SMS, Emails e outros seres
Há alguns anos, contava-se, na minha empresa, a história de alguém importante, das superestruturas da empresa a nível internacional, que tinha sido afastado por ter carregado na tecla errada. Ao enviar um mail para alguém com opiniões comprometedoras sobre a politica da empresa, carregou, por engano, nos All Users e cá vai desta. O Mail foi parar às mãos de toda a gente, incluindo dos, por ele, responsabilizados autores e mentores dos erros apontados. Essa história que foi passando de boca em boca, mas que nunca tive oportunidade de confirmar, sempre me serviu de exemplo. Desde o primeiro dia que tive Email da empresa, que aprendi um truque que me veda o All Users. Para lá chegar tenho mesmo que escrever com as letritas todas...tipo escarrapachado, mesmo.
No resto da vida, não me ensinaram nenhum truque. E depois, às vezes, acontecem coisas. Quando não havia Emails, nem SMS, nem essas coisas tipo Concorde nos seus tempos áureos, a gente conseguia segurar, muitas vezes, as palavras. Elas saíam, a gente algumas vezes entendia que tinham saído da forma ou no tom errado e conseguiamos, à custa de muita correria é verdade, apanhá-las ainda em tempo útil. Chamava-se conseguir emendar a mão. Outras vezes, por mais que se correse já era tarde. Mas, aí, creio era quando as palavras já há muito tinham sido mostradas. Antes de ditas.
Agora com essas coisas das novas tecnologias e como não conseguimos andar à velocidade da NET ou da TMN, as coisas podem complicar-se.
Já por algumas vezes me aconteceu enviar SMS para as pessoas erradas. Não faço ideia porque mecanismo. Possivelmente porque, por qualquer razão, estou a pensar nessas pessoas, nesses momentos. Outras vezes, porque o nosso inconsciente tem a exacta noção da importância que as pessoas têm nas nossas vidas e encarrega-se de fazer escolhas, mais ou menos embaraçosas, por nós. Outras, por distração pura e simples...outras ainda porque o J, por exemplo, tem o azar de ser a seguir H ou antes do L, isto quando o parvo do K não se mete pelo meio... outras, finalmente, porque temos uma memória com capacidade para guardar algumas coisas...incluindo números de telemóvel. Nestas ocasiões, em que alguma destas coisas nos pregam partidas, é sempre bom ter-se a consciência tranquila. Não se ser falsa. Nem hipócrita. Chamar-se os bois pelos nomes. Não se ter nada a esconder. Ser-se leal.
Quando o nosso inconsciente pensa exactamente o mesmo que nós, mostra exactamente o mesmo que nós, sente exactamente o mesmo que nós, não há SMS marado que nos vença.
Sabe bem esta certeza para uma gaja distraída e algo disléxica nas teclas como eu.
Etiquetas: Isabel Faria
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Boa essa explicação, mas é assim mesmo.
Pois é Jose. Quando a gente anda de bem com o nosso irmão escondido cá dentro, não há tecla que nos vença !!!
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