Pontos negros
A DECO diz que vai fazer um levantamentos dos pontos negros da cidade de Lisboa. Por acaso o estudo é apenas relativo á segurança rodoviária.
Aviso desde já que não é preciso. Eu posso antecipar o mapa com uma fiabilidade de 99,9%. É que ser peão, ciclista ou skater em Lisboa é um verdadeiro tormento. Tão tormento como ser condutor é um facto mas as probabilidade de se acabar aleijado se não andarmos de carro são maiores. Daí concluir-se que as pessoas andam de carro para se proteger. Mas quanto mais se protegem mais carros há em Lisboa e mais perigosa se torna a vida doa peões. Se juntarmos a isto a incompetencia de quem desenha traçados, escolhe pavimentos, localiza passadeiras e semáforos, coloca separadores e constroi passeios podemos deduzir que a vida do peão em Lisboa é um inferno. Inferno literalmente, pois embora não tendo o fogo tem todos os gases possíveis e imaginários, dos dioxidos aos monoxidos de carbono passando pro toda a tabela de gases conhecidos com excepção do oxigénio.
Mas depois criam-se os dias sem carros, em que toda a gente é convidada a vir passear pela cidade a usufruir da cidade. Lisboa precisa de muito mais que um dia sem carros. Precisa de uma rede de transportes públicos decente e que sirva os cidadãos. Precisa de transportes amigos do ambiente, precisa de técnicos que ao desenharem estradas e infrastruturas se lembrem em 1º lugar dos cidadãos, precisa de um projecto político para a cidade que devolva a cidade aos cidadãos.
Até lá podem fazer-se os estudos que se quiserem. O seu destino está traçado á partida. O caixote do lixo de Carmona Rodrigues.
Etiquetas: Daniel Arruda
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