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domingo, dezembro 03, 2006

Pinochet sofreu um ataque cardíaco

O desejo de vingança não é racional. Nem ético. Creio que ninguém de bem, o professa. Mas o de Justiça, sim. Pinochet está gravemente doente, depois de ter sofrido um ataque cardíaco. Morra ou não, a Justiça não foi feita. Pinochet nunca pagou pelos crimes que cometeu e mandou cometer. Pelos mortos, pelos desaparecidos, pelos prisioneiros, pela tortura.

Neste momento, não desejo nada a Pinochet. Todos os dias morre gente. Todos os dias há gente que sobrevive de AVCs. Como não acredito no Inferno, lamento, como todos os homens e as mulheres de bem, que Pinochet não tenho sido julgado. Porque seria ético. Racional. Humano.
A doença de Pinochet é-me indiferente. O não ter sido julgado, revolta-me.
...
No dia em que Pinochet está, no Hospital, a lutar contra a morte, deixo aqui, uma foto e a letra do último poema que Victor Jara escreveu, já no Estádio que deveria de ser de futebol, antes de de lhe partirem as mãos, de o terem agredido a pontapé e de o levarem para o lugar onde dois dias mais tarde apareceria, crivado de balas. Sei lá, eu, que não acredito no Inferno, acho sempre que num momento qualquer, os homens se hão-de arrepender dos crimes que cometeram. Em nome duma qualquer nesguita de humanidade que talvez tenham.


..


Somos cinco mil
nesta parte da cidade.
Somos cinco mil.
Quantos seremos no total
nas cidades e em todo o país?
Somente aqui, dez mil mãos que semeiam
e fazem andar as fábricas.
Quanta humanidade
com fome, frio, pânico, dor,
pressão moral, terror e loucura!
(...)
Que espanto causa o rosto do fascismo!
(...)
É este o mundo que criaste, meu Deus?
Para isto os teus sete dias de assombro e de trabalho?

...

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1Comenta Este Post

At 12/04/2006 10:32 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

desculpa lá Isabel.
Eu desejo-lhe a morte, só tenho pena que seja por ataque cardíaco, preferia uma bala que o mantivesse em agonia dolorosa durante bastantes horas, mas não se pode ter tudo, eu sei, mas mesmo assim já tenho a garrafinha da cava catalã no frigorífico.
os filhos de puta começam a partir, o ambiente desanuvia.


samuel

 

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