A minha última posta sobre as teses do PCP

Sou uma pessoa que gosta de política. Acho que sempre assim foi. Desde os tempos das associações de estudantes onde muita da consciência crítica começou a nascer. E por gostar de política não me fico apenas por aqueles que me são mais próximos ou apenas pelo meu partido. Por isso li com atenção a proposta de teses ao Congresso do PCP e na altura tive hipótese de escrever sobre elas aqui no Troll. Agora que o congresso acabou resolvi reler as teses pois achei que de um congresso que nas palavras do site do PCP foram dias de intensa discussão e debate desde as reuniões locais nas células até ao Campo Pequeno, deveria ter sofrido alterações e que nalguns casos poderia até haver mudanças que significassem alterações significativas de políticas ou posições.

Acabei pois esse exercicio com a leitura das "Resolução Política do XVIII Congresso do PCP" e que foi defenidas pelo Bernardino Soares em intrevenção no Parlamento como sendo "... conclusões (que) não resultaram do mas de um amplo e profundo debate, em que certamente participaram muitos militantes extremamente qualificados nas suas áreas de conhecimentos e ainda mais militantes com a sabedoria da vida e da luta diária e empenhada pelos seus direitos e por melhores condições de vida." e reparei que o texto porposto no início foi o mesmo, sem tirar nem pôr, que aquele que foi aprovado. Afinal parece que a conclusão do Bernardino é errada. O texto aprovado saíu de facto do "... trabalho de uma comissão restrita de sábios, ou da pena iluminada de um dirigente, ..." pois a discussão que houve não produziu nada.

Mas também me espanta que "...militantes com a sabedoria da vida e da luta diária e empenhada pelos seus direitos e por melhores condições de vida." não tenham conseguido numa grande e participada discussão acrescentar nada ao texto.

Mas enfim, isso deve ser problema meu que desde cedo me habituei a participar nas discussões com o fim de poder ajudar a construir, sendo crítico quando preciso e propondo sempre que necessário as alterações que achei precisas. Provavelmente sou eu que estou a ver mal as coisas e o 1º texto era tão bom que conseguiu convencer a totalidade dos militantes comunistas que o mesmo não precisava de nenhuma alteração ou retoque.

Por fim só uma coisinha que não é de somenos. Este texto não recolheu unanimidade cubana ou coreana. Houve uma abstenção na votação. Não conheço a pessoa mas admiro-a. Porque eu próprio, não numa votação de resolução política mas numa alteração estatutária já estive na pele do sujeito que é o único que numa sala levanta o braço. Só há uma diferença. É que eu não estava num congresso do PCP.