"Eu vinha para a vida, e deram-me dias"
Resposta
«Eu vinha para a vida, e deram-me dias»
vivos com os seus lugares e espaço....
Ontem nasci sem fim, e alimentei-me
nesta mesa que em duas se reparte.
Uma aba no mar, vagante à toa,
trouxe os sabores de ondas, de orlas.
Outra aba na terra mostrou-me as pedras
polidas, úberes, gastas. Pedras
densas que me encheram o ventre
e me criaram similar à Terra.
No mar tive cristais quebrados, jóias;
na terra, tão nítida poeira branca
que fundi as formas das flores visíveis....
...
E hoje é este olhar profundo
deriva das imagens pelo mundo.
deriva das imagens pelo mundo.
Fiama Hasse Pais Brandão - 1938-2007
Etiquetas: Isabel Faria
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Isabel, não sabia, tive um choque agora quando cheguei ao teu post.
Se o 2006 acabou mal, este não está a começar bem.
Bem, ainda cá volto.
(sou parva, mas fiquei tão impressionada que fechei logo o comentário...)
Queria dizer que escolheste muito bem o poema. A verdade é que quando o li, antes de chegar à tua linha, estava a pensar que era mais uma contribuição da tua parte para a alínea de Poesia do Troll. E era natural, porque era um belo poema, independetemente do momento em que foi aqui publicado.
Ela nem sempre era uma poetiza fácil. Mas encontramos alguns poemas magníficos. Que geração... Ela, a Luisa Neto Jorge, o Gastão Cruz... Tão diferentes mas com tanto que dizer.
Que a perda, física de Fiama, sirva para o seu maior conhecimento, por parte dos que amam a vida e as letras deste nosso país.
De qualquer forma, é sempre doloroso, vermos abalar os melhores de nós.
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