Venceste outro
Continuo sem saber escrever a falta que me faz a tua voz do outro lado da linha. Continuo a marcar o número e fico à espera.
Quando anoitece, como agora, penso que venceste outro dia. E eu também. Disseste-me quando tudo começou. Nem penses que vens chorar para ao pé de mim!! Passaram-se cinco meses e até hoje. Nunca chorei ao pé de ti. Só às vezes quando não atendes o telefone. Desculpa.
Disseram ontem, amigos comuns, está por horas. Mas mesmo quando as (tuas) horas passarem, amiga, eu mantenho a promessa. Não vou chorar ao pé de ti.
(Tagarela...o que é que eu faço para te calar?? Estiveste mais de vinte anos sem me ouvir, agora aguenta...).
Deve ter havido algumas coisas que ainda não te disse. (De vez em quando não me deixavas falar. Tagarela). Agora não dá por causa da parva da promessa que te fiz...mas um dia destes, no meio duma discussão sobre a minha esquerda caviar e o teu estalinismo, ainda te hei-de dizer que estavas enganada nessa treta dos vinte anos. Foi ontem.
Olho a noite que já caiu. Daí não podes ver por causa da luz da máquina. O resto das palavras é que não saem. Porque raio me metes a fazer promessas parvas?
PS: Tenho guardada uma mensagem de voz. Achas mesmo que eu sou ingénua como me dizias quando me vias a lutar contra castelos de areia? (Não são nada de areia. Claro que são. São coisas importantes. Sentimentos fortes. Dores a sério. Achas mesmo? O tempo...Tinhas razão).
Nem penses, amiga. Só não a ouço agora por causa da promessa. Não ao pé de ti.
Etiquetas: Isabel Faria
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Há postas que não se comentam mas queria que soubesses que esamos contigo para o que der e vier. Há sempre um ombro para descansar e um ouvido que sabe ouvir, sempre que precisares.
Fiquei a saber ontem. Clara coincidência numa profunda tristeza.
Abraço
JJS
Com amizade
fico contente por saber...
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