Congresso leonino

Isto de não se escrever durante alguns dias por falta de tempo leva a que depois tenham de se publicar postas requentadas. Mas vai mesmo ter de ser.

Este fim de semana decorreu o congresso leonino e eu não podia deixar passar esse momento. Para além do facto de as farmácias da zona de Santarém terem pedido um reforço de anti-ácidos (ainda efeitos da Taça Carlsberg) a lagartagem reuniu-se para discutir o clube e dar recomendações ao clube. Ideia notável e louvável esta, de facto. Mas quando a esmola é grande o pobre desconfia. E foi o que eu fiz e desconfiei. Pelo que segui com a atenção possível o que saíu na comunicação social sbre o facto. E gostei do que li.

Gostaste Troll? - perguntam vocês.

Claro que gostei terei de responder. Porque tudo o que exponha ao rídiculo e leve o meu vizinho da segunda circular ao fundo é sempre bem vindo.

A começar logo pelo facto de a estratégia a ser seguida pelo clube e que foi debatida e votada e até pasme-se aprovada é a indicada pelo Presidente que está demissionário e que já afirmou e reafirmou que não se recandidata. Contra-senso este alguém querer condicionar o que vai abandonar. Mas importa ver o que diz essa estratégia de uma forma muito geral.

Alienação de todo o património do clube, incluindo o Estádio e a Academia de Alcochete de modo a tornar o clube mais gerível. E já agora injectar capital na SAD. Dito de outra forma. Vão descapitalizar o clube em favor da SAD. Dito ainda de outra forma é o fim do SCP enquanto clube eclético, pois a proposta de criação de diversas SAD para as amadoras foi rejeitada.

Esta recomendação leva e penso que seja isso que está na mente dos promotores a que a Sporting SAD a que a Sociedade se torne mais atractiva aos investidores copiando de certo modo o modelo inglês de clubes. Ora esta estratégia vai levar inevitávelmente a que o capital da Sporting SAD seja comprado por alguém que se torne dono do clube. Não me parece que fosse esse o espírito que presidiu á criação das SAD em Portugal. Mas enfim, cada um sabe de si.

Outra coisa que me alegrou foi a ausência mais presente deste congresso leonino. Dias da Cunha. Como se pode estar tão fora e dentro ao mesmo tempo? O que Sares Franco se esquece é que Dias da Cunha é o maior accionista particular do clube e no esquema que ele quer impôr é figura central numa provável venda.

Mas as piadas deste congresso não se ficaram por aí. Cada vez mais o clube do visconde parece a nossa nobreza falida. Ideias megalómanas como a de se criar o Parlamento Leonino. Um órgão interemédio entre os sócios e a direcção. Já ouviram falar nas Reuniões magnas dos clubes? As Assembleias Gerais? Se é para acabar com elas para ser mais fácil impor o plano que visa decapitar o clube, então força. Eu adoraria.

Enfim, o Congresso leonino foi ainda mais giro que o Big Brother. Todos numa sala, a fazerem provas, a chatearem-se e no fim ganha o grande irmão.

O que eu não percebo é porque é que a voz mais contestatária foi a ex presidente dos núcleos. Será que os adeptos já perceberam ao que isto vai levar?