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quinta-feira, fevereiro 19, 2009

19 de Fevereiro de 1987

Levantou-se ainda não havia dia. Como habitualmente estava sozinha. Fez as camas. Arrumou a casa. Passou a roupa. Colocou a comida, no frigorífico, em caixinhas individuais. Pegou no saco. Meteu lá dentro meia dúzia de mudas de roupa. O Sidarta e o LP do Cohen, que tinha recebido no Natal.
Sentou-se na cadeira da camilha do hall de entrada. Escreveu que lamentava não ter força para continuar. Arranjou os malmequeres da jarra. Colocou a chave ao lado da jarra. Pegou no saco. Abriu a porta da casa. Antes de fechar a porta, viu-se, pela última vez dentro dela. Saiu.
Nunca se questionou sobre aquele dia. Quatro anos depois, e muitas vezes depois disso, sobre os dias antes aquele dia. Ainda hoje, vinte e dois anos depois.

Fiz tudo?
Não sei. Sei que nunca terei a resposta. E lamento.
Há 22 anos que hoje não é um dia de respostas. Nem um dia fácil.

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