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domingo, fevereiro 22, 2009

Carnaval

Não gosto do Carnaval. Não gosto que haja datas para. Datas para se ser solidário e falar nos pobrezinhos e desamparados no Natal ou datas para nos divertirmos e vir tudo para a rua, fingir, por uns diazitos, que se é feliz ou esquecer que não se é, o que deve dar mais ou menos no mesmo…
Eu que gosto tanto de datas, sou mesmo egocêntrica nas ditas. Gosto das minhas datas. As que eu faço ou que me fizeram. As do calendário não me dizem mesmo nada.
Quando era novinha ainda cheguei a participar em alguns Carnavais. Mas, então, o Carnaval servia para se trangredir. Se contestar. Às vezes, a gente podia, se fossemos inteligentes, usar o Carnaval para, duma forma inteligente, chamar filhos-da-puta aos gajos que nos oprimiam e nos levavam os pais e os amigos para a prisão ou para a guerra. E um Carnaval para chamar filho-da-puta aos carrascos fazia sentido.

Por isso o Carnaval só teve sentido, para mim, nessas alturas. Em que precisávamos de nos mascarar para passar mensagens. Hoje, até esse papel perdeu.
Só não chamamos filhos-da-puta a quem quisermos, se decidirmos assobiar para o lado. Ou se optarmos por nos mascararmos o resto do ano todo.
Portanto fica (desculpa, Daniel, tu que andas lá estes dias todos e que tanto gostas…), apenas um divertimento por encomenda, um assumir papéis que em condições normais não teríamos coragem de assumir. Ok, também ficam umas mulheres jeitosas, semi-nuas, que nos enchem o olho…mas talvez se eu estivesse no Brasil, essa ainda fosse uma razão válida…agora, aqui, com este frio!!

Dias próprios para me divertir, pois, não obrigado. Quem for de Carnavais divirta-se, é o meu desejo. Mas não se esqueçam (este ar paternalista fica-me tão bem, eu sei) que esta porra está mesmo complicada. E que há uns filhos-da puta novos que nos estão a fazer a vida numa diária, e sem fim à vista, Quarta-Feira de Cinzas.

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