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terça-feira, abril 14, 2009

Números da (nossa) vergonha

Não é possível ficar indiferente a estes números. Não é possível porque há quem passe fome a nosso lado. Não é possível porque há quem perca casas a nossa lado. Não é possível porque os nossos amigos e os nossos familiares perdem diariamente os seus empregos. Não é possível porque o futuro dos nossos filhos, depois de anos a tentarmos pagar-lhes livros e propinas, será um call-center qualquer e um trabalho à jorna para toda a vida. Não é possível porque o subsidio de subsistência depois de acabar o prazo do subsídio de desemprego, prazo que o Governo se recusou a aumentar, ronda os 24o Euros. Não é possível porque ontem a Quimonda despediu todos os trabalhadores com contratos a termo. Não é possível porque hoje os jornais noticiam que há instituições de solidariedade social, aquelas a que recorrem cada vez mais homens e mulheres iguais a nós, que estão a encerrar por falta de verbas. Não é possível porque ontem os jornais também noticiavam que, cada dia, chegavam aos hospitais mais crianças com fome...
Não é possível ficar de braços cruzados enquanto um administrador da Galp ganha 1800 Euros por dia. Não é possível ficar de braços cruzados quando um Governo vergonhoso se recusa a tomar qualquer medida coerente para ultrapassar a crise social em que nos encontramos e permite que nos entrem pela casa adentro estes números.
Não é possível porque aqueles quatro milhões de euros são nossos. E a gente precisa deles para sobreviver.

E não é possível não ficar envergonhado. Afinal, nas últimas três décadas, quem permitiu que os responsáveis por estes números, pelos 240€ mensais de uns e pelos 1800€ diários de outros, se fossem mantendo e alternando, fomos/somos nós.

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