Isto tá bué de assustador aqui na sala
Tou aqui a tentar escrever um Parecer que tenho que entregar amanhã na empresa...e ainda me falta escrever um documento que me comprometi a entregar Sábado...e para uma coisa e outra tenho que estar sossegadinha e ler umas coisas. E não dá.
Tenho a janela aberta, porque tenho que aproveitar os fins-de-semana em que estou em casa para deixar entrar ar fresco e para sair o cheiro a semana e assim. Com as janelas abertas entram moscas e o Bono fico possesso com as moscas.
O gajo salta e manda-se em queda livre, bate com a cabeça nos armários, manda-se para cima do sofá, corre nas costas do dito, onde eu tento, desesperadamente, concentrar-me e the last but not the least, faz uns barulhos estranhíssimos e assustadores sempre que se manda a uma mosca.
Já lhe tentei explicar a perda de tempo que é caçar uma mosca quando tem a tigela cheia de croquetes de gato, mas sem sucesso. Também tentei aquela de que, segundo S. Francisco de Assis, se não me engano (peço desculpa se troquei o Santo), os animais são nossos irmãos, logo que o Bono é irmão da mosca que, por sua vez, é minha irmã, que sou irmã do Bono e por aí adiante...mas aqui ia jurar que o gajo apontou com os olhos para o insecticida que está em cima da mesa da cozinha e que tem feito parte do meu arsenal de guerra dos últimos tempos, contra uma praga de mosquitos que invade Lisboa, ou pelo menos, a parte de Lisboa que começa na minha porta de entrada e termina no arame da roupa...
Alguém me pode dizer se há alguma forma de explicar a um gato que para apanhar uma mosca não são necessários gritos de guerra que incomodam os outros seres vivos barra irmãos, enquanto estes se tentam concentrar para escrever Pareceres sobre Balanços Sociais e documentos sobre Assembleias de Freguesia...é que neste momento, só assim pelo alto, eu vejo cinco moscas na sala...isto multiplicado por não sei quantas tentativas por mosca e respectivos sons assustadores faz prever que não vou conseguir cumprir nenhum dos prazos com que me comprometi. Estou bué de preocupada.
Enquanto escrevia estas desesperadas linhas, houve pelo menos uma dúzia de sons assustadores e não me parece que nenhum deles tenha sido produtivo. A tragédia vai, pois, continuar.
Etiquetas: Isabel Faria
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