Noite de insónia

Noite de insónia. Voltas na cama. Rodeada de fantasmas bons e maus. Os primeiros, brincando e tentando fazer-me rir, os últimos, fazendo caretas e tentando fazer-me pensar...

Sem nunca concluir porque nunca se organizam e vêm, pelo menos, uns e cada vez. Para não me baralharem.

No meio da briga deles, deu-me para pensar porque é que eu, uma ateia militante e algo empedernida, uso tantas vezes o termo alma...acredito no fim...e espírito, apenas como contaponto ao físico, parece-me tão pouco...

No meio da insónia, talvez pelas quatro da manhã...

Um banco de jardim. Rodeado de folhas amarelas, vermelhas e castanhas. Algumas verdes. Aquecido e iluminado por uma réstea de Sol. Onde se sentam os sonhos, as angústias, as pessoas que amamos, as perdas, as chegadas e algumas rugas. No bocadinho do banco onde o Sol fica até mais tarde, às vezes, senta-se o Futuro. Outras não. Quando não, ela sabe que basta esperar que o Sol volte. Na noite, mesmo fria, ela aconchega-se em nós. Mesmo com insónias.

Agora, quando falar nela, já a conheço.