O mundo perfeito das empresas portuguesas

Ora aí está como se resolve a coisa: falta-se 4 horas para se ir ao funeral de um amigo. Ok, quando muito, seria falta injustificada. O Código de Trabalho prevê. Diz quantas. Diz em que circunstâncias e até diz as consequências. Mas os patrões da Sardinal, instauram processos disciplinares com vista a despedimento.
Depois, os delegados sindicais usam o crédito de horas a que têm direito. O Código de Trabalho diz quantas.Diz em que circunstências e até prevê as consequências.Mas os mesmos patrões instauram processos com vista a despedimento.
Entretanto, os processos decorrem, mas os patrões da tal Sardinal já fizeram a pena. 10 dias de trabalho sem receber salário (porque terão sido dez e não onze ou nove? para arredondar?), já foi lá cantam.
Digam lá se os nossos empresários precisam do Código de Trabalho para alguma coisa? Até escusam de evocar a crise, de quando em vez, para não ser repetitivo. Numa empresa de 100 trabalhadores, 70 têm processos disciplinares. Claro que possivelmente têm que pagar a advogados (ainda...esta semana já poupam algum...basta-lhes ler o Código novo...), e vai daí não pagam o salário do mês de Janeiro, nem aos 70 nem ao outros 30 sortudos....Ah, entretanto, Vieira da Silva diz que, por causa da crise, a parte das penalizções das empresas por contratos a prazo, não é já aplicada. O resto, sim. Os processos de despedimento, pois claro. A pensar na Sardinal e no salário dos seus 100 trabalhadores, o Ministro pensa nas vantagens da empresa poder despedir 70 duma assentada...com processos disciplinares...sem direito a nada...que Mundo perfeito!!! E se eles lerem bem o Código ainda poupam no advogado!!