Do ensino que temos

Aqueles senhores, a bem da pedagogia ou do ensino, fartam-se de contar, de registar. Depois, há também esquemas para dar aulas, cursos acelerados, uns mais que outros, para ensinar à Sra. Professora a executar um esquema de aula, estudado quase minuto a minuto, segundo todas as regras da moderníssima psicologia aplicada. E a Sra. Doutora vai, vai sim senhor, vai dar a aulinha que preparou segundo a moderna tecnologia pedagógica, e o resultado é uma Sra. Professora a falar ... para si mesma. Na sua imaginação vai vendo as reacções que lhe ensinaram que eles (alunos) teriam. Mas olhe que não Sra. Professora, olhe que não. As pessoas que estão na sua frente são seres humanos vivos com uma grande vontade de conhecer.... mas não o seu esquema, não as regras de psicologia que lhe ensinaram no ministério, e a maior parte das vezes nem sequer os assuntos de que você lhes está a falar.

Ensinar é envolver-se. Ensinar é conhecer individualmente, saber das razões muito próprias que cada aluno possui para aprender. Por outro lado meus senhores, é completamente impossível dissociar as questões intelectuais das questões práticas. Fazer do ensino uma tropa é quase tão mau como fazer da tropa um ensino. A massificação dos alunos levará à massificação das sociedades, e a massificação das sociedades exterminará, por completo, o poder criador que só existe na diversidade e na diferença.