INEM ou IN

Ontem tive de chamar o INEM. A história até não tinha nada de mais. Uma senhora que junto a minha casa se sentiu mal. Problemas nervosos, disseram. Tinha abortado há pouco tempo e sofria de ataques desde miúda. Disseram que estava em Hiperventilação mas eu não achei o mesmo pois espasmos e convulsões não fazem parte daquilo que eu sei ser sintomas desta maleita. Pareceu-me muita coisa, desde epilepsia até, e desculpem-me a franqueza, demasiada mistura de alguns fármacos com álcool. Chamei então os primeiros socorros, apesar do marido da senhora dizer que não era preciso, que ele já estava habituado, etc e tal.

Começou aí o meu espanto. Depois de esperar quase 1 minuto (tempo enorme quando se liga para o 112) expliquei a situação e pedi paramédicos para o local. Transferiram a minha chamada para o INEM onde esperei outro minuto que me atendessem a chamada. Passado isto passámos à fase do interrogatório (necessário e útil) até que me disseram que iriam enviar uma ambulancia. 19 minutos depois a mesma chegou. Ou seja, quase 22 minutos depois de eu ter iniciado os contactos com o 112 a doente estava a ser observada. É tempo a mais. Muito a mais. Mas o meu espanto não termina aqui. Esta foi a 1ª vez que tive a necessidade de utilizar o 112 por motivos de saúde e eu sempre achei, até porque era o que via na televisão e nas ruas, que quando se pedia o serviço do INEM estava na realidade a pedir-se um serviço de saúde e que este deveria ser prestado por um médico ou um paramédico.

Fiquei por isso espantado quando chega a ambulancia e dela me saiem dois bombeiros, a quem não quero aqui tirar competências nem méritos, até por todo o respeito que me merecem, e não alguém ligado à área da saúde propriamente dita e o que seria mais adequado àquela situação. Podemos dizer que os bombeiros têm formação também nessa área mas a mim parece-me claramente insuficiente que as ambulâncias do INEM não estejam a funcionar com um profissional de saúde. Em conversa com outras pessoas tirei a dúvida que tinha. Nem sempre foi assim. O facto de eu achar que não deveria ser assim vem do facto de não há muito tempo esses médicos existirem e de me ter habituado a isso. Lembrei-me depois de um comentário que li aqui numa posta em que alguém dizia para não nos lamuriarmos mais que os nossos serviços de saúde eram os oitavos ou nonos do mundo em termos de qualidade. Não sei como são os outros países. Mas não quero acreditar que num país civilizado e evoluído uam pessoa possa morrer só porque o Estado não quer ter dinheiro para equipar ambulancias com um médico ou paramédico.

No dia a dia já tinha sofrido de tudo na saúde. Nos centros de saúde e nos hospitais. Agora fiquei a saber que o Instituto Nacional de Emergência Médica, não é em muitos casos emergência e decerto que não é médica. É apenas mais um Instituto para dar de comer a algumas famílias. (e isto não é para quem lá trabalha. É para quem gere)