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terça-feira, novembro 27, 2007
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Daniel Arruda
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11Comenta Este Post
A questão do tempo é de facto uma das questões mais importantes deste nosso tempo e devido á sua importancia é onde o capital quer bater mais.
Bom texto
PS: Ficaste gira na fotografia.
Gostei de ver o Gil, na frente da luta dos trabalhadores em greve da Valorsul. Os outros, foram representados pelo "minino" da linha de Sintra.
( também gostei da tua foto que aparece no Esquerda.)
Obrigado Daniel. Por gostares do texto...e pelo gira. Sabe sempre bem um pioroposito de um amigo!!!
Jorge, bem vindo cá a casa...como e´que nos descobriste???
Quem??? ok...vou perguntar, já que não estive lá.
(pois os camaradas do Esquerda esmeraram-se...ainda estou aqui a pensar que foto é aquela..mas tenho a impressão que tinha menos uns kilos...o que também é bom...para me envergonhar!!).
Não os descobri,Isabel.Que saiba, nunca estiveram neste sitio na clandestinidade.Há algum tempo que entro neste sitio para gozar com o lampeão de serviço mas,eu sim, na clandestinidade.Um abraço
Bom testo Isabel
Mas para além da nossa opinião e da resposta que damos ás propostas patronais antes de qualquer negociação penso que se deve calcular os sacrifícios que vamos pedir aos trabalhadores, por tudo o que dizes e que quando se levanta uma greve ao fim de 7 dias para se aceitar o que o patrão ofereceu no primeiro dia, não é mobilizador, é desmobilizador, de certeza é mesmo outra coisa que não quero qualificar aqui...
Neste tipo de greves devemos analisar as possíveis solidariedades, (outros sindicatos ligados directamente ao trabalho ali realizado), e depois de ganhar essa solidariedade, estudar a forma de lançar greve tipo intermitente , (por exemplo, num dia os camionistas em solidariedade, no outro os trabalhadores da Valorsul etc) mas……….
Claro que não estavamos..apenas nunca tinha descoberto que passavas por aqui...clandestino...para atormentar o Daniel nos seus impetos lampioneiros (esta é uma junção de lampeão e das notícias desta noite...sei lá..pioneiros...espulsões...)
Augusto, no dia a seguir ao levantar da greve, escrevia ali mais em baixo:
"2 - A falta de solidariedade acaba por ser outro aspecto que ressalta desta greve. Não sei se houve manfestações de solidariedade da parte dos trabalhadores das Câmaras que iam transportando o lixo. Houve? Alguém viu? Há alguma tomada de posição pública do STAL ou do STML, sindicatos a que pertencem seguramente muitos dos motoristas que conduziam os camiões que transportavam o lixo e que tão acerrimamente têm combatido as rescisões dos avençados da CML? O papel dos Sindicatos é só defender os seus associados? Ou é defender e apoiar os trabalhadores? Que distância com as greves em França não é?
A criação de fundos de greve não deveria ser uma prioridade do Movimento Sindical?"
Hà anos, na minha empresa, fizemos uma greve de quase duas semanas ...acabou assim. Sem solidariedades. Com a tradicional não cedência total que só seria justificável se estivessemos numa posição de força que a perda do salário de meio mês e a correlação de forças não nos dava, mas que nas condições em que foi feito, em tudo semelhante ao de agora na Valorsul, parece-me apenas um recuo desmobilizador disfarçado de radicalismo. Que deixou marcas durante anos...
O artigo está excelente, Isabel. A apropriação do nosso tempo vai-se fazendo de diferentes formas e de formas mais dolorosas que estas, creio. Hoje em muitas empresas e em particular em certas profissões deixou de haver um tempo de trabalho. Os trabalhadores são abusiva e deliberadamente empurradas para o prolongamento do seu horário de trabalho, pela pressão do trabalho, por força da estimulação de competição individual ...para cumprir objectivos, para ganhar umas comissões, ou por recurso FORÇADO a umas horas extraordinárias. E o nosso tempo? E o tempo para os nossos filhos? Para os nossos amigos, para o desporto, o convívio, onde está? Estas foram uma das grandes lutas que travei contra as minhas chefias , especialmente nesta última fase da vida profissional em que era um "vendedor".
E digo que são formas mais dolorosas porque retiram essas horas em cada dia. Já não são as 8 horas de trabalho, são 9 e 10 horas, em muitas profissões, sem acréscimo de vencimento ou pagamento de horas extraordinárias. O caso da valorsul, apesar de tudo parece-me ser diferente mas corrige-me se estou enganado, pois não acompanhei bem a luta. O que está em causa é o aumento da carga horária de trabalho ou a diminuição dos intervalos de trabalho com os turnos (o que a ser assim levará ou à criação de postos de trabalho -o que não acredito que seja o caso - ou à realização de trabalho extraordinário - o que tornaria a luta muito saudável?
Muito bem Isabel.
Para além do esquerda.net o texto deveria tambem estar no Luta Socialista
Fernando, se tu soubesses a mimha luta diária pela recusa de prolongar o meu horário de trabalho...
O que sei da Valorsul:
Por acordo de empresa (passa-se o mesmo no meu sector por CCT) o intervalo entre dois turnos é de doze horas. Para fazer face a picos de trabalho, mas sobretudo pela constante opção por não criar mais emprego, a Administração da Valorsul recorre regularmente a horas extraordínárias. Pagas. Que os trabalhadores, na tal "traição" aos trabalhadores de Chicago vão fazendo, para conseguir compensar os habituais baixos salários neste País.E em que a Valorsul não deve ser excepção.
A Administração para poupar uns cobres, aumentar os seus lucros e resolver o problema dos piques de trabalho, pretende agora diminuir o intervalo entre dois turnos para 8 horas...isso permitiria que os trabalhadores não se pudessem recusar a fazê-las e não fossem por elas renumerados como horas extraordinárias.
Como escrevi os trabalhadores "ofereceriam" de borla e sem opção 4 horas diárias do seu tempo.
O seu salário baixaria, pois as horas extraordinárias acabariam e novos postos de trabalho nem vê-los, como é lógico.
Se bem percebi então a intenção da administração da valorsul seria acabar com as horas extraordinárias para isso acrescentando mais um turno. Ou seja os trabalhadores não teriam propriamente um acréscimo de horas de trabalho diário mas uma certa "desarrumação" do seu tempo livre o que não deixa de ser uma violência mesmo assim. Assim sendo espero que o motivo da greve tenha sido a luta contra o trabalho por turnos (excepto em situações de pico e naturalmente com recurso excepcional ás horas extraordinárias)para assegurar exactamente aquilo que tu muito bem definiste a (re)apropriação do tempo para lhes dar outro uso ...também importante e não apenas pela perda de horas extraordinárias (por muito que sejam necessárias para compor o orçamento familiar)em nome de quem lutou pelas 8 horas de trabalho diárias e em nome dos inúmeros desempregados.
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