Amin Malouf
Outros que não eu teriam falado de raízes. Não emprego esse vocabulário. Não gosto da palavra raízes e da imagem ainda menos. As raízes enfiam-se na terra, contorcem-se na lama, crescem nas trevas; mantêm a árvore cativa desde o seu nascimento e alimentam-na graças a uma chantagem: Se te libertas, morres!
As árvores têm de se resignar, precisam das suas raízes; os homens não. Respiramos a luz, cobiçamos o céu e quando nos metemos na terra é para apodrecer. A seiva do solo natal não nos sobe pelos pés em direcção à cabeça, os pés só nos servem para andar. Para nós só as estradas contam. São elas que nos guiam da pobreza à riqueza ou a outra pobreza, da servidão à liberdade ou à morte violenta.
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Caíram-me bem as palavras, Franco.
A mim também. Confesso que ainda não tinha lido nenhuma obra deste homem que escreveu, entre outros, "As cruzadas vistas pelos árabes".
Assim e para honrar o seu nome e obra vou apressar-me a comprar este livro "Origens" donde foram recolhidas aquelas palavras tocantes e, para mim, humanizadoras.
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