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sexta-feira, setembro 19, 2008

A Direita deu mais um passo para o sec. XIX

São as questões da dignidade do trabalho e da justiça social, que continuam hoje a distinguir quem, usando uma linguagem de antigamente, está de cada lado da barricada. As questões fracturantes continuam a ser as questões dos direitos dos trabalhadores. Por mais fracturantes que sejam as que têm a ver com o direito à igualdade e com o fim das descriminações. Se é pssivel ver a Direita dividir-se na questão da despenalização da IVG ou do casamento homossexual, é quase impossível vê-la dividir-se quando o que está em causa são as relações laborais.
Hoje, o PSD e o CDS abstiveram-se na AR porque se puderam dar ao luxo de deixar o ónus de uma Lei ainda mais injusta do que a que tinham feito aprovar em 2003, para o PS. Se o PS precisasse dos seus votos para nos tornar precários para toda a vida, o PSD e o PP teriam cumprido a sua obrigação. O PS não precisou dos seus votos a acaba, assim, de dar por sua inteira responsabilidade política mais um passo decisivo em direcção ao sec. XIX.

Dentro do PS ainda há quem seja fiel aos princípios que, durante séculos, distinguiam a Esquerda da Direita. Apesar de muitas vezes não se ouvirem, hoje, na bancada socialista, ouviram-se as vozes de quatro deputados que recusaram mais um passo no regresso ao passado. Não chegam para vencer Sócrates. Não chegaram para impedir mais este atentado ao direito a uma vida digna por parte de quem trabalha. Mas é de inteira justiça que sejam realçados. Afinal, a alternativa a Sócrates tem que passar por aqueles que também no PS recusam que o neo-liberalismo selvagem seja o caminho.

Com a mesma convicção com que muitas vezes aqui apontei as incoerências e as incosequências de Manuel Alegre, aqui deixo hoje esta nota de aplauso. A ele e aos seus três companheiros que tiveram a coragem de não esquecer que era suposto o PS ser um Partido de Esquerda. Que, socialmente, o PS é um Partido de Esquerda.

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6Comenta Este Post

At 9/19/2008 10:48 da tarde, Blogger josé manuel faria escreveu...

Alegre esteve bem no código de trabalho. Logo em seguida mete o pé na poça nas "questões fracturantes".

Alegre é inconsequente, e muito.

 
At 9/19/2008 10:59 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Sabes Zé Manel, que não achei as declarações tão más assim? Afinal ele tinha razão que para os Jotinhas do PS as questões fracturantes não passam pelo Código de Trabalho, pela precariedade, pelo trabalho sem direitos...aí, os jotinhas fazem um silêncio cumplice e cobarde.E se vires bem até em ralação às outras, vai quase sempre uma distância significativa entre os outdoors das campanhas eleitorais e a interveção quando o PS está no Governo.
Por isso, até podem não ter sido as melhores palavras e até podem ser entendidas de formas diferentes...mas não me parece que tenha sido um puxão de orelhas descabido.
Ah, mas também não tenho nenhuma dúvida quanto á inconsequência de Alegre.

 
At 9/20/2008 12:03 da manhã, Blogger Daniel Geraldes escreveu...

Não conheço na sua plenitude as alterações ao codigo do trabalho, mas daquilo que conheço não me parecem assim tão más.

Numa altura evidente de crise, acho inconsequente a CGTP vir pedir aumentos salariais de 5%, quando a grande maioria das fabricas fecha portas e despede os seus trabalhadores por deslocalizações ou falta de competividade das mesmas, gostava que a CGTP por uma vez que fosse em vez de pedir mais direitos e manifestar-se apenas e exclusivamente por isso, se manifesta-se para que o Estado Português fosse mais celere a devolver o IVA as empresas, e que pague-se aquilo que deve as PME em vez de abrir linhas de credito, isto podia fazer mais pelas pequenas empresas que são na realidade o grosso da nossa economia,e consequentemente mais pelos trabalhadores, e se calhar esta simples medida podia criar mais postos de trabalho e mais competitivos do que qualquer marcha contra o desemprego, ou qualquer greve de reinvidicação de aumentos salariais.

Mas se os nossos patrões não são empresarios, tambem os nossos trabalhadores não são sindicatos a serio.

 
At 9/20/2008 12:27 da manhã, Blogger Isabel Faria escreveu...

Daniel, para não lhe deixar só a minha opinião e você poder, legitimamente, achá-la parcial, deixo-lhe um link para o JN de ontem (desculpe não saber fazer um link na caixa de comentários...mas é uma incapacidade mais que assumida...e assim chega lá na mesma): http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Interior.aspx?content_id=1014858

Aqui estão apenas algumas opiniões que não vêm de sindicatos ou de partidos de esquerda.

Se você consegue imaginar que Portugal tem estruturas sociais para os seus trabalhadores aguentarem horários semanais que podem ir até às 60 horas...eu não consigo. Se me conseguir provar que é legítimo que um trabalhador seja despedido, o tribunal considere ilícito o despedimento e a empresa não seja obrigada a reintegrá-lo em pergunto-lhe para que serve a Justiça e pergunto-lhe qual a diferença entre isto e a precariedade para toda a vida...juntando a essa questão a de saber se a consrução dum futuro profissional, social, pessoal, familiar é compatível com o passar a vida toda sem poder planear o ano a seguir...o mês a seguir.

Quanto aos erros das actuações sindicais, concordo num ponto consigo. No "exclusivamente". Mas de maneira nenhuma penso que o que se avizinha seja de tão pouca importânia e gravidade que o Movimento Sindical possa assobiar para o lado. Nem o MS, nem cada um de nós, trabalhador e cidadão com direito a vida privada fora das empresas e dos serviços.

 
At 9/20/2008 4:43 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Não devem ser mais de 10 ou 12. Os js
fazem o favor ao ps de lhe dar uns ares de esquerda, na realidade em questões não diretamente relacionadas com a luta de classes, sem lhes retirar qualquer importancia.MAlegre disse bem, julgo,ja o deveria ter dito ( e demomstrado para o que servem os js ), as palavras não me parecem felizes, dada a real importancia destes problemas para muitos de nós.

 
At 9/21/2008 7:41 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

FJ, eu também não disse que foram felizes. Mas nem por isso deixaram de ser merecidas.

 

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