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terça-feira, junho 05, 2007

MAIS UMA VERGONHA DESTE PAÍS

Mandaram-me este texto que reproduzo:

A demissão de um cargo é, em abstracto, um acto de coragem, de carácter, de Verticalidade, de coerência, de autonomia, em suma, de desprendimento do poder.
A demissão de um cargo, objectivamente em Portugal, não é nada disso, bem pelo contrário.

A REPÚBLICA... DOS OPORTUNISTAS!
Jorge Vasconcelos 'bateu com a porta'. Mas o presidente da Entidade reguladora do Serviços Energéticos ERSE) não vai de 'mãos a abanar': vai receber 12 mil euros por mês até encontrar um novo emprego.
Vejam esta notícia em pormenor no Correio da Manhã...
O escândalo é óbvio. Mas vejamos mais pormenores.

O senhor Vasconcelos recebia 18 mil Euros mensais mais subsídio de férias, subsídio de Natal e ajudas de custo.
18 mil Euros, seriam mais de 3600 contos, ou sejam mais de 120 contos por
dia.
O senhor Vasconcelos não foi despedido. Ele demitiu-se, despediu-se por vontade própria) e fica a receber dois terços do ordenado durante dois anos, os tais 12 mil Euros por mês). Qual é o trabalhador que se despedee fica a receber seja o que for?
Além disso, "Questionado o Ministério da Economia, uma fonte oficial adiantou que o regime aplicado aos membros do conselho de administração da ERSE foi aprovado pela própria entidade ". E "De acordo com artigo 28 dos Estatutos da ERSE, os membros do conselho de administração estão sujeitos ao estatuto do gestor público em tudo o que não resultar dos presentes estatutos "".
Mais: "Jorge Vasconcelos foi presidente da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) desde a sua criação".
Ou seja, o senhor Vasconcelos e amigos criaram este esquema para eles próprios, tendo o estatuto de gestores públicos, excepto quando os seus próprios estatutos são ainda mais vantajosos (que é o caso quando se demitem do cargo).
E o que é a ERSE? "A missão da ERSE consiste em fazer cumprir as disposições egislativas para o sector energético". Mas para fazer cumprir a lei não basta o Governo, os Ministérios, os Tribunais, a Polícia, etc.?
"Após receber uma reclamação, a ERSE intervém através da mediação e da tentativa de conciliação das partes envolvidas. Antes, o consumidor tem de reclamar junto do prestador de serviço."
Ou seja, a ERSE não serve para nada. Ou serve apenas para gastar somas astronómicas com os seus administradores.
Aliás, antes da questão dos aumentos da electricidade, quem é que sabia que existia uma coisa chamada ERSE?
O senhor Vasconcelos demitiu-se porque não concorda que o Governo tenha decretado que a electricidade suba uns escandalosos 6% no próximo ano.
Ele e a sua ERSE tinham proposto uns ainda mais escandalosos 14,4%. Certamente seria, entre outras coisas, para cobrir mais umas benesses dos
administradores da ERSE.

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At 6/06/2007 7:34 da manhã, Blogger Daniel Arruda escreveu...

É o país que temos e que negamos diariamente.

 

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