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quarta-feira, junho 06, 2007

É pena




A minha opinião sobre as lutas armadas são mais ou menos conhecidas. Acho que nunca haverá uma revolução sem que a luta armada seja necessária. Ou seja. Não sou dos que acreditam nos ideais de Gandi das transformações pacíficas.
O que não quer dizer que defenda sem critério todas as organizações que escolhem a luta armada para fazer vingar os seus direitos. Nem que seja acrítico para com todos os "atentados". Há atentados e atentados. Por isso faço uma grande distinção sobre o que é terrorismo e o que não é. Não posso meter o Hezbolah, a Fatah ou a ETA no mesmo saco.
Da mesma forma que não posso ser acrítico com os Estados que de uma forma mais ou menos encapotada combatem terrorismo com terrorismo. Que não olham a meios para atingir fins.
Vem isto a propósito da notícia de ontem sobre o facto de a ETA romper as tréguas que duravam há um ano. Tréguas essas que nunca existiram em bom rigor. A ETA nunca deixou de estar a acumular forças e o Estado Espanhol nunca deixou de prender Etarras pelo que na realidade nunca houve tréguas. Houve uma hipocrisia mútua que servia os interesses estratégicos de ambos. Hoje sabemos que vai voltar a violência ao País Basco e se era verdade há dois anos que a ETA não matava civis inocentes, hoje essa certeza não exite depois do atentado do Aeroporto de Madrid.
Sempre defendi a autonomia dos povos que assim o quisessem e que historicamente o justificassem. Foi assim na Antiga Jugoslávia, na Checoslováquia e para mim seria assim no Estado Espanhol onde Galegos, Bascos e Catalaes deveriam ser países próprios e não meras regiões administrativas. São países com identidade e cultura que nada têm a ver com a realidade castelhana. Hoje estou triste porque sei que os meus amigos nacionalistas bascos e galegos, que defendem a luta tal como eu a defendo, perderam espaço porque a bitola será sempre a ETA e as suas acções. Estou triste porque a as lutas nacionalistas vão perder credibilidade. Estou triste porque mais uma vez se vai confundir luta revolucionáruia com terrorismo porque a mim ainda ninguém me provou que a ETA é revolucionária e não terrorista.

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5Comenta Este Post

At 6/06/2007 1:18 da tarde, Blogger Héliocoptero escreveu...

E têm os bascos o exemplo dos catalães que ficaram, há um ano atrás, um passo mais próximos de um Estado próprio. Ou, mais a norte na Europa, têm ainda o exemplo da Escócia. Tivesse o País Basco seguido o caminho da luta política - por oposição à violência - e hoje estariam bem mais próximos da independência.
Talvez até mais do que a Escócia, dadas as diferenças identitárias mais vincadas.

 
At 6/06/2007 4:52 da tarde, Blogger Leal Franco escreveu...

Eu bem me lembro quando o governo português chamava terroristas aos movimentos de libertação.
Um dos últimos primeiros ministros de Israel era um dos principais terroristas do tempo em que os ingleses governavam a Palestina.
Enfim! Ele há várias maneiras mais suaves e mais brutas de chamar terroristas àqueles que lutam pela emancipação do seu povo. Depende sempre de quem fica ou está no poleiro.
Há movimentos de emancipação que usam o terror. Há muitos estados mesmo democráticos que espalham o terror.
É a verdade a que temos direito.

 
At 6/06/2007 4:57 da tarde, Blogger Leal Franco escreveu...

Esqueci de dizer que é muito mais fácil fazer mal que bem. E todas as dificuldades facilitam muito, sempre, o mal.
De qualquer conheci alguns etarras e eles não eram terroristas.
As armas têm sempre o condão de matar. Os desarmados têm sempre a garantia de levar umas boas cacetadas da polícia.
Assim, a Filosofia, é sempre a solução. Nunca a política.

 
At 6/07/2007 1:07 da manhã, Blogger António Pista escreveu...

Antes de mais parabéns pelo blog!
Excelente conteúdo,continue!
Convido-o agora a visitar:

http://aguia-de-ouro.blogspot.com/

Futebol e política num só!
Obrigado!

 
At 6/07/2007 7:59 da manhã, Blogger Daniel Arruda escreveu...

Helicóptero, é um facto que sim e acho que é ness sentido que o povo basco gostaria de caminhar. Pelo menos é o que me é transmitido por alguns amigos bascos.

Leal, eu deixei clara minha posição sobre as lutas armadas. Defendo-as sempre que sejam necessárias. Não me parece o caso e desculpa-me a franqueza, no país basco. Pelo menos desta forma.

 

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