O Inverno da Azambuja
Ontem 1200 trabalhadores da Opel da Azambuja e mais umas centenas das empresas que para ela trabalhavam, ficaram oficilamente desempregados. A notícia diz que à saída, ao fim do último turno, se cruzaram com os trabalhadores contratados para desmantelar a fábrica.
Velhos demais para arranjarem emprego. Novos demais para se reformarem. Quis o acaso que para os trabalhadores da Azambuja, o Inverno chegasse na data certa. Às vezes, as datas chegam em dias que nunca deviam chegar. Se se tomassem medidas a tempo. Se houvesse coragem politica para obrigar a que se honrassem compromissos. Se se aprendesse com os erros.
Quantos Invernos começaram hoje?
Etiquetas: Isabel Faria
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E este é um «inverno» tão frio!
Faz mais frio na Azambuja, muito mais.
Pois Émièle, e sabe-se lá o frio que diariamente vai fazendo por aí. A gente sabe quando encerra uma fábrica...quando há despedimentos individuais, não passam de números das estatisticas.
Sabes Isabel o que me custou mais, ouvir trabalhadores dizerem , que a CT os tinha traido e abandonado.
Nada de salarios até 2009, trabalharam por mais 300 contos, para porem na rua mais de duas dezenas de milhar de veiculos , para alem da produção normal,e todas as reinvidicações resultaram em nada, e a exploração desenfreada foi até ao fim.
Não está aqui em causa a cor politica da CT, está em causa a sua falta de capacidade de liderança, e de discussão de alternativas, quer com o governo, que com a administraçaão da Opel-GM.
Este caso quer pela sua gravidade 1200 despedimentos, quer pela forma como a luta foi conduzida pelos representantes dos trabalhadores , merece e que sejam tiradas, lições desta derrota.
Pois A.Pacheco, dai eu ter escrito "Se se aprendesse com os erros".
Não sei se vale a pena discutir a cor politica da CT, mas talvez não possamos não tirar ilações da sua actuação. Durante todo o processo. E agora. E recordar criticas que se lhes ouviu em outras situações em relação a outros trabalhadores. O autismo nunca foi bom conselheiro.
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