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quinta-feira, junho 07, 2007

Sei lá o título...


"Dão-nos um nome e um jornal
um avião e um violino
mas não nos dão o animal
que espeta os cornos no destino."

Até nos dão o resto todo do poema da Natália que o Zé Mário nos dá.
E dão-nos lutas para viver. E dão-nos sonhos para viver. E são tantas as lutas e tantos os sonhos que, às vezes, nos esquecemos, até, que não temos o tal animal.
E até nos dão amigos que nos ouvem. E até nos dão gente para amar.
Mas, porra, o animal, não nos dão porquê?
Nem que fosse, apenas, uma imitação rasca dele. Se não espetasse os cornos, que, ao menos, nos desse a ilusão que somos nós que o fazemos. O destino.
Mas nada, nem animal nem ilusão. Há alturas que, sem ele, estamos sós. Dolorosa e inevitavelmente sós. E sentimo-nos tão insignifcantes. Impotentes. Queremos mudar o Mundo e nem nos conseguimos mudar a nós.

Queremos mudar o Mundo e nem conseguimos agarrar o sorriso naqueles que amamos. Daqueles que amamos.
Como é que queremos mudar o Mundo se nem somos capazes de agarrar um sorriso?

Há alturas, dias, em que as coisas perdem o sentido. E por mais que tenhamos amigos, amores, lutas e sonhos, nessas alturas estamos sempre sós. Irremediavelmente.

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3Comenta Este Post

At 6/07/2007 1:41 da tarde, Blogger Daniel Arruda escreveu...

Agora imagina isso tudo se amigos, amores, lutas e sonhos. Seria muito mais difícil e afinal é para isso que servem os amigos, amores, lutas e sonhos.

 
At 6/07/2007 1:55 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Não sou capaz, Daniel, não sou sequer capaz de imaginar o que seria...
Sem tudo isso não seriam momentos nem dias que não teriam sentido...seria a vida.
E tem, apesar dos dias e do animal que não há, a vida tem sentido.
È só preciso que de vez em quando nos abanem e nos lembrem isso (disso).

 
At 6/08/2007 12:18 da manhã, Blogger josé palmeiro escreveu...

Então Zabelinha, que é isso?
Ainda bem que vamos tendo tudo o que dizes que temos e é verdade, e temo-nos a nós, com as nossas certezas, com as nossas angústias, com os nossos destinos, destinos esses que teos que perseguir, sem desfalecimentos, para que não traiamos as nossas verdades e convicções. Mas deixa que te diga uma coisa, apesar do tom de desânimo, gostei do que escreveste e como o fizeste, ficou bem expressa a diferença, para os demais. Força, e que saibas, que há mais como tu, neste MUNDO de ignomínias e de desconsolo. Conta comigo!

 

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