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segunda-feira, janeiro 08, 2007

Eu quero decidir sobre a minha morte

Quem poderá recusar a vontade soberana de um ser humano em não querer ser mantido vivo? Qual será a posição de quem defende que não deve haver intervenção humana na decisão divina de viver ou deixar morrer? Será que nestes casos já há justificação para que alguém se substitua a Deus e dê vida, ou melhor a mantenha, de uma forma artificial? Qual o humanismo maior, o de retirar o sofrimento a pedido da pessoa ou manter uma dura agonia? Será respeitar a vontade de uma pessoa de querer morrer condignamente, seja medicamente assistido ou por ausência de cuidados, humanismo? Ou será manter um sofrimento para todos os que rodeiam o doente terminal e o próprio doente?
Nesta sociedade onde os direitos individuais são diariamente atropelados nem o direito de escolher sobre a sua vida ou a sua morte é garantido aos cidadãos. Numa altura em que muitos defendem o direito sobre a vida dos outros esquecem-se que noutras mantêm o fundamentalismo. Esquecem-se que o que dizem hoje desdizem amanhã. Têm opiniões ao sabor da corrente do momento. Preferem desconhecer que o próprio Papa João Paulo II esteve ligado a uma máquina que foi desligada no momento politicamente mais conveniente. Mas enchem a boca de Vida como se soubessem o que isso é para depois misturarem impostos com Vida tornando a discussão da Vida repentinamente numa questão económica. Como se a vida se pagasse ou devesse, apesar de a Bíblia a definir como tal. O direito de viver ou morrer é individual. A partir do momento em que se nasce e se tenha consciência temos uma vida. Vida essa que só de nós depende e que não diz respeito a mais ninguém. Até nascermos somos parte de outro, que nos quer ou não quer. Que nos ama ou rejeita, mas nunca uma Vida plena. O suicídio é crime? Não!!!!! Então deixem-nos escolher sobre a nossa vida e já agora sobre a nossa morte.

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10Comenta Este Post

At 1/08/2007 3:02 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Hoje o troll está muito virado para temas "teológicos" ( e não só ), mas são dois excelentes posts.Venham mais destesfj.

 
At 1/08/2007 3:16 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

“Morte com dignidade” tem sido um "slogan" muito usado pelos defensores da eutanásia, mas não há nada de dignificante nos meios que advogam. Por exemplo, uma organização pró-eutanásia distribuiu um panfleto que explicava como sufocar uma pessoa com um saco de plástico. Muitos dos “sujeitos” - como ele lhes chama - de Jack Kevorkian [o “Doutor Morte”, o mais conhecido activista e praticante da eutanásia americano] foram gaseados até à morte com monóxido de carbono e alguns dos seus corpos foram deixados em carros abandonados em parques de estacionamento. Qual é a dignidade de tais actos?
Nos três lugares onde foram aprovadas leis que permitem a eutanásia, ficou claro que a legalização apenas legitimiza o uso dos sacos de plástico e do monóxido de carbono para matar pessoas vulneráveis.
Por exemplo, imediatamente após a aprovação da Medida 16, que legalizou a eutanásia no Estado americano do Oregon, os seus apoiantes admitiram que esta permitia o tipo de “actividades” de Jack Kevorkian. Também disseram que, quando são usados comprimidos para causar a morte, um saco de plástico deve também ser usado para garantir que a morte de facto ocorre. Algo de semelhante aconteceu no Território do Norte, na Austrália, onde os defensores da eutanásia pintaram o quadro de uma morte calma e pacífica do paciente, cercado pelos seus entes queridos. Nas linhas de orientação para os médicos escritas após a legalização (posteriormente anulada), foi reconhecido que o uso de monóxido de carbono era permitido. Foi também recomendado que, caso a morte fosse causada através de drogas, os membros da família fossem avisados de que podiam querer sair do quarto, já que a morte podia ser desagradável (As injecções letais frequentemente causam convulsões violentas e espasmos musculares).
O Dr. Philip Nitschke, um dos maiores activistas pró-eutanásia australianos, propôs um método de eutanásia que usava um computador de forma a permitir ao médico sair do quarto antes do paciente morrer.
É difícil olhar a morte nos olhos!!!

 
At 1/08/2007 4:26 da tarde, Blogger Leal Franco escreveu...

Temas teológicos? Deves estar a brincar. Porque é que alguém diz uma coisa destas? É porque nunca ninguém aparece a dizer que sim senhor, que sabe o que isso é. E assim nunca ninguém fala do assunto. Passa-se à frente e ficamos na mesma. Ora vejamos.
O sr. João Maia vem falar-nos da sua posição sobre a eutanásia. E então? Estamos perante uma posição do sr. João Maia ou perante um conjunto de palavras arranjadas de maneira a que pareça uma notícia, uma informação?
"Morte com dignidade" é, para ele, um slogan. E também, segundo ele, não quer dizer nada. Até porque, segundo ele, uma organização qualquer distribuiu um panfleto que explicava como sufocar pessoas com um saco de plástico! Vejam lá estes disparates. Morte com dignidade é um slogan. E portanto cagamos no assunto. Se calhar morrer indignamente é o que ele quer. Depois sugere que quem advoga a morte com dignidade anda a distribuir panfletos ensinando a sufocar pessoas com um saco de plástico! eu até compreendia se o nome deste senhor fosse Júlio de Matos. Poderia haver um trauma que o levasse a dizer estas parvoíces. Mas voltei a ler o comentário e está lá João de Matos. Só pode ser um fanático. Não se encontra um pingo de raciocínio correcto ou mesmo um silogismo na sua escrita. Isso só pode ser atribuído a uma pessoa que não quer saber da verdade sobre um sssunto. Só lhe interessa é que sobre esse assunto se diga uma coisa: aquilo que lhe convém. Ora isso, para mim e para qualquer ser humano civilizado só quer dizer fanatismo.

 
At 1/08/2007 4:45 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

João, sabe o que me choca mais nesses argumentos? È a vossa total desconfiança em relação ao Ser Humano. Há uma organização qualquer, seguramente de fanáticos desumanos que distribui panfletos sobre uma suposta eutanásia ensinando aa sufocar pessoas com sacos de plástico? Então todos os homens e mulheres que acreditam que os seus ente queridos, que eles próprios têm o direito de escolher desligar a máquina da vida, quando não suportam a indignidade da perda de vida na doença irerevesível ou a dor da doença incurável, são maniacos desumanos que preconizam a morte com um saco de plástico ou o abandono em parques de estacionamento.
A vossa total desconfiança em relação ao ser humano, à Humanidade, aos afectos que impedirão o sofrimento do outro, à nossa capacidade e ao nosso direito de querer viver como Seres Humanos e não como Mortos a quem adiam eternamente o direito de partir em Paz, é tão pouco conforme o espírito cristão que dizem defender. Ou não?
Somos todos uns seres repugnantes capazes das maiores atrocidades para com os outros e para com nós próprios. Apenas salvos pela consciência de meia dúzia de Guardiôes do Templo.Vocês os iluminados. Os justos. Os defensores da Vida.
E se eu não vos quiser dar o Direito de me defenderem? Se não vos der o Direito de achar que são iluminados? Nem justos? Se quiser morrer com dignidade e se quiser confiar num outro Ser Humano para me ajudar a partir? Se preferir confiar no Homem e não num Deus em que não acredito?

 
At 1/08/2007 8:38 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Obrigado fj, saíram.

Caro João Maia, poderia falar de milhentos casos que nos chegam via comunicção social mas vou falar de apenas 1. O meu.
Há 10 anos atrás, fez no dia 1 de Janeiro anos o meu pai estava em agonia. Ele que sempre disse que não queria sofrer. Queria morrer rápido. Estava deitado fazia 1 semana e já so respirava com ajuda de uma bilha de oxigénio. A morte era inevitável. Poderiam ser umas horas ou mais um dia. De sofrimento para ele e para toda a família. Ás 5 da manhã achei que chegava e desliguei o fornecimento de ar que o mantinha vivo. Viveu mais 5 minutos e morreu em paz. Considera-me um assassino? Eu vivo hoje em paz!! Fiz o que deveria ser feito. Na realidade deveria té-lo feito dias antes, mas não tive coragem. Teria poupado horas de agonia e teria cumprido o que ele me pediu ao ínício da sua doença que sabia ser fatal.
Esta não é uma história de sacos de plástico enfiados na cabeça, nem é uma qualquer alucinação do Klu Klux Klan. É a realidade. Como é a realidade de todos os que desejam morrer com dignidade, aliás não percebo o que lhe causa tanta estranheza na palavra porque na defesa do não no referendo gostam de a usar. Eu quero poder decidir sobre o meu destino e não ser um vegetal que tecnicamente pode viver para sempre. Basta aa isso que nunca desliguemos a máquina. Fala dos 3 lugares e não refere nenhum especificamente. Poderia falar de Espanha onde a Eutanásia é praticada nos hospitais públicos, mas não o faz. Ingenuidade? Não me parece.
Tanto haveria para lhe dizer mas a Isabel e o leal já disseram quase tudo. É triste deparar com alguém com tanto despreso pelos outros pois sabe tão bem como eu que a Eutanásia só pode ser efectuada a pedido dos próprios e tem regras perfeitamente definidas. Por fim acabar com uma frase sua "É difícil olhar a morte nos olhos!!! " Pois é. Mas pior é ver a agonia e o sofrimento dos que amamos.

 
At 1/08/2007 9:07 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

É um prazer ter-te como amigo, Daniel.

 
At 1/08/2007 9:36 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Obrigado Isabel

 
At 1/08/2007 11:33 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Arruda espero que rápidamente se aplique contigo o ditado do "tal pai ,tal filho". Dou 25 000 euros como prémio ao teu filho.(Dou porque os tenho,não sou um miserável escravo do capital estrangeiro)

 
At 1/09/2007 1:55 da manhã, Anonymous Anónimo escreveu...

Daniel o teu pai era dos meus.

 
At 1/09/2007 4:17 da tarde, Blogger Leal Franco escreveu...

O sr Jão Maia deu-se ao trabalho de aqui vir e escrever contra a eutanásia que, como toda a gente sabe, é uma acção excepcional e extrema de misericórdia para com um ser humano em sofrimento e sem esperança de sair desses mesmo sofrimento.
Pelos vistos ele acha que o sofrimento é, como o nome indica, para sofrer! Por isso quem o tem chama-lhe seu. Pelos vistos ele não tem esse sofrimento, mais ainda, desconhece em completo essas coisas e, está-se perfeitamente borrifando, ponto final parágrafo.
Noutro comentário o sr joão Maia confessa-se toureiro. Mas como toureiro de profissão que lhe dá, segundo ele mas que eu duvido, 20.000 euros por corrida em Portugam e quase o dobro em espanha, o sr João Maia está habituado ao sofrimento. Não ao seu sofrimento, mas ao sofrimento que ele inflinge, por gosto, quiça até por prazer, num animal com a nobreza do touro. Mas isto é normal. Ele é toureiro. Mas pergunto eu, inflingir sofrimento a outro ser, fazer profissão de fé disso, é normal? Ainda por cima como espectáculo? Será normal? Será nobre? Será virtude? Será essa a vontade de Deus? De Cristo? ou do Bem comum?
Segundo o sr João Maia os touros e outros animais estão "cá" para isso. Para sofrer. Para nos, perdão - os servir, para o "seu" prazer e contentamento.
Ele não disse, mas digo eu, segundo a maneira de pensar deste sr. João Maia, a vida é assim. E ,se alguns seres humanos estão nessa posição de sofrimento é porque Deus (que é uma noção que ele pura e simplesmente desconhece) assim o quiz. E portanto tem que se aguentar à bronca!
Este sr João Maia faz de Deus uma espécie de toureiro divino. Infelizmente não é só ele.

 

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