Os mistérios dos programas escolares

Tentar explicar isto de forma que se entenda...ou que alguém me ajude a entender.

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O meu filho fez este ano o 11º ano. Está em Ciências e Tecnologias. Fez exame de Fisica e Quimica A e de Biologia. Quer seguir Física. Para isso precisa de Física. E de Matemática. Acabou com uma óptima média a Matemática, falta o exame do 12º ano e acabou com uma óptima nota a Física no exame nacional. Num ano em que a média dos exames se ficou pelos 7,2 ele teve 16,9 e manteve a média de 17 que levava do ano lectivo. E quer, repita-se, seguir Física. Para depois fazer Astronomia.

No 12º ano, para além de Português e Matemática, disciplinas que terá que fazer exame final de ingresso à Univesidade, no final do ano, tinha que escolher uma disciplina complementar. Podia escolher Física, Psicologia, Quimica, Biologia ou Geologia.

O meu filho quer seguir, repito, Física. Logo, o meu filho escolheu...Física. Elementar, dir-se-ia.

Só que...só que não há alunos suficientes para se fazerem duas turmas...há 28 alunos...logo faz-se uma turma de 26 (uma turma inteira que vem do 11º ano) e sobram dois...e o meu filho, que quer seguir Física, tem que escolher entre Biologia ou Psicologia (Quimica tamém não vai haver turma)...ou mudar de Escola.

Mas não se poderia fazer uma turma com 28?...não, está fora de questão. Duas de 14...não se vai dividir uma turma...Mas não poderia, ao menos, assistir às aulas...ah, se o professor pemitir. Há professores que não aceitam (diga-se que compreendo perfeitamente e que esta observação nada tem contra essa opção dos professores).

Mas para que é que ele quer Psicologia? Ah, até é bom, faz subir a média...Mas ele não precisa de subir a média, precisa de ter Física porque lhe vai fazer falta no 1º ano de Faculdade e porque um ano sem a leccionar lhe vai fazer perder a "pedalada"...pois, então mude de escola. Assim.

O meu filho teve, creio, uma das dez (talvez das cinco) melhores notas a Física no exame nacional, no Liceu que frequenta...na turma dele foi o único aluno que manteve no exame final a média que trazia do resto do ano, trazia 17...teve 16,9...toda a gente, pais, professores, Ministério, metem as mãos na cabeça porque as notas de Fisica são uma desgraça...e há alunos que querem seguir Física, que são a excepção à regra dos maus resultados...e ou mudam de Escola ou sujeitam-se a ter Psicologia que para nada lhes serve a não ser para uma ajudita para subir a média. Ou, no caso dele, vai fazer Biologia. Não lhe serve para nada em termos de futuro...até tem uma boa nota para quem não gosta da disciplina nem a quer seguir e, logo, a motivação para melhorar não deve ser muita...e esperar que o professor da única turma existente seja sensível aos seus argumentos e o deixe frequentar as aulas...dos outros. Isto se o horário permitir...e se a desmotivação de "estar de fora" não vencer a vontade de não perder a "pedalada".

Parece que ainda lhe resta outra remota hipótese: que haja chumbos suficientes em Fisica no 12º Ano, para se poder fazer uma turma. Assim, entre a desgraça de alguns colegas ou a boa vontade de um professor, está ou não a hipóteses de o meu filho não ficar um ano sem frequentar a disciplina que quer seguir no seu futuro. E cujo programa do 12º ano, dizia-nos, ontem, a professora, é indispensável para ter um bom aproveitamento no 1º Ano na Universidade.

Não faço ideia o que está mal. Este é, apenas, um desabafo de mãe...mas há alguma coisa que não encaixa...

Entretanto fica também a nota da maneira como lhe foi dito: pode sempre mudar de Escola. Como se para um adolescente fosse fácil, de repente, mudar tudo. Amigos. Hábitos. Percursos. Como se para uma Escola fosse indiferente perder um bom aluno.

Pode ser que ser mãe nos tire o discernimento...se for esse o caso, estou mãe.