O que eramos e o que somos hoje

É já amanhã que arranca em Paris mais um Campeonato do Mundo de Rugby. O 1º com Portugal. O 1º com uma equipa 99,9% amadora (Há um jogador que não é. Joga no Montepelier e chama-se Gonçalo Uva e é também o nosso capitão) .

Pouco ou nada falta dizer sobre os Lobos que ainda não tenha sido dito. Elevaram o nosso rugby a um patamar onde nunca tinhamos sonhado que ele pudesse chegar. Deram ao longo dos últimos dois anos lições de classe por esse mundo fora quer no circuito de sevens quer na Liga Mundial e agora no Torneio das 6 Nações B. Neste Mundial não devemos esperar muito da nossa selecção, ou melhor, devemos esperar muito mas sabendo ao que vamos. Uma derrota com a Nova Zelandia onde eles não façam mais de 100 pontos é um bom resulado. Se conseguirmos fazer um (ou dois????) ensaios nesse jogo seria fabuloso. Sabermos que nos jogos contra e Escócia e contra Itália as derrotas têm de ser relativizadas ao ponto de se perdermos por poucos (menos de 50 pontos) já é muito bom podendo considerar-se quase uma vitória. A nossa esperança deve estar no jogo com a Roménia onde se ganharmos podemos e devemos ir ao Aeroporto buscar estes jogadores como heróis. Se conseguirmos conjuagr tudo isto então podemos saír deste mundial a cantar vitória e com a certeza de que vamos receber o respeitos das esferas internacionais. Uma coisa é certa. Os 3 primeiro jogos estão esgotados. Vamos jogar com 50000 pessoas a ver, coisa que nunca fizemos. Os jogadores e equipa técnica e especialmente o Tomás Morais que passa por um momento familiar delicado merecem isto.

Vamos a isto que eu já me estou a babar pelas transmissões dos jogos. rugby do mais alto nível. E já agora voto na Nova Zelandia ou Africa do Sul para campeã do mundo. Não me acredito que a Inglaterra consiga repetir a cracinha de há dois anos e a França também não tem 15 para chegar lá. E por fim porque acredito que o rugby mais bonito, o do jogo á mão, em velocidade do hemisfério sul vai prevalecer sobre o mais físico do norte.

Mais um milagre do nosso 5 brilhantemente comandado pelo Ucraniano Valentyn Melnychuk que depois de terem conseguido o apuramento para a 2ª fase do campeonato da Europa de Basquetbol, tendo agora toda a legitimidade para sonhar com o apuramento para os jogos olímpicos de 2008. Para isso basta ganhar mais um jogo e quem sabe? Estes jogadores já provaram que são capazes de tudo. Ontem sofreram, iveram o passaro na mão a ganharem por 17 pontos (precisavam de 15 para o apuramento directo) e deixaram-no fugir nos últimos dois minutos graças a dois triplos da Letónia mas tivemos a croácia do nosso lado que no último segundo derrotou a Espanha. Ficam aqui os nomes dos herois que ontem nos encheram de alegria. Carlos Andrade, Jorge Coehlo, Nuno Cortez, Jose Costa, João Costa Quaresma De Figueiredo, Paulo Cunha, Filipe da Silva, Elvis Evora, Mário-Gil Fernandes, Joao Gomes, Marco Goncalves, Francisco Jordão, Nuno Marçal, Miguel Minhava, Miguel Miranda, Nuno Perdigao, Antonio Pires, Sergio Ramos, Joao Santos e Paulo Simao.

Já estou farto da história do Pepe e dos nacionalismos bacocos. Não deve ir á selecção porque não é português de nascimento, porque não tem sangue português a correr nas veias, porque isto ou porque aquilo. O futebol tem de ser sempre diferente de tudo o resto. Podemos aplaudir o Francis Obikwelo, o Nelson Évora, a Naide Gomes no atletismo. Podemos ter como heroi no Andebol o Victor Tchikoulaev, Podemos gritar o nome do Betinho o do Elvis Évora no basquetbol, podemos ser admiradores de todos os atletas naturalizados e em todas as modalidades mas não o podemos fazer no Futebol. Mas contrasenso é que não se levantam problemas ao Manuel da Costa que a 1ª vez que veio a Portugal foi para a convocatória da selecção, mas esse até tem pais portugueses apesar de nunca cá ter vindo. Podemos aceitar o caso do Steven Vitória que está na selecção de sub 20 e que está igual ao Manuel da Costa.

Gosto sempre de dar o exemplo de Makakula (de origem nigeriana acho), actualmente no Marítimo. O pai, com o mesmo nome jogava em Guimaraes quando o filho nasceu. Aos 3 anos mudou-se para a Tunízia com ele onde o filho veio a crescer. Aos 15 Makakula filho regressa a Portugal e é convocado para a selecção de sub 16 pois é português de nascimento. joga por Portugal até aos 19 anos para depois optar pelo país dos seus pais para continuar a representar a nível de selecções. Sobre este nunca houve problemas pois nasceu cá mas eu pergunto, quem é mais português. A minha resposta é que todos os que se sintam portugueses que o devem ser e ter direitos e deveres iguais.

Para algumas pessoas devia se banir o Pastor Alemão ou o Buldog Frances e só poder ser propriatário de Serras da Estrela e Rafeiros Alentejanos e nas nossas mesas só se come Cozido á Portuguesa e Feijoada á Transmontana.

Como diz Scolari. Parem com a hipocresia.