Porque só pode ser Obama

A dois dias das eleições americanas, deixo-vos aqui um link para um artigo de Howard Zinn, publicado no Esquerda. Net. Tem lá tudo o que, para mim, deve ser uma posição de Esquerda (a posição da Esquerda) em relação às eleições americanas.

A Esquerda não tem que escolher entre mortos ou entre guerras. A Esquerda não tem que escolher entre o terrorismo de Estado e o terrorismo dos terroristas que fizeram o 11 de Setembro. A Esquerda não pode esquecer o Vietname, nem a Coreia, nem a Guerra do Golfo. A Esquerda não pode ter ilusões do que é o Imperialismo americano nem pode pensar que ele acaba, se regenera, treme, quando os americanos votarem no próximo dia 4 de Novembro.

Como escreve o historiador a questão não é encontrar diferenças entre um e outro, entre as guerras de um e as de outro, é saber onde está o que, apesar de tudo, representa a vontade de mudança de um povo e quem pode estar mais aberto a essa mudança ou onde está a continuação, o ficar tudo na mesma, a não demarcação de Bush, e quem está disposto a essa continuação.

A Esquerda não deverá ter grandes dificuldades em saber o que não muda, quer ganhe Obama ou McCain, tem é a obrigação de saber interpretar o que os americanos querem ou não que mude ganhando Obama ou McCain.

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Como escreve Zinn: "Por isso, sim, votarei por Obama, porque o sistema político corrupto não me oferece outra opção, mas só por um momento: quando accionar o dispositivo apropriado na cabina de voto.".

Este deverá ser, na minha opinião, o voto da Esquerda anti-capitalista e anti-imperialista. No momento do voto, e só enquanto ele durar, sabendo que o faz por falta de opção viável (que um "sistema político corrupto", como lhe chama Howard Zinn, impede) e que nada de essencial irá mudar, a Esquerda só pode "votar" em Obama.

A seguir, no dia ou na semana a seguir, voltará a sair à rua a lutar pela Paz, contra as invasões americanas e as guerras infinitas e os ataques terroristas, pelos quatro cantos do Mundo. Porque, para a Esquerda, só a luta pela Paz e pelo direito à liberdade e auto-determnação dos povos é uma resposta de Esquerda ao imperialismo americano e ao terrorismo, pelos quatro cantos do Mundo.