Os carros não têm pneus?
Em dois dias, a GNR atingiu a tiro cinco jovens, no Porto. Na passada Terça-Feira um jovem morreu e um outro ficou gravemente ferido. Na noite passada um outro foi internado com prognóstico muito reservado e a jovem de 17 anos que seguia a seu lado, foi ferida.
Nas duas vezes não foram disparados tiros das viaturas. A primeira não parou a uma ordem dos agentes e pôs-se em fuga, a da noite passada, supostamente, foi roubada e os assaltantes puseram-se em fuga.
Na Terça Feira foi explicado que o carro em fuga poderia colocar em causa a segurança de terceiros, hoje que o carro roubado se dirigia para um polícia que, entretanto, o aguardava num cruzamento. Em nenhum dos casos parece ter sido posta em causa a vida dos policias nos carros que perseguiam os jovens. Então porque não foram disparados tiros para os pneus? Não será esta a actuação mais lógica nestes casos? Mesmo, no caso, do policia, que na noite passada, supostamente correu o risco de ser atropelado pelo carro em fuga, os diasparos para dentro do carro são a defesa normal? A que se aprende nas escolas de Polícia?
Nos filmes americanos é assim...mas nós queremos sempre acreditar que há um diferença entre uma Policia que zela pela segurança dos cidadãos e os filmes americanos. Ou será que não há?
Entretanto, e parecendo nada ter a ver com o caso, em Setúbal a PSP diz que a Judiciaria a chamou para fazer uma "representação" aquando da transferência do sequestrador do BES, e a Judiciária diz que não chamou ninguém, porque o comportamento e o estado do homem, não o impunha...
Algo vai mal no reino das nossas forças de segurança. Entre desencontros, sedes de protagonismo, perseguições que deverão ser, seguramente, o dia-a-dia numa grande cidade e que acabam no hospital ou na morgue, as notícias que nos chegam não são tranquilizadoras.
Etiquetas: Isabel Faria
6Comenta Este Post
Coitadinhas das crianças que foram baleadas. Aliás, pela cara deles, pelo cadastro, pelos carros roubados e pelo não-cumprimento da lei, eram todos umas joias de moços!!
Já sei que vão dizer "ínsensivel e frio". Mas é o que dá viver há 27 anos no meio desses marginais que fazem tudo o que querem e depois chegam à esquadra, levam com uma lista telefónica nas costas e vão para casa impunes.
PS: Além de viver no meio de criminosos, graças aos fugitivos da policia que não levaram um balázio, ando há 8 anos para receber um arranjo de 400 contos do meu carro. (será que ainda os irei receber? Não me parece)
PPS: Os carros das patrulhas também têm pneus, mas no entanto na Amadora, por vezes lá vai um polícia para os anjinhos
Emiéle, eu tb não vou responder ao ganso. Ele dá a resposta no PPS. Quanto ao post, parece-me óbvio que a polícia está impreparada o que não é confundível com falta de capacidade. Aliás eu culpo muito mais o sistema qua não dá as condições que os agentes em questão.
Ganso, vamos por partes.
Não consigo analisar as pessoas pela cara. Nem pelo cadastro. Nem sei se se trata de carros roubados (creio que o carro onde morreu um jovem na Terça Feira, não era um carro roubado). Nem sequer pelo não cumprimento da Lei.
Metade destes julgamentos tem que ser feito pelos orgãos próprios e nos locais próprios. Os tribunais. Não sou juíz. Nem tu. Nem a Policia.
O pela cara, não penso que alguém possa fazer. Não sou Deus. Nem tu...e mesmo que acreditasse em Deus, dúvido que ele julgue as pessoas pela cara...
O facto de viver entre "marginais", como lhes chamas dá-te a hipótese de os conehceres, possivelmente melhor que eu...não o de te subsituires aos tribunais para os julgar. É isto um Estado de Direito.
Quanto aos pneus dos carros da Policia...mal de nós se os policias usarem os mesmos métodos e os mesmos meios que os marginais, com ou sem aspas...
Dos primeiros esperamos que usem métodos correctos e que cumpram a Lei e que sejam julgados quando o não fazem...e exigimos que lhes sejam dados meios para o fazerem, como diz o Daniel.
Dos segundos, já que, em príncipio, não esperamos que usem métodos correctos ou que cumpram a Lei(ou não seriam "marginais"), esperamos que sejam julgados e condenados se não o fizerem...repito, caro coleguinha, são estas as exigências de um Estado de Direito.
Quanto aos teus 400 contos..tens que exigir a quem de Direito que tos pague ou que os obrigue a pagar...também é isso um Estado de Direito.
Peço desculpas pela minha agressividade no primeiro comentário.
Não quero que pensem ideias erradas de mim. Mas infelizmente, a minha vida fez com que não tivesse pena nenhuma de pessoas que não cumpram a lei.
Sei que fui exagerado no primeiro comentário. Sei também que o que as autoridades fizeram foi um exagero e deveriam ser punidos.
Mas, tal como disse, os 400 contos vão de certeza para arquivo.
Em Agosto de 2005, levei com um carro de frente, que mandou a mim para o Hospital e a minha mota para a sucata. E adivinhem? O condutor, viu-me a dormir no chão e fugiu, sem querer saber se estava vivo ou nao.
E sem falar nas inúmeras vezes que me tentaram (muitas consumadas) assaltar, muitas delas "à mão armada" e das tareias que levei por não dar o que é MEU.
A minha revolta talvez seja por não perceber o porquê disto... Estas pessoas que eu falo, tiveram a mesma infância que eu, tiveram as mesmas condições que eu, viviam no mesmo sitio e ... uns estão presos, outros mortos (droga, ajuste de contas, etc) e os poucos que cá andam, estão agarrados a vicios, são ladrões, violadores, etc.
Fala-se muito que isto é por serem discriminados e estarem desintegrados. É tudo uma grande treta. Eu também lá vivia e estou aqui, licenciado, trabalhador e honesto (a última não posso confirmar HEHEH).
Abraços e beijos. E por favor, não me levem a mal
PS: Estou a ser vítima de ameaças. A Isabel quer dar-me uma sova =)
Ganso, antes de mais nada, confirmar o último parágrafo...o que te vale é que eu hoje não vejo os degraus...mas amanhã, não perdes pela demora :)))
Quanto ao resto. Compreendo o que queres dizer. Claro que se o meio em que se vive, em que se cresce é muito importante naquilo que nos tornamos, nós também temos uma palavra a dizer. Não sou nada apologista de descriminações, sejam elas negativas ou positivas, mas não podemos esquecer que também somos o resultado de muitas coisas.
E quanto ao que contas do teu acidente...
Há uns anos tive um familiar muito próximo que foi atropelado mortalmente por um policia. Por responsabilidade exclusiva do policia.
O processo que se seguiu foi tão revoltante como o que tu viveste, garanto-te...
Vá e agora não te atrevas a vir aqui...
Estes casos policiais já se vão tornando um hábito, o que é mau.
É mau para os qu morrem, para os que matam e para toda uma sociedade que se quer, viva, saudável e a viver num estado de direito, que diga-se de passagem, é de tudo menos disso, mas vá lá, acreditemos que sim.
Não, não há desculpa para estas mortes inopinadas, vindas do nada e de não sei quê. As polícias estão impreparadas, acima de tudo, psicologicamente, sem estofo para agirem com determinação e firmesa, mas com toda a humanidade possível.
Não colhe dizer que se atira aos peneus, ainda por cima, de uma carrinha, e se acerta, metro e meio acima, na cabeça do presumível culpado. Para isto acontecer, muita coisa fervilha naquelas cabeças e não é, decerto, só a falta de treino.
Depois, há também os desentendimentos entre as várias forças policiais, quem faz a festa, quem atira os foguetes e quem vai, a correr, apanhar as canas. Este é um problema de quem manda, e quem mand, tem a maioria absoluta, e se é tão determinado e absolutista noutras decisões, tê-lo-à, que sê-lo aqui, necessáriamente. E por aqui me fico.
Enviar um comentário
<< Home