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segunda-feira, janeiro 19, 2009

Juntei um lugar novo ao meu roteiro

Gosto de colocar lugares no roteiro das minhas emoções. Acho até que um roteiro sem lugares não pode ter qualquer veleidade em ser chamado de roteiro. E lugares a que não se associam emoções, não são lugares, são localidades, cidades...apenas isso.
Este fim-de-semana juntei um novo lugar ao roteiro das minhas emoções. A Paris, das saias às pregas e dos totós ( e, muitas décadas depois, da derrota pela falta de capacidade de lhes voltar - às saias e aos elásticos às cores). Ao Piodão, da última viagem antes de nunca mais ter ficado sozinha, quando o meu filho ainda mal se fazia sentir dentro de mim. A Bruges depois da ressaca de uma perda, que o tempo haveria de provar ser...apenas uma perda. E aquele mosteiro onde eu, ateia empedernida, por momentos achei que, com um bocado de boa vontade e sem o céu cinzento e a chuva constante, seria capaz de ali ficar para sempre. Ou de me reencontrar. A Viena e à descoberta de que sou capaz de viajar de avião sem medo, bastando para tal ter, no meu braço, a mão do meu filho (depois disso já fiz outras tentativas, falta o braço e o medo voltou). Ao Porto onde vivi momentos que guardarei para sempre num cantinho resguardado da luz e do vento. Quase tipo reliquia, os bons. Ou tipo alerta, os outros.
Juntei-lhe, pois, ao roteiro das minhas emoções, um outro lugar. Quando olhei para trás, ao pé da estação, soube que ali ficaria para sempre (sentir já tinha sentido muito antes). Mudem ou não as emoções (e não lhes vou dar confiança para isso, palavra de escuteira!!), se delas não é nada aconselhável, apesar das promessas de escuteira, falar em eternidade, dos lugares pode-se. Este fim de semana juntei um outro lugar ao meu roteiro dos lugares eternos, os que merecem constar do meu roteiro. E como de lugres se pode falar em eternidade...ficará para sempre dentro de mim. E eu nele. Assim como na imagem. Suspenso(s) no(s) tempo(s).

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