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segunda-feira, setembro 24, 2007

André Gorz - 1923-2007


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Um pequeno extracto de uma entrevista de 2003:
"A loucura do poder econômico e militar e a obsessão eficientista criaram a necessidade de inteligência artificial, de máquinas humanas artificiais. Só poderemos efetivamente falar de uma sociedade do saber quando a ciência e a economia não estiverem mais sujeitas aos imperativos do capital, quando perseguirem objetivos políticos sociais, ecológicos e culturais. Idéias como essa são hoje compartilhadas por um número ainda reduzido, mas em constante ascensão, de expoentes do mundo científico".
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E, finalmente, duas frases do seu último livro, Lettre à D, que dedicou, em forma de carta, à mulher da sua vida:
"Tu vas avoir quatre-vingt-deux ans. Tu as rapetissé de six centimètres, tu ne pèses que quarante-cinq kilos et tu es toujours belle, gracieuse et désirable. Cela fait cinquante-huit ans que nous vivons ensemble et je t'aime plus que jamais. Je porte de nouveau au creux de ma poitrine un vide dévorant que seule comble la chaleur de ton corps contre le mien"
"Nous nous sommes dit que si, par impossible, nous avions une seconde vie, nous voudrions la passer ensemble".
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Suicidaram-se hoje na sua casa de Vosnon.
Par impossible?

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5Comenta Este Post

At 9/25/2007 4:04 da tarde, Blogger Rita Inácio escreveu...

Até parece impossível! Mas talvez a desilusão face à situação mundo fosse demasiado grande...

 
At 9/25/2007 11:12 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Creio que não Rita! Gorz amava a vida, simplesmente era um ser idealista e sensível que pensava e ao pensar queria que o mundo que o rodeava fosse diferente, coerente,mais humano mais justo e amava sim, amava verdadeiramente porque foi livre para o fazer, a obra que nos deixou as ideias que nos transmitiu foram exemplos disso. Para mim Gorz era um ser quase perfeito, e digo quase pois hesiste a impossibilidade da perfeicão, quem leu Gorz e quem o conheceu intui que foi perfeito até na morte.

 
At 9/25/2007 11:35 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Pois Rita, eu também não acredito que desilusão seja a palavra. Opção, apenas isso. Aliás não sei se nos cabe a nós "analisar".
No livro que faço referência, já se (sub)entendia que não fazia sentdo que não partissem os dois. Ecolheram e partiram

Como diz a Sónia, ficam as ideias e as palavras. Houve uma altura que o vi e o li, tal como a Sónia, como um ser perfeito. Só mais tarde aprendi a impossibilidade da perfeição.
Mas o quase nunca alterou o fundamental. Cresci com ele. E é das coisas boas que fiz ao crescer.
E sim, também na morte.

 
At 9/26/2007 8:57 da manhã, Blogger cereja escreveu...

E esta? esta convencida de que tinha deixado um comentário, mas não está cá, e como o escrevi quando o post apareceu, se não está é porque não entrou...
Como deves calcular também me chocou muito este desaparecimento. Mais um pedacinho de mim e da minha adolescência que se vai. Daqui a pouco já não resta nada.
Esta «saída» final (como chamei no meu post) creio que não foi ele o único do grupo Sartre, Temps Modernes, Nouvel Observateur. (Ontem falando com uma amiga tentámos lembrar quem tinha sido o outro casal com esta opção e o nome não surgiu, mas temos as duas essa ideia)
É terrível, Isabel. Se vires bem os nossos blogs, esta secção «desaparecimentos» é raro o mês que não refere alguém - do pensamento, das artes, da política.
E o que doi, é que se há tantas «saídas», não vejo que sejam compensadas por outras tantas «entradas».

 
At 9/26/2007 11:23 da manhã, Blogger Rita Inácio escreveu...

Talvez por ele ser tão sensível e tão idealista, e por amar tanto a vida, pareça impossível que tenha desistido..., mas que não faria sentido partir apenas um, não!

Mas como a Isabel disse não nos cabe a nós "analisar"! Uma coisa é certa, nenhuma de nós o irá esquecer..., nem do que escreveu!

 

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