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sexta-feira, setembro 26, 2008

Coisas dos dias


Tinha sido num lugar assim o dia da partida. Assim, tal qual aquele. Tudo no mesmo lugar. Milimetricamente no mesmo lugar. A standardização é, sem nenhuma dúvida, uma aliada fiel e cruel da memória das despedidas.
Por uma sádica conjunção de factores, não foi um lugar, foram quarenta e seis. Iguais. Miliimetricamente iguais ao lugar da partida.
Parava sempre à entrada e à saída. Venci mais este, pensava. E recomeçava. Uma cena repetida à exaustão como que para conseguir a perfeição da dor.
Acontece o mesmo com os dias. Venci mais este, pensa sempre quando chega à noite.Venci mais este de mim sem ti.
Um dia destes, quando a noite chegar e já não estiver cansada de vencer os dias, há-de lá voltar ao lugar igual. Talvez não faça quarenta e seis de uma vez. É capaz de ficar pelos vinte ou trinta. Um dia qualquer não pára à saída. E mais tarde nem à entrada irá mais parar. Será a sua vitória contra a memória (daquele dia? dos dias?).
"Nem a standardização te vai valer". Fala com a tua falta.

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