizer justo, e para quem produz esse lucro se cria legislação que facilite que ele seja "tramado", que se pague mal, que seja sujeito a recibos verdes entre tantos outros exemplos. Não lhe parece mais justo que a riqueza seja distribuida de uma forma um pouco mais justa? Será que não lhe causa incómodo que uma empresa que apresenta milhões de lucro, no entanto 2 ou 3% abaixo do esperado tenha como 1ª medida o despedimento e o congelamento de salários. Não lhe causa incómodo que enquanto uns se queixam que os lucros baixaram, note que não estou a falar de prejuízos, e obrigam os empregados a pagarem esse preço, os empregados vêm a sua vida penhorada por não poderem pagar casa ou não terem dinheiro para comer? Tudo isto é a ideia liberal que o PS e o PSD têm defendido para Portugal. Tudo isto é o sistema.
Quanto ao agradecimento, não tem de quê. Nós gostamos de debater. infelizmente há por aí quem não goste e opte pelas calúnias, pela difamação e pelo insulto. nesta casa quem vem por bem, mesmo com outras ideias é bem tratado.
Felipe, pegando, apenas, em meia dúzia (ok, um cadito menos) de afirmações suas:
"O mérito, o empreendedorismo, a criação de riqueza devem ser premiados e não penalizados."
Premeia-se com a precariedade? Ok, ainda recuando um pouco mais: são possíveis com a precariedade? a aposta no trabalho sem vinculos, sem direitos? Como é que um trabalhador eternamente a prazo pode ser empreendedor? Como é que um País que não aposta na formação profissional pode apostar no empreendorismo e no mérito?
A balização por baixo, os nossos milhares de jovens licenciados, que vegetam a prazo nas caixas de supermercados ou nos call centers, ganhando menos de 500 Euros por mês,vão fazer empresas mais fortes ou, vão, apenas, dar mais lucros às empresas? Porque não me parece que seja o mesmo...nem que contribua da mesma forma para a riqueza do País.
Quem tem apostado há décadas na precariedade, nos baixos salários, na impreparação dos trabalhadores, na impreparação escolar, no abamdono escolar? quem pasou pelo Governo nas últimas décadas? A extrema-esquerda, de que você fala?
"Colocando a questão de outra forma: qual foi a privatização que não foi benéfica para os portugueses?"
Falo-lhe dos transportes, so para dar um exemplo? Dos tranportes para lugares que não dão lucro mas onde vive gente? na maioria dos casos, onde vive gente envelhecida, sem outro meio de tranporte que o autocarro que se deixou de fazer, porque o transporte deixou de ser um serviço público e passou a ser um meio de, apenas, alcançar lucro.
Deixe-me so concretizar um caso que conheço: nasci e cresci num concelho a 13 km da capital do distrito. Hoje, ao fim-de-semana, se alguém quiser ir ao Hospital Distrital visitar um familiar ou um amigo doente, na visita das 13...tem que apanhar o autocarro às...9.40.
Durante a semana há três ligações diárias entre os dois locais...ah, e não, Felipe, nem toda a gente tem carro, por mais que a Direita tenha optado pelo alcatrão duarante décadas (aliás a actual crise energética mostra como também aí a política da Direita foi a política errada...).
"mas corporativista, isolacionista e profundamente anti-liberal. Manteve o país de acordo com uma concepção da sociedade muito mais próxima daquilo que defende hoje em dia o BE e o PCP do que dos partido do eixo democrático."
Pois Felipe, a isto não lhe sei responder...a não ser que lhe peça que procure no programa do BE (é no Bloco que milito, penso, pois, que percebe o facto de me contentar com o programa do meu Partido) concepções isolacionistas e coorporativstas? Já não lhe falo em algo que se assemelhe com diatdura, seja ela considerada fascista ou outra coisa qualquer...preconceitos, Felipe, há muitos como você diz. Talvez devessemos fugir deles...
"A esquerda está farta de demonstrar por esse mundo fora o que vale. E de facto provo-o! O problema – para si e para aqueles que defendem as suas ideias – é que a prova foi a falência do modelo."
De que modelo fala, meu caro Felipe? Já me viu defender algum? Ou ao BE?
A fome, as desigualdades sociais, a emigração clandestina, o trabalho sem direitos, a actual dramática situção económica e social que o Mundo atravessa, são resultado da falência de que modelo? Do da Esquerda, por mais falidos que muitos tenham sido?
Há quanto tempo, e presumindo que é desse "modelo" que não é o meu, mas o Felipe pensa que é, caiu o Muro de Berlim?
Isabel,
Espero voltar mais tarde, talvez no fim-de-semana apenas porque isto não tem estado fácil, mas pense no seguinte e baseando-se nas suas palavras: "De que modelo fala, meu caro Felipe? Já me viu defender algum? Ou ao BE?
A fome, as desigualdades sociais, a emigração clandestina, o trabalho sem direitos, a actual dramática situção económica e social que o Mundo atravessa, são resultado da falência de que modelo? Do da Esquerda, por mais falidos que muitos tenham sido?
Há quanto tempo, e presumindo que é desse "modelo" que não é o meu, mas o Felipe pensa que é, caiu o Muro de Berlim?"
Se a Isabel, não defende nenhum modelo, se o BE não defende nenhum modelo, então o que raio é que andam a fazer na política?
É porque sem modelos, não é possível ir a lado nenhum. Meia dúzia de ideias distribuídas anarquicamente ao som das conjecturas não é um modelo, é uma desgovernação.
Seja como for, é como lhe digo. Voltarei mais tarde, até porque me parece que foca uma série de assuntos de muita importância e pertinência.
Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes
Felipe, quando você escreve:
"A esquerda está farta de demonstrar por esse mundo fora o que vale. E de facto provo-o! O problema – para si e para aqueles que defendem as suas ideias – é que a prova foi a falência do modelo."
Está a falar de um modelo que faliu...logo que já existiu...não está a falar no modelo (nos modelos) que preconizamos construir.Nem nos modelos ideológicos em que nos revimos.
Por isso o questionei e questiono se tem que haver algum ou se já me viu defender algum.
Para andar na política é preciso querer construir um futuro, é preciso querer intervir no presente, é preciso analisar o passado e aprender com ele. Aprender com os erros faz parte do crescimento, da maturidade. Uma Esquerda que diga que quer hoje imitar os modelos gastos e falidos, é uma Esquerda sem futuro. Assim como a Direita o é, se fizer o mesmo.
Por isso o questionei...não lhe perguntei que modelo o Felipe acha que eu quero construir...perguntei-lhe em que modelo do passado acha que me revejo. Foi disso que o Felipe falou. Uma coisa que ainda não se construiu, não pode já ter falido.
Bom fim-de-semana, volte sempre que quiser. E aproveite o fim-de-semana. O Troll pode esperar...o Sol está lá fora a rir-se para nós!!!!
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