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sexta-feira, outubro 30, 2009

Então e o povo, pá?

Ontem a Europa ficou mais pobre. Não porque o Tratado de Lisboa foi aprovado ou porque se chegou a um consenso. É na forma como o tratado foi aprovado. Sem referendo nalguns casos, com duas votações noutras e com imposição noutros.
É triste quando a democracia é tratada assim. Sem respeito pelos cidadãos. Porque aumenta a descrença na Europa. Porque faz com que cada vez os europeus sejam menos europeístas. Porque descredibiliza a classe política.
Do alto do seu palácio de ventos e nuvens até podem os líderes europeus estarem de sorrisos bonitos porque salvaram o seu quinhão na perpetuação do poder na Europa burocrática, cada vez mais cega, surda e muda aos problemas das pessoas. Mas nem eles se acreditam que prestaram um bom serviço aos cidadãos. Sabem que prestaram um bom serviço a eles mesmos. Prestaram um bom serviço aos burocratas e a toda a corja que os acompanha. Prestaram um bom serviço aos poderes económicos e ás grandes fortunas. Prestaram um bom serviço ao governo americano e à sua tentativa de dominarem o mundo mesmo quando estão em colapso. Prestaram um bom serviço aos amantes das guerras, preventivas ou não. Mas a pergunta final é a mais importante e a essa os representantes dos países não responderam. Parafraseando o Falancio e o Gel nas suas certas e mordazes rábulas. "Então e o povo, pá?"
O povo esse para não variar ficou sem voz, sem expressão e sem direito de expressão. Porque os governos tiveram medo que o povo não entendesse as boas intenções de quem redigiu o documento. Porque o povo é estúpido e não sabe o que quer e o que é bom para ele. Quem sabe o que é bom e o que presta são os iluminados. Onde é que já se viu o povo decidir? Ser soberano? Isso foi no século passado. Quando se cometeu a estupidez de acabar com as ditaduras que acorrentavam a Europa. Agora a moda é outra. São as ditaduras transvestidas. Pergunta-se ao povo o que quer de 4 em 4 anos com base em promessas que sabe-se à partida que não são para cumprir e uma vez feito o simulacro das eleições decide-se o que se quiser. Afinal o povo é demasiado estúpido para entender essas coisas da política. Essas movimentações na alta esfera dos interesses.
Confesso que estou farto de ser governado por corruptos preocupados com o seu umbigo. Por pessoas sem respeito pelos mais elementares direitos de cidadania. Por incompetentes narcisistas que adoram os cargos que desempenham mais do que á eles próprios.
Foda-se. Estou farto.

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