2007 - Ecos V
56 SAP encerrados; 15 Serviços de Urgência encerrados ou para encerrar; 16 Maternidades encerradas ou a encerrar ( números ate Novembro de 2007).
Na foto, imagem do coveiro em digressão pelo País.
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56 SAP encerrados; 15 Serviços de Urgência encerrados ou para encerrar; 16 Maternidades encerradas ou a encerrar ( números ate Novembro de 2007).
Etiquetas: Isabel Faria
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Isabel,
Os números são impressionantes, sim, mas o que eu gostava de saber era se, na realidade, a assistência médica às populações melhora ou piora.
No final dos anos oitenta fiz parte do gabinete de contencioso de um grupo de empresas em situação de mais que pré falência. Na altura, e para se ter noçao do que falo, a divida à Segurança Social era de doze milhões de contos. Isto não é um engano de milhões e de contos, era isto mesmo, um enorme disparate.
Essas empresas tinham sido intervencionadas pelo estado e, súbitamente, o número de trabalhadores triplicou. Ilustrava este exagero um dos trabalhadores que tinha a mais estranha função - segurar um epilético, contratado para a linha de produção, se e quando tivesse um ataque.
Que aconteceu no final? O costume. Despedimentos colectivos, dramas enormes, famílias inteiras sem pão para comerem e os urubus a dividirem os restos e a fazerem fortunas colossais.
Toda esta história para uma pergunta - não será preferível fechar alguns serviços, que provávelmente terão sido fruto de um exagero de novos ricos, e tentar evitar que todo o sistema vá à falência?
Ernesta, podeia responder sim à sua questão de tivesse optado pelo condicional em vez do futuro...não seria pereferível.
Seria...
Se não houvesse quase 400 mil portugueses à espera de uma consulta nos hospitais do Estado...se houvesse médicos de família nos Centros de Saúde para todos os utentes do SNS, evitando assim que tivessem que recorrer aos SAP...se as urgências dos hospitais não fossem o caos e o desepero que todos conhecemos e ficassem cada vez mais caóticos e mais dessperantes, conforme vão fechando urgências...se o desperdício e a má gestão se resolvesse com o encerramento de serviços...se...se...
Se mudasse o tempo do verbo, eu concordaria consigo. Assim, não me parece que se tente evitar a falência do sistema....parece-me que se opta pela falência do sistema, à custa dos utentes, dos doentes que não podem pagar a medicina privada, dos que esperam e desesperam por uma consulta de especialidade ou que esperam e desesperam nos corredores de uma urgência.
O SNS não nasceu para dar lucro. Os serviços públicos não nascem para dar lucros, nascem para suprir necessidades das populações. O SNS nasceu para trazer justiça social e claro que só o poderia fazer sendo viável economicamnete. A sua falência poderá ser o fim do descalabro económico mas é, também, o enterrar do sonho de que todos temos direito á saude.
E, nesse sonho, Correia de Campos tem desempenhado bem o seu papel de coveiro.
Ah, mas sei do que fala...também eu conheci empresas e serviços assim.
O problema é que para os tornar viáveis não basta despedir o funcionário que tomava conta do outro com ataques epiléticos...ou o trabalhador com ataques epiléticos. Bastaria, talvez, ter visão suficiente para encontrar um lugar que não uma linha de produção para colocar o trabalhador epilético...
Isabel,
vi resposta mas não tive tempo para a réplica. Fica para amanhã, mas não falha...
Como disse o Arnaut do PS , estão a tentar destruir o SNS.
Mas tambem todos sabemos, que muitos SAP são uma mentira, tal como muitas urgências por esse país fora...
Quem nunca foi a um SAP por causa de uma simples radiografia, ou por uma qualquer luxação, e ser mandado para o hospital mais proximo, porque o SAP não tem meios nem aparelhos para o seu tratamento.
Em suma se Correia de Campos tivesse como fito concentrar meios para prestar melhor serviço á população, até era de aplaudir.
O pior é que só se fala em reduzir custos...
Ao mesmo tempo, que se permite escandalos como o Hospital Amadora Sintra, uma das ditas parcerias público-privadas, que presta péssimo serviço, e é um sorvedoiro de dinheiros públicos....
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