Noite eleitoral

Acabei a noite eleitoral feliz e com um amargo de boca. Esta é que é a realidade. E o pior é que o amargo de boca nada tem a ver com o resultado do BE. Em relação a isso estou feliz como só poderia estar depois de duplicar o número de deputados e ter tido a confiança de mais 200000 eleitores que nas eleições passadas. O amargo de boca vem do facto de dois dos meus desejos para a noite de ontem não se terem concretizado. Atenção e por causa das más intrepretações não disse objectivos, que esses foram descutidos e fixados pelo colectivo do partido. Estou a falar apenas de desejos do que eu gostaria e esperava que poderia ter acontecido ontem.

O 1º amargo de boca que me vem é o facto de a direita não ter sido derrotada em toda a linha porque o CDS com o discurso terrorista a roçar o nacional socialismo (não é á toa que o PNR perde a pouca força que tinha) da segurança, rendimento mínimo e imigração consegue crescer compensando o facto de a manuela Fereira Leite ter ficado com valores próximos dos alcançados por Santana Lopes. O 2º amargo vem do facto de eu ter a esperança de que o centrão somado não tivesse 66% dos votos de modo a que coisas como a revisão da lei eleitoral ou a revisão constitucional não tivessem hipotese de passar. Não aconteceu porque o método de Hondt é mesmo assim. Senão vejamos. O BE tem menos 30 mil votos que o CDS e menos 5 deputados. O BE tem mais 120 mil votos que o PCP e apenas mais um deputado. E daí o 3º amargo. O facto de por exemplo o BE não ter eleito o 3º deputado em Setúbal por míseros 700 votos e não ter eleito o meu amigo Francisco Alves, o 6º de Lisboa, por pouco mais de 200 votos. Mas enfim, é o sistema que temos.

De resto foi uma grande noite eleitoral.