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terça-feira, outubro 17, 2006

Nostalgia(s)

Ao procurar os comentários que deixei no post do Daniel, descubri este texto meu, que a Émiéle transformou em post. Apeteceu-me repescá-lo para aqui. Creio que tenho saudades desta Isabel. Às vezes, penso que quando vim para o Troll e decidi dar-me um nome, perdi algumas coisas. Ou talvez nada tenha a ver com o anonimato...talvez tenha a ver comigo. Talvez tenha perdido algumas coisas, nestes dois anos. Claro que ganhei outras. É sempre assim, enquanto se vive. Mas tenho alguma nostalgia, quando ainda não tinha medo de expôr assim, as minhas vidas. Hoje tenho, algumas vezes. E não gosto de ter.
Aqui fica, no entanto. Como prova para mim. Que dois anos e um nome, não mudam assim tanto.

«De manhã acordava sempre com o apito do padeiro. Costumava trazer umas pombinhas ( alguém sabe o que são pombinhas ?) óptimas. O anoitecer era a hora do leiteiro. Ao principio, o leiteiro não ia lá a casa porque morava mesmo em frente. Ao fim do quintal do leiteiro ficavam os estábulos. À esquerda, em cima dum pial ( será que isto se escreve assim?) estavam as leiteiras de alumínio. Levava-se um fervedor e pedia-se 1/2 litro de leite. Quando acabava os trabalhos da escola mais cedo, ainda dava para ver a ordenha das vacas. Quando o leiteiro mudou de casa começou a ser ele a passar. Nunca mais vi uma vaca a ser ordenhada. Ganhei um leiteiro à porta mas perdi as vacas. Nunca lhe perdoei ter mudado de casa.

O sr. Abrantes era o ardina. Acho que passava todos os dias nos cafés a vender jornais. Mas disso não me recordo muito bem. Talvez porque, na altura, não havia dinheiro para cafés nem para jornais. Claro que também me recordo do amola-tesouras. Mas eu detestava aquele apito. Dizia-se que quando o amola-tesouras passava iria chover no dia a seguir. Se chovesse não podia ir brincar para o quintal. Acho bem que os amola-tesouras tenham acabado. Também havia o homem do petróleo. Que além de petróleo vendia rebuçados, açúcar, cebolas e batatas. Era muito velho e muito magro e andava de carroça. Ao fim, acho que já ninguém usava petróleo nem lhe comprava batatas, mas ele continuava sempre a passar. Até que a égua morreu e ele morreu logo a seguir com o desgosto".

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1Comenta Este Post

At 10/18/2006 5:53 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Sabes que por uma razão qualquer agora, muitas vezes, não saem??? Não sei, amiga. Talvez tivesse perdido algo...

 

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