A minha resposta. Pública.

Tenho sido acusado por aqui, e também nalguma blogosfera, de não responder ás acusações que me fazem, e concluiram (quem me ataca) que tinha medo, ou falta de coragem para responder. Nada de mais errado. Quis fazé-lo na praça pública, para que fique claro que não tenho medo das calúnias e das mentiras. Agora podem-me responder da mesma forma. Publicamente e identificados. A partir daí podemos começar um debate. Olhos nos olhos, como deve de ser. Na política e na vida em geral.

Este texto foi publicado no Jornal "Notícias do Seixal" e por essa via poderão sempre responder. Duvido que tenham coragem para tanto.

Ontem (à data que escrevo este texto) aconteceu no Parlamento mais um debate mensal com o 1º ministro. Não vou aqui teorizar sobre o debate mas sim sobre uma expressão que José Sócrates usou referindo-se a Marques Mendes. Disse o 1º Ministro que este atingiu o grau 0 da credibilidade política. Não me cabe a mim referir a justeza ou não desta afirmação mas posso, sem medo de errar, afirmar que a política no seu geral atingiu um grau muito baixo. Se dúvidas existissem os últimos acontecimentos no CDS-PP confirmam a minha afirmação. Maria José Nogueira Pinto (MJNP) diz que foi agredida numa reunião do Conselho Nacional, Portas queixa-se de uma golpada, Telmo Correia chama MJNP de víbora, enfim um rol de coisas que não deveriam ser admissíveis.
Mas não se pense que é só por este caso que reafirmo o grau medíocre da política. Ministros que desrespeitam o povo sendo o mais recorrente Manuel Pinho. Aparelhos partidários que afastam quem querem e como querem só porque a voz é incómoda como aconteceu com os deputados João Cravinho (PS) ou com a Luísa Mesquita (PCP). As mentiras constantes de quem está no Governo fingindo que faz o que prometeu quando, na realidade, está a fazer exactamente o seu oposto. Autarcas “corruptos” e demasiadas histórias mal contadas. Mais uma vez o rol de situações seria enorme se as enumerássemos todas pelo que deixo à consideração de quem lê imaginar aquilo que afinal é do conhecimento de todos e recorrente na voz popular.
Mas isto é apenas a face mais visível da política, ou melhor, do baixo nível a que esta chegou. Porque é nacional, porque tem a cobertura mediática de jornais, televisões e rádios. Mas a um nível mais local, a baixa política cada vez vai ganhando o seu espaço. Não falo daqueles que se vendem por um “prato de lentilhas”, que é como quem diz por um lugar, um tacho ou um favorecimento, porque esses, apesar de condenáveis, política e moralmente, têm um rosto e um nome. Não falo daqueles que ao abrigo do seu estatuto de maioritários têm uma postura autoritária e de não diálogo. Porque esses também têm nome e rosto e melhor ou pior poderão ser julgados nas eleições independentemente do juízo que cada um faça das suas actuações. Falo, isso sim, daqueles que debaixo de uma capa de anonimato se escondem na Internet e lançam as mais variadas mentiras, deturpam factos e declarações a seu bel-prazer e depois tiram as conclusões que mais lhes convêm. A globalização e rapidez de informação são óptimas quando bem usadas. São terríveis quando manipuladas por gente sem escrúpulos. No nosso concelho temos alguns casos assim.
Eu sou, como muitos saberão, um “blogger” (expressão utilizada para quem escreve nos blogs) há mais de 3 anos e durante este período sempre dei a cara. Assino com o meu nome e tenho um rosto. Não que isso seja essencial num blog ou num site. Só o é quando emitimos opinião sobre coisas e, especialmente, sobre política, e é esse o caso de que falo hoje, quando criticamos outros ou quando queremos ou temos a pretensão de sermos fazedores de opinião. Porque, ao querermos e fazermos isso, temos de dar hipótese ao contraditório e para isso o outro lado tem de saber com quem “fala”.
Tenho tentado não contribuir para este tipo de ruído no nosso concelho e faço intenção de continuar assim, não respondendo às calúnias que sobre mim vão sendo deitadas neste concelho a-sul da capital porque aqueles que não têm a coragem de ter um nome e um rosto não merecem da minha parte nenhuma consideração. Não quero que este texto se torne uma tentativa de vitimação de quem quer que seja e muito menos da minha pessoa (de mim próprio). Mas acho que a nível local, tal como a nível nacional, o esforço deve ser canalizado no sentido de se voltar a dar credibilidade à Política (não confundir com políticos) para que esta volte a fazer parte das nossas discussões, para que o alheamento que a população vive das situações importantes para o País e/ou região voltem a estar na agenda das pessoas, para que nasça uma nova geração de políticos e políticas. Para isso é preciso honestidade e não mentira, pois essa, para mim, será sempre dispensável para não dizer desprezável tal como aliás as pessoas que as praticam, tal como as pessoas que fazem dela a sua forma de estar na política e na vida.