Inigualável
Nem sequer me apetece muito entrar na discussão sobre a unanimidade. Digamos que não é um problema meu. Eles é que sabem...
Agora a mania de se ser os únicos, os puros, sinceramente, irrita-me.
"Vamos entrar numa nova fase de discussão em todo o partido das nossas teses, coisa que é inigualável em relação a qualquer partido nacional", afirmou Jerónimo de Sousa. Para quem sempre foi militante do PC, até me apetece perguntar como é que sabe...mas, pensando bem, também nada tenho a ver com as crenças dos outros.
Desejo, pois, que mantenham a unanimidade, se isso lhes servir de certeza de alguma coisa. Eu, pela parte que me toca, fujo dela a sete pés...da unanimidade e da fé. E reconheço que contrariamente a Jerónimo de Sousa não faço idéia de como são discutidas as teses nas bases no seu Partido. Ele, pelos vistos, sabe como são discutidas no meu...ainda bem para ele, que o saber não ocupa lugar.
Uma coisa lhe posso garantir, no dia em que houver unanimidade no Bloco de Esquerda, acaba o Bloco de Esquerda...pelo menos, o meu.
Costumo dizer com os meus botões que se há alturas em que tenho dúvidas dentro do Bloco é quando há um ligeiro cheiro a estas fés e a estas unanimidades...ponho-me logo de nariz levantado.
Etiquetas: Isabel Faria
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Um exemplo: No plenário concelhio o representante máximo, normalmente dirigente da direcção regional e membro do CC, abre o debate explicitando os pontos "chave" política nacional, combater a política de direita, política internacional, combater o imperialismo (resumo, claro)
Os militantes vão folheando o "livro", a maioria pela 1ª vez.
Alguns membros do partido repetem o que o dirigente disse.
Quando há divergências de fundo o dirigente "máximo" aponta o nome e as suas objecções, raramente são discutidas profundamente. Aconselha o camarada a escrever para a "velha" comissão política.
Em seguida pode acontecer uma votação na generalidade das teses.
A eleição de delegados acontece ali no plenário. São propostos pela mesa ou por militantes.
Há uma votação prévia, Braço no ar / secreto, 95 % dos casos vence a proposta de braço no ar.E os delegados propostos pela mesa são quase sempre os eleitos.
Que ficam vinculados às teses ( normalmente).
Eu fui eleito ao 16º congresso com muitas criticas às mesmas. Caso raro!
Caro JMF,
Já se apercebeu que o conteúdo do seu último parágrafo contraria e anula todo o enunciado anterior?
Por vezes, a necessidade que temos de maldizer, tem efeitos colaterais, e a mente, coitada,sem qualquer tipo de culpa, só tem um caminho, tolda-se.
É a vida.
Cumprimentos
O PCP é uma vergonha!
Parece a FER!
De facto é inigualável.
Mas agora me lembro na Igreja católica acontece a mesma coisa. Discutem, discutem, e sai sempre aquela opinião que tinha sido proposta pela direcção!
Coincidências talvez
Arménio, eu nunca te confessei isto, mas eu curto o teu sentido de humor!!
Ribeiro, será que contradiz? Melhor, será que haver muitas criticas em realção às teses propostas a discussão,num Partido de militantes como é o PCP deveria ser caso raro?
Pois é, Franco, são questões de fé...a tal que eu por mais que tavesse à vezes me apetecesse ter (acho que às vezes facilita a vida), não alcanço!!
A estrutura do PCP, e a sua forma de organização, só podem conduzir a uma situação desse tipo.
O centralismo democratico, que a maioria dos militantes nunca soube o que realmente era, transformou-se em centralismo burocratico.
A ideia unica, ou melhor a ideia justa, leva á que o debate nunca o seja.
O debate se o há é feito a outro nivel, os plenarios de militantes, são meros pro formas, em que de debate tem muito pouco.
O José Manuel Faria, foi uma excepção que confirma a regra, por vezes em determinados plenarios há militantes prestigiados que mesmo discordantes, dá jeito levar ao Congresso, o resultado sabemos qual é....
E depois se as divergências politicas, puserem em causa aquilo que o Comissão Politica decidiu, o militantes é isolado, e no limite expulso.
Os exemplos são mais que muitos, este ano dois Luisa Mesquita e Barros Duarte, e neste caso nem eram divergencias de fundo.
Divergências eram as do Edgar Correia, Carlos Brito, João Semedo etc.
Bom mas num aspecto a Isabel tem razão, no dia em que o Bloco deixar permitir o pluralismo de opiniões , é o fim do projecto.
Já está tudo dito, só posso dizer que estou inteiramente de acordo com Isabel.
Só posso referir expriencia muito antiga, mas tudo leva a julgar que uma verdadeira discussão é impossivel. E tem mais ligações com as igrejas do que parece.
Vantagens dos partidos ( e organizações )com paredes de vidro.
Oh Isabel, o Dr. Daniel não vai gostar nada disso.
Isabel, não páres de pôr o nariz levantado, sempre que assim o entenderes, até porque por algumas vezes vies-te a ter razão.
Essa é que é essa.
António
António,não fico muito feliz com isso, mas agrada-me que o reconheças. Porque é sinal de que a intenção com que levantei e levanto o nariz não é para prejudicar nada...é, apenas, porque acredito que vale a pena mudar algumas coisas e não me apetece nada desistir nem cruzar os braços ou assobiar para o lado.
No PCP unânimidade é um processo que se constroi através de uma discussão política que é permanente e não se resume à (extensa) fase de preparação congressual.
Por isso estranho seria (ou pelo menos demonstraria algum problema sério) se a proposta de Resolução Política do Congresso proposta pelo CC estivesse assim tão longe da generalidade dos militantes.
É verdade - e é preocupante - que existam organizações onde a discussão é superficial e onde nem todos os camaradas estão disponíveis para ler um documento denso, com dezenas de páginas. É algo que se tenta contrariar, mas que não é fácil, até tendo em conta que somos um Partido de trabalhadores, muitas vezes com baixas habilitações (o que não quer definitivamente dizer que não tenham opiniões e contributos valiosos. Mas faz-se um esforço positivo de formação, informação e para vencer estas barreiras, nomeadamente através do Avante! (não se esqueçam de comprar o da próxima 5ª feira e vejam).
O que é diferente é que as propostas são conhecidas e discutidas antecipadamente, e portanto são, de facto, fruto de uma discussão alargada a todo o colectivo partidário e não apenas aos delegados eleitos.
A eleição de um camarada que apresenta discordâncias com o texto não é, de forma nenhuma, caso excepcional. O delegado não está vinculado ao texto, mas à opinião maioritária da sua organização. Por isso é que a representa.
Fico contente que se interessem pela organização interna do PCP.
As nossas portas estão abertas!
Tiago,
"O que é diferente é que as propostas são conhecidas e discutidas antecipadamente, e portanto são, de facto, fruto de uma discussão alargada a todo o colectivo partidário e não apenas aos delegados eleitos."
O que é diferente em relação a quem? Note que o post era sobre isso. O sec. Geral do seu Partido dizia que a discussão no PCP era inigualável. E você neste parágrafo reitera essa análise.
Fica, pois a pergunta: diferente em relação a quê? e a quem?
Conhece os estautos do BE? Sabe como é feita discussão das moções apresentadas na Convenção? Quando é feita? Por quem é feita? Como são eleitos os delegados? A afirmação do sec, Geral do seu Partido e a sua, qurem dizer que no BE (é do que falo, pois é o que conheço) a discussão é apenas feita na Convenção, pelos delegados? è isso que se depreende dos adjectivos: inugualável e diferente, creio.
"A eleição de um camarada que apresenta discordâncias com o texto não é, de forma nenhuma, caso excepcional. O delegado não está vinculado ao texto, mas à opinião maioritária da sua organização. Por isso é que a representa."
Pois isso eu entendo. Por isso é que no PCP há centralismo democrático. E é por não haver centralismo democrático no BE, uma das razões porque lá milito.
As nossas também.
Tiago R , a quem quer convencer???
Homem assuma que é militante de um partido, onde o debete plural NÂO EXISTE.
Assuma que é militante de um partido,em que as divergências se resolvem expulsando os contestatários.
Assuma que por inercia, ou por fé, a esmagadora maiotia dos militantes aceita as directivas da Comissão Politica sem sequer se dar ao trabalho de as discutir.
Assuma que é de um partido, em que muitos militantes utilizam a frase, ELES È QUE SABEM....
Mas dou-lhe os parabens, é que só conheço católicos e muitos ortodoxos, com tanta fé e certeza nas directivas dos dirigentes.
Mas não foi para isso que se lutou pelo 25 de Abril.
Lutou-se para que a liberdade de pensamento e de critica, e a responsabilidade individual dos cidadãos , fosse um principio defendido por todos os partidos.
Mas tem razão se os militantes do PCP, não dão importancia, ao debate livre e á divergência e preferem , como dizia o Jeronimo, a unanimidade, é a sua opção.
Mas nãoé certamente a opção de cidadãos que se querem livres, responsaveis, conscientes e criticos.
Mas isso são as opções individuais de cada um.
Caro anónimo:
Não se trata de uma questão de "fé" nos dirigentes. São homens e mulheres como os outros, falíveis e cheios de defeitos.
Perante isto, a melhor garantia contra o erro é o debate colectivo, que acontece não apenas no âmbito do CC.
Militantes perguiçosos e que não estão para pensar nisso? Temos, sim senhor. Agora, não generalize isso a dezenas de milhares de pessoas!
E os que gostam de pensar e discutir os assuntos encontram inteira liberdade de o fazer, no seio dos organismos onde participam. E se alguém os tentar condicionar de alguma forma, devem recusá-lo e denunciá-lo.
Não confundir com alguns casos de renovadores comunistas que optaram por apenas expressar as suas críticas FORA do âmbito do Partido e não demonstraram nenhum interesse em discutir com os seus próprios camaradas. Isso é uma violação grosseira das regras que livremente aceeitaram. Inaceitável.
Mas é questão ultrapassada...
Finalmente, caro anónimo:
Assuma que odeia os comunistas.
foi o comite da unanimidade q mandou fazer um minuto de silencio ao conego melo?
e mandou votar contra o voto de congratulaçao pela libertaçao da dona ingrid?
e mandou votar contra o voto de condenaçao a china contra o tibete?
eh pa, estas coisas ficam coladas na cara dos comunistas.
o q vale é q ha a bela festa do avante, para fingir q o partido anda para a frente.
Tiago R, a maioria dos comunistas reformistas discutiram dentro da comissão política do CC, dentro do CC, dentro das distritais e concelhias. A partir do momento "chave", o texto do "Vírus pequeno-burguês" de Domingos Abrantes com ameaças aos divergentes, estes não tiveram outra hipótese senão ripostar.
Os funcionários ameaçavam ou estás de um lado ou de outro. Não recebiam as quotas desses militantes e conspiravam. Não havia outra solução, apenas a saída.
Enquanto pelo menos 20% dos militantes não seguirem a ortodoxia, o PCP será sempre centralista e dogmático.
Militantes que "resistem" tipo Lopes Guerreiro e mais meia dúzia não conseguirão alterar nada.
99% dos militantes gostam do PCP assim. Assim o têm.
Acho engraçada a sua aritmética política!
E então se mais de 50% dos militantes não seguirem a ortodoxia, a dogmática passa a ser reformista e o reformismo dogmático?
LOL
Agora quanto às outras pessoas que fizeram o seu caminho, muito bem.
São, como sempre foram livres. Lamento-o, em relação a algumas pessoas que conheço, mas não acho que estejam, de nenhuma forma, "do outro lado da barricada".
Toda a gente tem o direito de mudar de ideias.
Tiago, sinto-me algo descriminada LOL.
Afinal só o meu comentário, ficou sem a sua resposta. Mas como eu sou teimosa, deixe-me tentar mais uma vez: Se a discussão no seu partido é como você diz que é...então onde entram os seus adjectivos - diferente e os do seu Sec.Geral - inigualável?
Mais uma vez saliento que a minha "bitola" é o Bloco, o único que conheço por dentro, contrariamente ao que parece acontecer com Tiago e com Jerónimo de Sousa...porque repito, o post era sobre a unanimidade, mas era, seobretudo sobre a fé na pureza...
estas tolices escritas por esta comunistada equipada com rigor clubistico, sao bem mais risiveis q os comentarios e posts do dr daniel e da isabelinha.
pq n os convidam para integrar a equipa?
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