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domingo, dezembro 21, 2008

Qual Natal, qual carapuça - I

Definitivamente perdi a paciência para a hipocrisia. Quando, há muitos anos, num ano de crise lá em casa, em que a prenda ao pé do presépio só pôde ser uma caminha de madeira feita pelo meu pai, para o Sebastião. um boneco de borracha que de tão velho já se pegava aos dedos, vi o meu pai a colocar a cama, deixou de haver Pai Natal.
Muitos anos mais tarde, quando o meu filho nasceu, ainda, por momentos, a magia voltou...depois foi.
Agora restam as luzes pindéricas da cidade, os centros comerciais cheios de gente que, por momentos, esquecem a crise, o desemprego, o endividamento, o trabalho sem direitos e que compram ilusões em forma de enormes laços vermelhos envolvendo papéis dourados, um som enjoativo em tudo o que é lugar público e muita, muita hipocrisia.
E resta a realidade.
Não é por ser Natal. Apenas porque nesta altura me apetece mais dizer aos donos do mundo: Porra pá, tenham vergonha.
E a aos outros, a nós, aos que tinhamos o dever, porque o Mundo deles não nos pertence e o Mundo deles é isto: Porra pá, indignem-se. E mexam-se! Tenham vergonha!


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