È a democracia que está em causa

Acusem-me do que quiserem. De ser populista ou demagogo, mas o certo é que é inadiável e urgente que as 3 mais altas figuras da nação deem explicações à nação porque o pantano em que José Sócrates se viu envolvido é insustentável. Não basta pedir aos reguladores que prestem contas. Não basta pedir ao PGR que se explique. Não basta que o assunto seja discutido no Parlamento.

Sócrates viu o seu nome envolvido em demasiadas coisas desde que tomou posse. Ele passou ao lado docaso da Licenciatura na Independente. Ele está a tentar passar ao lado do processo Freeport que teve um arquivamento político na Inglaterra como já toda a gente viu. Com a complacência de Cavaco Silva passou ao lado das escutas em Belém e com a complacência do PGR passará ao lado do processo das escutas a Armando Vara. Com a complacência do regulador passou ao lado do caso Manuela Moura Guedes / TVI / Mediacapital. Hoje ficámos todos a saber na 1ª pessoa que o Governo exerce pressões sobre os órgãos de Comunicação Social feitas pelo seu director sem tibiezas. Nem falo no caso Luís Figo por duas razões. A notícia vem no Correio da Manhã que não merece crédito e porque é uma coisa que está por apurar. Está bom de ver que estou farto de escrever e parece que os casos com o nosso PM não acabam a ponto de já não ser José Sócrates que está em jogo. È a nossa democracia. Um país que se diz livre e democrático não pode ter tanta suspeita sobre o seu chefe de Governo sem que este se explique. O silencio já não cola. Porque não há confiança no sistema judicial. Ninguém no seu perfeito juízo acredita que na justiça dos ricos, esta seja cega e justa. Isso só se aplica á justiça dos pobres e mesmo aí ...

E muito menos o país acredita que não sejam exercidas pressões para que nos casos do PM seja dado um tratamento preferencial. Por isso é urgente que as nossas figuras de Estado tomem posição. A bem da verdade e da nossa democracia. Que se publiquem as escutas ou se tome o compromisso de as divulgar assim que possível (sem que seja igual aos ficheiros Zarapuda no caso JFK) .

O país precisa de saber se tem nos lugares de decisão cidadão dignos, honrados e hoenstos, ou se por outro lado tem charlatões que se safam da justiça por expediente legal, manobra de pressão ou apenas pela influência do cargo que ocupam.