Não sabem o que dizem
Qundo tudo era assim, pequeno, não costumava ter medo de crescer. Queria ter uma mesa grande, um alguidar grande, que as mãos crescessem.
Agora que tudo é um bom bocado maior, crescido mesmo, que os alguidares cresceram, as mesas ocupam as salas, as mãos estão enormes (às vezes, olho para elas e acho que já estiveram maiores...mas não sei se isso é bom sinal...), dou por mim a ter medo de crescer. Quando me querem chatear, dizem que eu não tenho nada medo de crescer. Que tenho medo de envelhecer. Há gente que não sabe o que diz.
Agora que tudo é um bom bocado maior, crescido mesmo, que os alguidares cresceram, as mesas ocupam as salas, as mãos estão enormes (às vezes, olho para elas e acho que já estiveram maiores...mas não sei se isso é bom sinal...), dou por mim a ter medo de crescer. Quando me querem chatear, dizem que eu não tenho nada medo de crescer. Que tenho medo de envelhecer. Há gente que não sabe o que diz.
Etiquetas: Isabel Faria
5Comenta Este Post
VERBO SER
Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer.
Carlos Drummond de Andrade
:)
Mas afinal crescemos?
Os alguidares são maiores, e estamos mais altos (eu não muito...) mas será que se está menos ingénuo?
tenho as minhas dúvidas.
(Se a foto é tua, bem a podias mandar para o «Berço» do Shark; ficaste de pensar e afinal nada!)
Este post fez-me lembrar um filme que adorei em miúda: o Hook. O que sempre me fascinou nele foi a capacidade que um adulto tem de voltar a ser criança, de largar o fato e pasta e «voar» para bem longe. Para um tempo em que o único objectivo era brincar; em que as responsabilidades consistiam em lavar os dentes, tomar banho, comer sopa, verduras e fruta; em lavar as mãos com sabão azul e branco quando se vem da rua... Tenho saudades desse tempo, tantas que me coloquei num limbo em que faço tudo ao meu alcance para não crescer. Mas não posso ficar nele para sempre... Tenho de crescer.
Pois tens, Sin. Não dá para nos meatermos lá para sempre. Acredita que depois, quando aceitamos a roda irreversível do tempo, acabamos por descobrir um prazer enorme em lá voltar.
No dia em que redescobrimos o pazer do cehiro a sabão azul e branco é uma festa!!
:) espero chegar aí...
Enviar um comentário
<< Home