Um País de opereta
Vivemos num País de opereta. As Leis, boas ou más, adequadas ou não, exstem mas ninguém as fiscaliza, nem é punido, nem denuncia a sua não aplicação.
No Domingo, ao almoço, vi uma reportagem, creio que na SIC, sobre os planos de evacuação dos Hospitais Civis de Lisboa. A Lei obriga a que sejam feitos e que sejam entregues no Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Cívil. De todos os hospitais de Lisboa, só existem 2 planos neste organismo. À pergunta da jornalista a um elemento do Conselho de Administração do Hospital de S.José, se este hospital tinha este plano feito e entregue a resposta foi positiva. Afinal, o que havia era um plano do Hospital Sta. Marta. A jornalista deduzia que, porque o Conselho de Administração é o mesmo (e os hospitais nem são assim tão longe, acrescento eu) a Sra. se enganou. Foi perguntado se se faziam regularmente simulacros de evacuação e a resposta foi afirmativa. Quantos, perguntou. A resposta foi que não é feito nenhum desde há muito tempo, porque, no caso dos hospitais, acaba por ser contraproducente. Não explicou porquê.
Do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Cívil foi dito que se houver alguma calamidade, e se se tiver a sorte de o Segurança conhecer bem os cantos à casa, os Bombeiros estão safos (e os doentes, eventualmente, também) se não conhecer, é "que é pior".
A reportagem concluia que a Lei obriga. A Lei não diz quem fiscaliza. A Lei não prevê penalizações para quem não cumpre, pois não havendo quem fiscalize, não se pode saber quem não cumpre e em situações de extrema vulnerabilidade, como aquelas que vivemos quando estamos presos a um leito de hospital, estamos todos dependentes de haver um Segurança que conheça bem os cantos à casa.
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Ontem, numa outra reportagem sobre os adolescente e o álcool, a equipa fez uma viagem sobre a noite de Lisboa, às Sextas-Feiras.
Centenas de crianças, algumas com onze anos, entram livremente e bebem livremente em Bares e Discotecas de Lisboa.
Nalgumas dessas Doiscotecas usa-se o regime de Bar Aberto. Os rapazes pagam 10€ à entrada, as raparigas 8€ e a partir daí bebem até cair para o lado. No gráfico que acompanhava os depoimentos, a percentagem de jovens dos 11 aos 17 anos que consumiam regularmente álcool era assustadora.
A equipa de reportagem tentou entrar muna discoteca, onde lhe foi barrada a entrada sob o pretexto de que eram demasiado velhos. Perante a insistência, o porteiro deu o exemplo de dois miúdos que para lá livremente entravam para provar que eles, os repórteres que insistiam que nem eram tão velhos assim, não se iriam sentir bem naquele ambiente.
No organismo que deveria fiscalizar a aplicação da lei que proíbe a entrada a menores de 16 anos em Bares e Discotecas e a venda de álcool a menores de 16 anos, à pergunta se sabia que havia discotecas que vedavam a entrada a adultos, foi respondido que não. "Mas se a Sra. o diz...vamos investigar...". À pergunta se sabia que havia Discotecas para adolescentes com regime de Bar Aberto, a resposta foi "Não...mas se a Sra. o diz...vamos averiguar...".
Alguém acrescentou, não sei se a Policia se o mesmo Sr. que é muito díficil controlar, já que os jovens não trazem o Bilhete de Identidade e os outros que estão com eles dizem que eles já têm 16 anos...
Na reportagem um dos miúdos que a foi seguido a entrar para a discoteca, não tinha, de certeza mais de 12 anos...com ou sem mil bilhetes de identidade.
Na reportagem, viu-se também uma outra criança de cerca de 12 ou 13 anos, a servir bebidas ao balcão. Com muito jeito e alguns sinais de cansaço, dizia-se. Mas se nada fiscaliza, se toda a gente assobia para o lado, porque é que a IGT há-de funcionar, não é?
Uma miúda dizia na reportagem "como eu costumo dizer, somos a geração alcoólica do futuro...".Creio que tinha 15 anos. E ia regularmente e desde há muito, a Bares e a Discotecas às Sextas-Feiras à noite.
Sobre o papel dos pais (ou melhor, a desistência dos pais), falarei noutra ocasião e noutro post).
Etiquetas: Isabel Faria
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