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sábado, novembro 25, 2006

Desabafos

Quando será que o Movimento Sindical entende que o Paracetemol se for usado para todas as dores, por dá cá aquela palha, deixa de fazer qualquer efeito?
Depois da manifestação de 12 de Outubro ou se apostava na mobilização, ou se avançava para novas formas de luta, ou se arriscava a começar os discursos a falar na “grandiosa” manifestação anterior.
Também lá estive. Mas não me peçam que em nome do que quer que seja, cale que fazer uma manifestação pouco mais de um mês depois, sem que nada de significativamente novo se tivesse passado (tudo o que foi feito neste mês, inclusive a apresentação e a aprovação do Orçamento, não traz nenhuma novidade. Todos já sabíamos quais são as opções políticas , económicas e sociais do Governo de Sócrates.), sem ter criado bases para que ela significasse um avanço de organização, de mobilização, sobretudo, de luta, em relação à anterior, seria mais um daqueles erros em que o Movimento Sindical, em Portugal, sistematicamente cai.
Comparada com as manifestações do passado mês de Outubro, o que se passou hoje foi a confirmação que, ou ousamos novos caminhos, ou continuaremos de derrota em derrota...até à derrota final. E de nada vale vir falar que esta manifestação não foi nacional...que houve mais umas tantas (creio que 21) por esse país fora. Porque se o fizermos e se juntarmos a participação em todas elas, talvez as conclusões ainda sejam mais pessimistas.
Ao chegar ao Rossio lembrei-me de que cada vez que há uma revisão da Constituição, desatamos a clamar pela Constituição anterior. Resultado de uma anterior revisão, com a qual já não tínhamos concordado.
Continuar eternamente na defensiva. Usar até à exaustão as velhas receitas. Não aprender nada com os nossos erros tem sido uma constante da política sindical em Portugal. Da qual reconheço que, muitos de nós, que a criticamos, acabamos por ser, na prática, coniventes. Eu, por exemplo.
No artigo que o Daniel escrevia há dois dias, falava na esperança de uma jornada de luta e de festa. Lamento ter que reconhecer que não foi nenhuma dessas coisas. Foi, apenas, uma jornada de gente (pouca) desencantada e cansada. Sem garra. Sem festa. E sem luta. E isso tem que nos fazer pensar a todos. O Governo tem a obrigação de ouvir a rua, escrevia o Daniel. Concordo completamente com ele. Nós temos a obrigação de usar a rua de uma forma acertada. Sob pena de nos calarmos muito antes de podermos ser ouvidos. Por rouquidão e afonia.

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14Comenta Este Post

At 11/25/2006 9:32 da tarde, Blogger cereja escreveu...

Bom senso, precisava-se com urgência. Se «o Governo tem a obrigação de ouvir a rua», também parece que A RUA (?) teria obrigação de se conhecer melhor. A lucidez e análise fria seriam uma armas fortes a nunca serem esquecidas.

 
At 11/25/2006 10:21 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Estou no Sul do SUL.
É bom voltar a poder ver e ler o Troll e depois com os comentários da Emiéle, está tudo dito.
Pois bem , cheguei há pouco e por aqui passei e dizer, que gostei da análise que a Isabel faz da Manif., é redundante. É preciso que comecemos a dizer as coisas, mesmo as que nos doem. Vi imagens, na televisão, que contradizem a CGTP e confirmam a Isabel, doi-me e cada vez mais, que não haja o bom senso de ver as coisas e de lutar por elas, não por lutar, mas para ter êxito, coisa que há muito não temos. Temos sim desgaste, tristeza e um caminhar para o desapontamento total. Como diz a Emiéle a lucidez e a análise fria, são neste momento a única e eficaz arma, para lutar contra este estado de coisas.

 
At 11/25/2006 11:51 da tarde, Blogger COMTRA escreveu...

Pelos vistos, nem este 25 de Novembro foi útil para a Esquerda. Reflexões sobre estes assuntos são necessários.
E o ânimo também.
E amanhã o Sol nasce de novo. Novas oportunidades são dadas, todos os dias.
Falta aprendermos as lições que estão ao nosso alcance e amadurecer. Crescer em humanidade. Crescer, em vontade de melhorar, de nos melhorarmos.
Se queremos mudar o mundo comecemos por nós próprios, apurando esta visão mais solidária da vida, apurando o nosso conhecimento de nós mesmos, e não desistirmos.

 
At 11/25/2006 11:56 da tarde, Blogger COMTRA escreveu...

Ahh
Esquecia-me duma coisa importante para além de não desistir: Não nos deixemos iludir. Nem com a proximidade do poder ou das suas migalhitas. Vejam a triste e patética figura desses pobres diabos que pensam que são socialistas...

 
At 11/26/2006 1:33 da manhã, Blogger a.pacheco escreveu...

O tempo não ajudou.....

 
At 11/26/2006 8:36 da manhã, Anonymous Anónimo escreveu...

Quando não se sabe f...
até os col... atrapalham...

 
At 11/26/2006 1:42 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Pois, vocês vão ver que a culpa foi do tempo...
Mas sabem o que á mais estranho. È que eu acho que mesmo que estivesse uma temnpestade como a do dia enterior a CGTP não anulava a manuf.Acho que não está escrito em nenhuma cartilha...

Pois é Émiéle, essa é a minha questão. Não basta conhecer bem o adversário. Se não conehcermos as nossas forças 8e fraquezas) não podemos vencer batalhas. quanto mais a guerra.

 
At 11/26/2006 1:46 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

José, que saudades de te ver a poder entrar no Troll. Essa é cada vez mais a minha postura. Assobiar para o lado, fingir que não se vê não resulta.Como tu dizes mesmmo que isso nos doa.
Creio que não temos esse direito.

 
At 11/26/2006 1:47 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Contra, o Sol não tá assim muito convencido...há por ali umas nuvns teimmosas que não lhe saem do caminho!!!!

 
At 11/26/2006 1:48 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Anónimo, compreendo os pis...mas não me parece que seja essa a questão.

 
At 11/26/2006 11:52 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

A mim o que me parece é que o movimento sindical não anda a tomar Paracetemol. Devia era tomar qualquer coisa PARANÃOSERTÃOMOLE!
Estilo anúncio: o sindicalismo portugues precisa de remédio urgente paranasertãmol, tão matrofiado e subserviente.

 
At 12/03/2006 1:20 da manhã, Anonymous Anónimo escreveu...

Bem, que o pessoal do bloco por norma "cola-se" ao trabalho que os outros fazem, já todos sabem.
Pois estes senhores e senhoras são óptimas(os) a dar à língua mas trabalhar é mentira.
Se houve muita ou pouca aderência, na manifestação de 25 de Novembro, é relativo sendo que como já observamos existe muita "gente" que se mantém na sombra, quer seja por causa da "chuva" ou por causa do "sol", e que só sai dessa situação para ir absorver os louros do trabalho dos outros.
Mas eu pensava que eram mais inteligentes, pois é diferente uma manifestação nacional, do que uma manifestação centralizada por distritos, não é?
Quanto aos sindicatos, se estivessem à espera dos bloquistas para trabalhar, os sindicatos já eram considerados em vias de extinção, pois só deviam restar os sindicatos que estão espiritualmente ligados à UGT e ao mesmo tempo ligados ao bolso dos "Patrões", e claro os favores pagam-se, ninguém dá nada a ninguém.... Será por causa destas e de outras que sindicatos, LIGADOS À UGT, como por exemplo os dos bancários, estão caladinhos que nem ratos, ou será que é em prol de uma boa relação laboral, pois coitados dos Banqueiros só têm tido prejuízos, deste modo o aumento de 2,5% já foi com muito sacrifício destes.
Onde é que anda a UGT...

 
At 12/03/2006 11:30 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Entretido, por norma não respondo a comentários que usam esse seu tom. Por absoluta falta de paciência, reconheço. Se quiser discutir a sério o estado do Sindicalismo em Portugal, vamos a isso. Mas para isso teria que se deixar desses termos Senhores e Senhoras do Bloco, por exemplo. E discutir seriamente. Mas para isso também teria que começar por reconhecer que não se tratava de uma manifestação distrital, como lhe chama. Estavam presentes os distritos de Lisboa e Setúbal. Diferença significativa como deve saber.
Quanto aos bancários...apenas me apraz perguntar se a alternativa à UGT está naquele Sindicato enorme e paralelo que o PCP criou?
sabe, eu continuo a acreditar na Democracia. E acredito que os Bancários, um dia, votarão pela saída da UGT, em eleições livres e não em sindicatos fantasmas. Assim como acredito que um dia, as direcções sectárias de muitos sindicatos da CGTP, também serão substituídas. Em eleições. E não criando Sindicatos paralelos.
Mas tem razão. È preciso muito trabalho...mas o que mais me preocupa para já, é o de não desmobilizar os trabalhadores. E para isso é preciso avançar. Os recuos nunca deram saúde às lutas.
E aquela manifestação, para mim, foi um recuo. Opinião que o meu Partido não teve...por isso estou num Partido onde a liberdade de opinião existe.

 
At 12/05/2006 12:04 da manhã, Blogger a formiga escreveu...

Amiga Isabel Faria,
Antes de mais peço desculpa se considerou o meu tom ofensivo (entretido), mas o objectivo não era esse, se me conhecesse saberia isso mesmo, pois não faz parte do meu “feitio” ser ofensivo para com ninguém, muito menos com quem não conheço.
Quanto aos termos usados, não foram usados com espírito insultuoso, pois mesmo discordando de “certas” posturas de alguns membros do bloco de esquerda, não misturo essas pessoas com o universo do bloco.

Em relação à manifestação – 25 de Novembro – oh amiga Isabel, eu expliquei-me mal? Quando eu disse “...uma manifestação centralizada por distritos...”, não estava-me a referir só à manifestação que se realizou em Lisboa, onde estavam representados os distritos de Lisboa e Setúbal, como disse e muito bem.

Quanto ao “estado do sindicalismo”
Quando fala “naquele Sindicato enorme e paralelo que o PCP criou”, vamos ser coerentes e verdadeiros, o PCP não cria sindicatos, existem sim, militantes do PCP em muitos sindicatos unitários, repito unitários, onde contribuem activamente com o seu trabalho, prejudicando as suas vidas familiares e profissionais, mas que não abdicam da sua consciência, pois é esta forma de estar que fazem os comunistas serem comunistas. Nestes sindicatos, independentemente da ideologia politica, estão pessoas com princípios, e que defendem acima de tudo os trabalhadores deste pais, se não fosse deste modo, na presente data não existiriam socialistas nos sindicatos unitários, pois se dissessem ámen às politicas de Sócrates, estavam parados e paradinhos – o que acontece com a UGT -, o que não acontece, estes sindicalistas têm princípios, quer sejam do PSD, PS, BE, PCP, MRPP.
Isabel, não tenho a certeza se quando fala “naquele Sindicato enorme e paralelo que o PCP criou”, se está a referir ao Sindicato do Sector Financeiro - salvo erro, é este o nome – se assim é antes de mais informo-a que este Sindicato não destina-se somente aos bancários, mas sim para todo o sector financeiro, mas também não concordo com o mesmo, mas não é por nenhum motivo dos que invocou
Quanto à UGT, não vou dizer mais nada, pois basta recordar para saber.......
Mais, uma vez lhe peço desculpa, mas nunca tive intenção de a ofender, ou a qualquer militante do BE, pois se assim fosse estava a ofender amigos que tenho e prezo muito, embora tenhamos bastantes discordâncias politicas...

 

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