« Home | Noite de insónia » | Foi bonita a festa, pá » | Afeganistão, 4 mil mortos depois » | Olhem, traduzam !!! » | O Troll da Semana » | Resposta a pensamento do dia » | pensamento do dia 6 de Outubro » | Cinismo » | A lição » | Desculpem lá mas este Blog hoje estava cheio de pa... »

domingo, outubro 08, 2006

Os carros não têm pneus?

Em dois dias, a GNR atingiu a tiro cinco jovens, no Porto. Na passada Terça-Feira um jovem morreu e um outro ficou gravemente ferido. Na noite passada um outro foi internado com prognóstico muito reservado e a jovem de 17 anos que seguia a seu lado, foi ferida.
Nas duas vezes não foram disparados tiros das viaturas. A primeira não parou a uma ordem dos agentes e pôs-se em fuga, a da noite passada, supostamente, foi roubada e os assaltantes puseram-se em fuga.
Na Terça Feira foi explicado que o carro em fuga poderia colocar em causa a segurança de terceiros, hoje que o carro roubado se dirigia para um polícia que, entretanto, o aguardava num cruzamento. Em nenhum dos casos parece ter sido posta em causa a vida dos policias nos carros que perseguiam os jovens. Então porque não foram disparados tiros para os pneus? Não será esta a actuação mais lógica nestes casos? Mesmo, no caso, do policia, que na noite passada, supostamente correu o risco de ser atropelado pelo carro em fuga, os diasparos para dentro do carro são a defesa normal? A que se aprende nas escolas de Polícia?
Nos filmes americanos é assim...mas nós queremos sempre acreditar que há um diferença entre uma Policia que zela pela segurança dos cidadãos e os filmes americanos. Ou será que não há?
Entretanto, e parecendo nada ter a ver com o caso, em Setúbal a PSP diz que a Judiciaria a chamou para fazer uma "representação" aquando da transferência do sequestrador do BES, e a Judiciária diz que não chamou ninguém, porque o comportamento e o estado do homem, não o impunha...
Algo vai mal no reino das nossas forças de segurança. Entre desencontros, sedes de protagonismo, perseguições que deverão ser, seguramente, o dia-a-dia numa grande cidade e que acabam no hospital ou na morgue, as notícias que nos chegam não são tranquilizadoras.

Etiquetas:

6Comenta Este Post

At 10/09/2006 9:17 da manhã, Blogger Ganso escreveu...

Coitadinhas das crianças que foram baleadas. Aliás, pela cara deles, pelo cadastro, pelos carros roubados e pelo não-cumprimento da lei, eram todos umas joias de moços!!

Já sei que vão dizer "ínsensivel e frio". Mas é o que dá viver há 27 anos no meio desses marginais que fazem tudo o que querem e depois chegam à esquadra, levam com uma lista telefónica nas costas e vão para casa impunes.

PS: Além de viver no meio de criminosos, graças aos fugitivos da policia que não levaram um balázio, ando há 8 anos para receber um arranjo de 400 contos do meu carro. (será que ainda os irei receber? Não me parece)

PPS: Os carros das patrulhas também têm pneus, mas no entanto na Amadora, por vezes lá vai um polícia para os anjinhos

 
At 10/09/2006 10:06 da manhã, Blogger Daniel Arruda escreveu...

Emiéle, eu tb não vou responder ao ganso. Ele dá a resposta no PPS. Quanto ao post, parece-me óbvio que a polícia está impreparada o que não é confundível com falta de capacidade. Aliás eu culpo muito mais o sistema qua não dá as condições que os agentes em questão.

 
At 10/09/2006 10:21 da manhã, Blogger Isabel Faria escreveu...

Ganso, vamos por partes.
Não consigo analisar as pessoas pela cara. Nem pelo cadastro. Nem sei se se trata de carros roubados (creio que o carro onde morreu um jovem na Terça Feira, não era um carro roubado). Nem sequer pelo não cumprimento da Lei.
Metade destes julgamentos tem que ser feito pelos orgãos próprios e nos locais próprios. Os tribunais. Não sou juíz. Nem tu. Nem a Policia.
O pela cara, não penso que alguém possa fazer. Não sou Deus. Nem tu...e mesmo que acreditasse em Deus, dúvido que ele julgue as pessoas pela cara...

O facto de viver entre "marginais", como lhes chamas dá-te a hipótese de os conehceres, possivelmente melhor que eu...não o de te subsituires aos tribunais para os julgar. É isto um Estado de Direito.

Quanto aos pneus dos carros da Policia...mal de nós se os policias usarem os mesmos métodos e os mesmos meios que os marginais, com ou sem aspas...
Dos primeiros esperamos que usem métodos correctos e que cumpram a Lei e que sejam julgados quando o não fazem...e exigimos que lhes sejam dados meios para o fazerem, como diz o Daniel.
Dos segundos, já que, em príncipio, não esperamos que usem métodos correctos ou que cumpram a Lei(ou não seriam "marginais"), esperamos que sejam julgados e condenados se não o fizerem...repito, caro coleguinha, são estas as exigências de um Estado de Direito.

Quanto aos teus 400 contos..tens que exigir a quem de Direito que tos pague ou que os obrigue a pagar...também é isso um Estado de Direito.

 
At 10/09/2006 11:29 da manhã, Blogger Ganso escreveu...

Peço desculpas pela minha agressividade no primeiro comentário.

Não quero que pensem ideias erradas de mim. Mas infelizmente, a minha vida fez com que não tivesse pena nenhuma de pessoas que não cumpram a lei.

Sei que fui exagerado no primeiro comentário. Sei também que o que as autoridades fizeram foi um exagero e deveriam ser punidos.

Mas, tal como disse, os 400 contos vão de certeza para arquivo.
Em Agosto de 2005, levei com um carro de frente, que mandou a mim para o Hospital e a minha mota para a sucata. E adivinhem? O condutor, viu-me a dormir no chão e fugiu, sem querer saber se estava vivo ou nao.

E sem falar nas inúmeras vezes que me tentaram (muitas consumadas) assaltar, muitas delas "à mão armada" e das tareias que levei por não dar o que é MEU.

A minha revolta talvez seja por não perceber o porquê disto... Estas pessoas que eu falo, tiveram a mesma infância que eu, tiveram as mesmas condições que eu, viviam no mesmo sitio e ... uns estão presos, outros mortos (droga, ajuste de contas, etc) e os poucos que cá andam, estão agarrados a vicios, são ladrões, violadores, etc.

Fala-se muito que isto é por serem discriminados e estarem desintegrados. É tudo uma grande treta. Eu também lá vivia e estou aqui, licenciado, trabalhador e honesto (a última não posso confirmar HEHEH).

Abraços e beijos. E por favor, não me levem a mal

PS: Estou a ser vítima de ameaças. A Isabel quer dar-me uma sova =)

 
At 10/09/2006 1:10 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Ganso, antes de mais nada, confirmar o último parágrafo...o que te vale é que eu hoje não vejo os degraus...mas amanhã, não perdes pela demora :)))

Quanto ao resto. Compreendo o que queres dizer. Claro que se o meio em que se vive, em que se cresce é muito importante naquilo que nos tornamos, nós também temos uma palavra a dizer. Não sou nada apologista de descriminações, sejam elas negativas ou positivas, mas não podemos esquecer que também somos o resultado de muitas coisas.

E quanto ao que contas do teu acidente...
Há uns anos tive um familiar muito próximo que foi atropelado mortalmente por um policia. Por responsabilidade exclusiva do policia.
O processo que se seguiu foi tão revoltante como o que tu viveste, garanto-te...

Vá e agora não te atrevas a vir aqui...

 
At 10/09/2006 3:03 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Estes casos policiais já se vão tornando um hábito, o que é mau.
É mau para os qu morrem, para os que matam e para toda uma sociedade que se quer, viva, saudável e a viver num estado de direito, que diga-se de passagem, é de tudo menos disso, mas vá lá, acreditemos que sim.
Não, não há desculpa para estas mortes inopinadas, vindas do nada e de não sei quê. As polícias estão impreparadas, acima de tudo, psicologicamente, sem estofo para agirem com determinação e firmesa, mas com toda a humanidade possível.
Não colhe dizer que se atira aos peneus, ainda por cima, de uma carrinha, e se acerta, metro e meio acima, na cabeça do presumível culpado. Para isto acontecer, muita coisa fervilha naquelas cabeças e não é, decerto, só a falta de treino.
Depois, há também os desentendimentos entre as várias forças policiais, quem faz a festa, quem atira os foguetes e quem vai, a correr, apanhar as canas. Este é um problema de quem manda, e quem mand, tem a maioria absoluta, e se é tão determinado e absolutista noutras decisões, tê-lo-à, que sê-lo aqui, necessáriamente. E por aqui me fico.

 

Enviar um comentário

<< Home