As coisas são como são
Quarta Feira foi dia de votações para a direcção do Sindicato dos Metalurgicos do Sul. Na empresa onde eu trabalho também se votou. Como é óbvio. Afinal, somos cerca de 1000 filiados neste sindicato da CGTP.
Mas parece que os meus colegas não viram interesse nenhum em ir votar para o Sindicato pois votaram apenas e só 85, apesar de a urna estar no refeitório onde cerca de 95% dos trabalhadores obrigatóriamente passa. Ou seja, não foi por desconhecimento que não se votou.
Porque foi então que não votaram quando, há cerca de dois meses, votaram mais de 300 sócios do sindicato para as eleições para delegados sindicais? Será por não ter havido discussão? Será por não haver contraditório? Será por não ter havido verdadeiras respostas de ruptura com o que actualmente existe? Será que as pessoas se acham tão longe da direcção do Sindicato que aquilo nada lhes diga?
É que quando há eleições para a delegação sindical concorrem várias ideias e várias pessoas não dominadas pela direcção do sindicato e há tudo aquilo que referi antes. Por isso é que a linha afecta á Direcção perdeu essas eleições em toda a linha. Porque esta Direcção sindical não gosta de discutir e não gosta de contraditório. Porque esta direcção sindical é a que veta nomes ao congresso e impede os seus sócios de se exprimirem para dizerem quem querem que os represente no congresso. Por isso preferem nomear os de "confiança". Os que dizem sim a tudo.
Mas depois perguntam-se porque há para esta direcção mais de 90% de abstenção e de entre os votantes ainda há os nulos e os brancos, o que equivale a dizer que os "autoeuropeus" (alguns, porque há os que são dirigentes a tempo inteiro que aos anos que não sabem o que é trabalhar na empresa) eleitos para a direcção têm a legitimidade de terem sido eleitos por cerca de 6% dos trabalhadores sindicalizados da sua empresa.
Não me venham agora com a história de que os outros, os não alinhados com a direcção do sindicato são reconhecidos pelos patrões, como costumam dizer por aí, insinuando parvoeiras que nem merecem ser aqui reproduzidas. Essa já não pega. Anos após anos, temos sido reconhecidos nas urnas pelos nossos companheiros de empresa (o verdadeiro barómetro de um bom ou mau trabalho) Agora chegou a vez de outros serem vetados ao desespero. Querem resposta mais clara que esta?
Etiquetas: Daniel Arruda
5Comenta Este Post
Daniel, tás de férias ou a blogar durante a hora do trabalho? Olha que ainda vais prá rua e o sindicato não pode fazer nada, que ninguém te paga para blogar aí na metalurgia...
Anónimo mete-te na tua vida que eu trato de mim. Sabes o que são férias?
Invejoso
Ói
Tive uma ideia, porque não experimentas filiar-te num sindicato democrático da UGT?
Ou então criar uma central sindical Bloquista?
O Sindicalismo no seu melhor!Tenham vergonha, porque não representam quase ninguém naquele imenso parque industrial!
Apenas se lembram daqueles trabalhadores quando são necessários para greve ou manif!
Com amigos deste calibre não precisam os sindicatos de inimigos! Tenho a certeza que o teu discurso pedagógico levou muita gente a votar nessas eleições...
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